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MÚSICA

Tom Zé faz 75 anos terça e dá show de presente ao público baiano

O show de aniversário acontece na Concha Acústica do Teatro Castro Alves, a partir das 18 horas

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09/10/2011 às 18:00 • Atualizada em 29/08/2022 às 16:39 - há XX semanas
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Ninguém vai receber em mãos o convite impresso. Mas, informalmente, está todo mundo convocado para cantar parabéns para Tom Zé, que completa 75 anos nesta terça, fazendo o que ele mais gosta na vida: pintando e bordando no palco. Sorte nossa porque esse show de aniversário vai ser na terça mesmo, na Concha Acústica do Teatro Castro Alves, a partir das 18h, dentro da programação do festival No Ar Coquetel Molotov. No mesmo dia também se apresentam Retrofoguetes (BA), Mombojó (PE) e Guillemots (UK). O festival segue até quarta, com O Círculo (BA), Health (EUA), The Fall (UK) e mundo livre S/A (PE) e tem ingresso a R$ 20/R$ 10.
"Guardo muito a Bahia. Me reconheço em alguns lugares da cidade e visitá-los é uma experiência única", diz cantor baiano
“Foi uma feliz coincidência. Não sou de comemorar meu aniversário mas que bom que vou passar cantando na Bahia. Gostei muito”, exulta Tom Zé. “Só fiz um jantar aqui em casa quando completei 70 anos, aí chamei o pessoal da banda, que é como se fosse gente da família”, completa ele, que vem apresentar o show que deu origem ao CD e DVD Pirulito da Ciência, dirigido por Charles Gavin. Tom Zé revela que não tinha festa nem mesmo quando era criança em Irará, cidade a 128 km de Salvador. “Acho que minha mãe fez tudo o que tive direito no meu primeiro ano. Deve ter sido coisa grande porque teve até cartãozinho de lembrança”, recorda. Parabéns Bom, então fica combinado, né, gente? Tem que ter bolo, parabéns e , quem quiser, pode levar presente também porque ele merece. Afinal, não é todo mundo que completa 75 anos com essa energia vibrante de menino maluquinho. Tão jovial que, outro dia, apareceu numa matéria da revista de Joyce Pascowitch como uma das pessoas que não envelhecem. “Engraçado isso. Para ser sincero, acho que muito da saúde que tenho agora se deve ao fato de ter sido uma criança muito doente”, brinca Tom Zé, que tem filho médico. Na real, longe do folclore que criaram para ele, Tom Zé se cuida - e muito. Esse viço que o baiano exibe no palco, e fora dele também, tem a ver com hábitos e alimentação saudabilíssimos, com toques de macrobiótica, sessões diárias de tai chi chuan e tratamentos com acupuntura e medicina oriental, quando precisa. “Não sou mais sábio nem melhor do que ninguém. Acho que tive a sorte de ter essa coisa meio Benjamim Button, aquele personagem do (Scott) Fitzgerald, que nasceu velho e foi ficando menino com a passagem do tempo”, reflete. Delírio Tom Zé conta que, por causa da timidez excessiva da infância a adolescência, quase não falava com as pessoas e vivia num mundo muito particular de silêncios e leituras. “Era por isso que ficava doente. Tinha tanto medo de tudo que, quando cheguei na idade de desabrochar para a sociedade no colégio Severino Vieira, eu tinha febres tão fortes que me davam delírios horríveis. Minha vida era um sofrimento. As coisas só começaram a melhorar mais quando eu entrei na faculdade, na Escola de Música da Ufba”, lembra hoje, às garagalhadas. Foi nessa época, quando morava no bairro da Gamboa, que Tom Zé começou a descrever sua evolução social num caderninho que mantinha em casa. “Me dava nota todos os dias”, revela. Rock in RioDessa timidez não restou muita coisa, embora ele tenha lá encontrado seus métodos para disfarçar o acanhamento inicial. Basta vê-lo no palco para entender o que quer dizer. Seus shows, como os baianos verão, são energia pura, condensada em canções velhas e novas, que cobrem sua produção de 1968 (São São Paulo Meu Amor) a 2008 (João nos Tribunais) numa espécie de ópera pop que registra 40 anos de música e intervenção cultural. Muitas delas ele cantou na apresentação que fez no Rock in Rio, no último dia 2, quando era esperado para dividir o Palco Sunset com Os Mutantes. O encontro, porém, não deu muito certo porque, segundo o próprio Tom Zé, a produção mudou o horário dos shows e não avisou nem ao público, nem à imprensa. “Pensei que todo mundo sabia que não ia ser um show em conjunto... Já ia embora quando me chamaram às pressas para fazer duas músicas com Os Mutantes”, explica, admirado. Saudades Não se espante, se depois do show cruzar com Tom Zé por aí, matando as saudades dos lugares que mais gosta em Salvador. “Minha casa é em São Paulo, mas guardo muito da Bahia em mim. Me reconheço demais em alguns lugares da cidade e visitá-los sozinho, é um experiência única”, revela. Ele gosta da tranquilidade do Campo Grande e do Pelourinho, mas também do movimento de Nazaré e da Avenida Sete, onde morou num pensionato na época da faculdade. Se você der sorte e encontrá-lo por aí, peça licença, dê-lhe um beijo e deseje muitos anos de vida.

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