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MÚSICA

'Me sinto mais confortável hoje do que quando o tipo de som que eu faço era a bola da vez', diz Humberto Gessinger

Com 37 anos de estrada e trabalhos múltiplos em seu catálogo, artista falou sobre mudanças na sua forma de produzir e fez uma análise sobre o cenário do rock

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Bianca Andrade

19/08/2022 às 17:46 • Atualizada em 26/08/2022 às 18:18 - há XX semanas
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					'Me sinto mais confortável hoje do que quando o tipo de som que eu faço era a bola da vez', diz Humberto Gessinger
Foto: Luigi Vieira

A frase 'Não Vejo A Hora', que dá nome ao disco mais recente de Humberto Gessinger e também é o nome da nova turnê do artista, descreve a ansiedade do fã soteropolitano de ver o roqueiro, após quase três anos da última apresentação do ex-Engenheiro do Havaí na capital baiana, em 2019.

E o momento está mais perto do que se imagina. Gessinger desembarca em Salvador no domingo (21) para a apresentação de turnê que ficou parada por dois anos devido à pandemia da Covid-19, com um show na Concha Acústica do Teatro Castro Alves.

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Em entrevista ao iBahia, o vocalista, baixista, pianista, gaitista, violonista, acordeonista e escritor brasileiro falou sobre o retorno aos palcos na capital com um projeto inédito, já que o CD foi lançado depois da vinda dele para a cidade e como foi transformar o 'Não Vejo a Hora' em um show.

"O 'Não Vejo a Hora' é o meu primeiro disco de inéditas solo depois do 'InSULar' e demorei 9 anos para gravar porque fui bem rigoroso na escolha do repertório dos arranjo. Não tive muita pressa e acho que o resultado ficou muito bom. Sou suspeito, mas ficou muito bom (risos). E traduzir para estrada um trabalho fonográfico é sempre um desafio mas esse esse disco tinha duas diretrizes bem forte. As músicas foram gravadas com dois trios, um acústico e um power set, que são duas facetas no meu trabalho. E para os shows, eu estou viajando com Rafa Bisogno e Felipe Rotta e consigo mesclar esses estilos em um repertório que vai desde as novas músicas do disco, aos clássicos do Engenheiros do Hawaii que é uma coisa que eu faço questão de fazer"

Humberto Gessinger

Em atividade na música de 1985, quando criou a banda Engenheiros do Hawaii, ao lado de Carlos Stein, Marcelo Pitz e Carlos Maltz, o porto-alegrense já teve vários momentos na carreira, e com isso agregou público de diversas idades.

Além da banda, um dos marcos na história do rock brasileiro, Gessinger trabalhou com o projeto Pouca Vogal, ao lado do instrumentista Duca Leindecer, do Cidadão Quem, que conversou com uma nova geração.

Questionado sobre a diversidade de quem acompanha o seu trabalho, Humberto comemorou a possibilidade de atingir uma faixa etária múltipla e fazer com seu trabalho atravessasse gerações e divisas.

"Isso me obriga a ficar mais esperto em relação ao mundo que me cerca. Lembro quando a gente começou, quando uma música estourava na rádio, você sabia mais ou menos o que o público ia gostar, quem ia cantar. A cada ano isso foi ficando mais imprevisível, porque pode ter um cara que começou a me ouvir há uma semana e pode ter alguém do lado dele que me ouve há 37 anos. Pode ter alguém, por exemplo, conhecendo Infinita Highway pela primeira vez, as reações do público são diferentes. Ao mesmo tempo que é um risco que a gente corre, isso nos prova que a música tem um público heterogêneo não só na faixa etária, mas também na distribuição geográfica".

Humberto Gessinger

				
					'Me sinto mais confortável hoje do que quando o tipo de som que eu faço era a bola da vez', diz Humberto Gessinger
Foto: Luigi Vieira

Com 37 anos de estrada e trabalhos múltiplos em seu catálogo, a curiosidade que fica é: algo mudou na forma de produzir música para o artista do início da carreira para agora, onde ele já se encontra na posição de cantor consolidado na música?

Gessinger garante que, apesar do tempo e das diversas experiências na área, faz questão de manter sua ingenuidade dos tempos em que 'Era Um Garoto Que Amava Os Beatles e Os Rolling Stones'.

"Eu tenho os mesmos sonhos que eu tinha quando comecei. Eu acho que eu mantive grande parte da ingenuidade, continuo me vendo mais como um fã do que como um artista. Eu acho que eu amadureci, mas hoje eu escrevo menos. Sinto muito mais prazer. Eu me exercito com instrumentos muito mais. Nesses últimos anos eu tenho sentido muito prazer tem gostado muito dessa coisa de montar montar um show mesmo. Tenho escrito menos, mas acho que é uma coisa bem natural, porque são 37 anos né? E eu não quero ficar me repetindo".

Para o iBahia, o cantor ainda falou sobre como enxerga o rock atualmente. Considerado um dos ícones do gênero no Brasil, o artista revelou que se sente mais confortável com a posição que ocupa atualmente e afirmou que percebe que o gênero acabou tendo menos espaço pela grande mídia com o passar dos anos.

"Eu acho que o que se chama de rock no Brasil, quando as pessoas se referem, é a geração dos anos 80. Foi ali que o teve grande espaço, mas acho que é um pouco injusto porque havia Rock and Roll antes. Mas comparado aos anos 80, diminuiu o interesse da grande mídia nesse som. O que para mim particularmente é muito bom, eu me sinto muito mais confortável hoje do que quando o tipo de som que eu faço era a bola da vez. Eu não me sentia muito confortável em algumas situações", conta.

Para o artista, o momento atual permite que as canções cheguem ao público sem precisar de um filtro de quem não necessariamente tem interesse no estilo.

"Essa disposição assim hoje eu acho mais legal porque tem também a ferramenta que faz chegar direto até o público sem ter que passar pelo filtro do que se chama grande mídia assim".

"Vejo muitos colegas meus reclamando, mas eu não sinto falta disso. São momentos que tem suas belezas e suas fraquezas e a gente tem que aproveitar o que tem de bacana em cada momento. A vida seria um saco, se fosse adolescente a vida inteira. Se fosse criança a vida inteira ou se fosse velha a vida inteira. A vida é esse caminhar, né? Então eu eu me sinto assim, um caminhante e sou muito grato a Deus por ter os malucos que gostam de ouvir, o que eu faço e que vão aos shows e cantam nos shows melhor do que eu canto. Então sou muito grato de ser um caminhante e quando olha para o lado e vejo pessoas andando alguns quilômetros juntos comigo".

Humberto Gessinger

O show de Humberto Gessinger em Salvador com a turnê 'Não Vejo a Hora' acontece no domingo (21), a partir das 17h na Concha Acústica do TCA.

Os ingressos estão sendo vendidos no site Bilheteria Virtual, e fisicamente no Pida e no Balcão de Ingressos do Shopping da Bahia, e custam entre R$ 70 e R$ 210.

SERVIÇO
Humberto Gessinger – Não Vejo a Hora
Quando: 21 de agosto
Onde: Concha Acústica do TCA
Ingressos: R$ 70 (plateia meia), R$ 140 (plateia inteira), R$ 105 (camarote meia), R$ 210 (camarote inteira)

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