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Morreu na noite deste domingo(8), aos 90 anos, a cantora e apresentadora de TV Inezita Barroso. Um dos ícones e grande divulgadora da música e da arte caipiras, Inezita estava internada desde o último dia 19 de fevereiro no Hospital Sírio Libanês, em São Paulo, onde veio a falecer de insuficiência respiratória. A cantora deixa uma filha, Marta Barroso, três netas e cinco bisnetos. O velório será aberto ao público, na Assembleia Legislativa de São Paulo. Paulistana da Barra Funda, onde nasceu Ignez Magdalena Aranha de Lima em 1925, Inezita se apaixonou pela música caipira já na infância, a partir das viagens à fazenda da família, no interior paulista. A música começou muito cedo na vida de Inezita. Aos 7 anos, ela já cantava e estudava violão. Aos 11, aprendeu a tocar piano. Já a carreira musical começou depois dos 20 anos, na década de 1950, durante um recital no Teatro Santa Isabel, no centro da capital pernambucana. Com mais de 60 anos de carreira artista, cantora, acadêmica, atriz e apresentadora, ela dedicou sua vida à música caipira e nunca parou de produzir. Dona de uma voz marcante, gravou mais de 80 discos na carreira e recebeu inúmeras honrarias, incluindo o Grande Prêmio da Crítica da Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA), em 2010, em reconhecimento à importância de sua obra. Entre seus maiores sucessos estão Moda da Pinga, Lampião de Gás e Ronda. Como atriz, esteve em filmes dos anos 1950, vencendo o Prêmio Saci pela atuação em Mulher de Verdade (1954). Com vocação para o pioneirismo, participou da transmissão inaugural da TV Tupi, emissora na qual apresentou diversos programas. A partir de 1954 passou a se apresentar na TV Record, onde entrou como primeira cantora contratada. Da formação em Biblioteconomia pela USP (Universidade de São Paulo), Inezita percorreu o interior do país por conta própria, registrando histórias e canções. Por seu trabalho, recebeu o título de doutora Honoris Causa em Folclore pela Universidade de Lisboa.
Inezita Barroso, A Voz e a Viola [youtube oLU-pM2uMis]