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| Eliana Dumet, Cláudia Lima e Merina Aragão estão reformulando o Carnaval e outras festas populares e prometem mais eventos anuais |
Santa Bárbara, Santa Luzia, Bom Jesus dos Navegantes, Lavagem do Bonfim e Iemanjá. Em Salvador, os festejos populares, muito mais do que uma data marcada no calendário, representam uma característica inata da cidade. Ultimamente, no entanto, esses festejos têm perdido algumas de suas características culturais mais fortes. Em virtude disso, a Prefeitura Municipal iniciou um planejamento para reformular, organizar e repensar os festejos populares de Salvador e retomar as características primordiais do evento. E quem está à frente dessa empreitada é o trio de mulheres que comanda a Saltur – Empresa de Turismo de Salvador. No órgão, Cláudia Lima, que responde pela presidência, Eliana Dumet, diretora de eventos, e Merina Aragão, gerente de Carnaval, têm como missão criar um leque de eventos que possam agitar o cenário local.
Novo conceito "Começamos a trabalhar o conceito de festas que também movimentem a economia local, fazendo um planejamento estratégico com antecedência para garantir o resultado", explica Merina. Cláudia acrescenta que o órgão está "fazendo interferências e testando projetos para alcançar a nossa meta, que é desenvolver o calendário de festas da cidade, mas com relevância de conteúdo". O anúncio do calendário festivo completo de Salvador deverá sair ainda este mês. A ideia principal é buscar criar alternativas de eventos que não sejam apenas para o período do Verão. Entre os projetos, está a criação de um evento musical em um espaço a céu aberto e atividades que priorizem a cultura afro-baiana. "Salvador é considerada a capital negra do país e precisamos reforçar isso", defende Cláudia. O objetivo é que a capital baiana realize, ao menos, dez grandes eventos culturais ao ano. "Queremos ocupar a cidade da Ribeira até Cajazeiras e realizar eventos que sejam, sobretudo, para os moradores da capital baiana", aponta Cláudia.
CarnavalEntre as mudanças previstas, a principal se refere ao Carnaval, a mais importante festa da capital baiana. A mudança no sentido do desfile no circuito Osmar (Campo Grande) é a principal delas. Com essa inversão no trajeto, outras áreas do Centro também vão sofrer intervenções durante o período da folia momesca. No circuito Batatinha (Pelourinho) ficará proibida a circulação de qualquer veículo de som. "O Carnaval lá só poderá ser feito no chão, com as pessoas andando. Não poderá ter nenhum carro no circuito", detalha Eliana. "Os desfiles de fantasia que, tradicionalmente, aconteciam na Praça Municipal, passam para a Praça da Sé", continua Merina. A ideia também é recriar o desfile de fantasias de luxo. "São aquelas fantasias mais antigas com bordados e plumas que queremos retomar com esse projeto porque antes só estávamos premiando na categoria originalidade". "Serão criados também espaços para permitir que crianças e pessoas portadoras de deficiência física possam sair para curtir o Carnaval na avenida, sem se preocupar com acessibilidade", afirma Cláudia.
CalendárioEm relação aos festejos populares, prevê Eliana, será feita uma reestruturação que inclui desde mudanças de infraestrutura até mudanças estéticas. "Queremos mostrar o caráter religioso e cultural da festa, incluindo a cidade nas comemorações para criar uma identidade local". Como exemplo, ela cita a festa de Santa Bárbara, Iansã no candomblé, que tem a cor vermelha como símbolo. "Podemos incentivar os comerciantes a, no dia de Santa Bárbara, colocar faixas vermelhas nas lojas. Isso é uma maneira da cidade inteira entender o que está acontecendo", pontua. "Atualmente as festas se resumem à procissão e os bares no trajeto. Queremos acrescentar outros elementos, com apresentações musicais e projeções nas igrejas", enumera. Além dos projetos existentes, a ideia é que novos eventos passem a integrar o calendário de festejos baianos. Em 2013, por exemplo, foi realizada a primeira edição do Festival da Cidade, que comemora o aniversário de Salvador com várias atividades artísticas e culturais. "Esse ano nós fizemos um primeiro teste, mas a intenção é ampliar ainda mais esse festival”, afirma Eliana. “A prefeitura tem um orçamento muito baixo, mas por isso também estamos buscando parcerias com a iniciativa privada para viabilizar esses festejos", acrescenta Merina.
Comando feminino Eliana DumetIngressou na Empresa de Turismo da Bahia (Bahiatursa) na gestão do então presidente Manoel Castro, entre 1997 e 2004. Eliana também foi secretária de Turismo de Itaparica no governo Cláudio Neves. Na capital baiana, na gestão de Antonio Imbassahy, ela foi responsável pela profissionalização de grandes eventos municipais, a exemplo das festas de largo e do Carnaval, do qual foi uma das responsáveis pela organização.
Cláudia LimaA administradora de empresas Cláudia Lima tem experiência no setor público e privado. Nos últimos anos gerenciava a carreira do cantor e compositor Carlinhos Brown. Ela coordenava o projeto Pracatum . Antes de trabalhar com Brown, Cláudia Lima também integrou o departamento comercial da TV Bahia.
Merina Aragão A coordenadora de Carnaval está no órgão desde 2005. Merina explica que sua função é operacionalizar as ações do órgão. "Também cuidamos do meio de campo entre governo, empresas e produtores para a execução dos projetos", explica. Atualmente, ela também cuida da organização das festas populares da capital.
Matéria original: Correio 24 horas Donas da festa: trio à frente da Saltur anuncia este mês novo calendário festivo
