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Foto mostra o grupo reunido no Pelourinho em um dos seus tradicionais carnavais |
Alegria, irreverência e muita musicalidade são as marcas do bloco Paroano Sai Milhó, que em 2012 completa 48 anos. Lembrando os antigos carnavais - onde os foliões saiam às ruas para brincar fantasiados -, o grupo é formado por arquitetos, advogados, médicos, professores, comerciantes, funcionários públicos e bancários. Nos dias de festa, os integrantes saem acompanhados por centenas de pessoas, que dançam ao som das tradicionais 'marchinhas', sambas antigos e muito frevo. O arquiteto Zé Raimundo, que participa do grupo desde 1990, explica que o objetivo do Paroano Sai Milhó é ajudar a consolidar o Carnaval de bairro, sem a ânsia comercial dos grandes blocos. "Gostamos de estar perto dos foliões e isso é possível no Carnaval de bairro", analisa. O grupo comemora o aniversário de fundação nesta quinta-feira, 9: "Íamos fazer uma grande festa no Rio Vermelho, mas pela questão da segurança cancelamos".
Carnaval sem cordas - O grupo, que a princípio saia na Avenida Sete de Setembro, entre um bloco e outro, hoje se concentra apenas nos bairros. "Sempre trabalhamos dessa forma, direcionando nossa festa para as pessoas que querem se divertir sem ter que pagar". Para Zé Raimundo, a folia de Momo está voltando às suas origens: "Hoje as grandes atrações são patrocinadas, então, nada mais justo que baixar as cordas para que o povo possa brincar atrás do trio. Isso iria aproximar ainda mais o artista do público".
Agenda lotada - Com a proximidade dos dias de folia, o Paroano Sai Milhó tem algumas apresentações marcadas. "Estaremos também presentes em festas fechadas. Neste sábado (11), na ASBAC, e, na segunda feira (13), faremos uma participação especial no show de Sandra Simões, no Piola", conta Zé Raimundo. No Carnaval, o Paroano Sai Milhó faz a festa dos foliões pipoca na quinta, 16, no Largo de Santana, Rio Vermelho, e no sábado, 18, no Pelourinho, com saída marcada no Terreiro de Jesus. "No domingo e segunda estaremos também no Camarote Expresso 2222", afirma o arquiteto.
No Carnaval, o grupo faz a festa dos foliões pipoca quinta (16), no Rio Vermelho, e sábado (18), no Pelourinho |
História - O grupo se reúne desde 1964 e teve origem no bairro da Saúde, mais especificamente no Largo do Godinho. O curioso nome surgiu de uma brincadeira já que a aparição do bloco nas ruas, além de bom espanto, levava o público a questionar que bloco era aquele. Segundo o integrante, Janjão, um dos fundadores, tentava respondê-la, e ao mesmo tempo justificar com modéstia a presença do grupo no espaço da folia, dizendo que "para o ano sai melhor". Ao longo desses 48 anos, o Paroano Sai Milhó levou divertimento sem perder as raízes dos antigos carnavais baianos, com música cantada sem aparelhagem de som, em ciranda, na rua, de estandarte em punho e travestidos de palhaços. Com quatro CDs lançados e muitas histórias divertidas para contar, o grupo ainda tem muitos Carnavais pela frente. "Fazemos uma festa diferente, mas divertida, e não pretendemos parar tão cedo", concluiu Zé Raimundo.