Jeff Bridges lança álbum com produção de T-Bone Burnett e músicas autorais

O ator Jeff Bridges, 61 anos, volta ao universo country que lhe valeu um Oscar de melhor atuação em 2010

No filme Coração Louco (2009), Jeff Bridges, 61 anos, emocionou o público vivendo um ressentido e já completamente esquecido cantor de música country. A performance visceral que emprestou ao bebum Bad Blake lhe rendeu um tardio Oscar de melhor ator - além de outros prêmios, incluindo um Globo de Ouro. Parece, porém, que a imersão no personagem foi mais profunda do que suspeitavam os fãs do ator, consagrado em O Grande Lebowski (1981), filme dos geniais irmãos Joel e Ethan Coen. Bridges, que canta e toca desde a adolescência, resolveu investir mais seriamente na carreira musical. O resultado está no álbum Jeff Bridges (EMI/R$ 30), que ele lança agora e tem produção do conceituado T-Bone Burnett, profundo conhecedor da música de raiz dos Estados Unidos. Neste disco, que não é o primeiro de Bridges - ele fez Be Here Soon, em 2001 -, a presença de Burnett é fundamental para dar corpo à paixão que o ator tem pela música country e pelo folk, matrizes primordias desse trabalho. existencial Responsável pela trilha oscarizada de Coração Louco e por outras premiadas como E Aí, Meu Irmão, Cadê Você? (2000) e Johnny e June (2005), Burnett aproximou Jeff Bridges ainda mais do universo de Bad Blake, conferindo uma certa aura existencial ao disco. Bridges levou isso a sério e compôs 3 das 11 músicas que integram o trabalho: Falling Short, Tumbling Vine e Slow Boat, esta em parceria com Burnett e John Godwin. Somente a edição americana inclui outra de sua lavra, I Will Wait. Em conjunto com as restantes, essas músicas compõem uma mistura honesta, e sem firulas, de country, baladas, blues e folk. Tudo muito objetivo e descomplicado, como o próprio Jeff Bridges costuma levar a vida, entre a casa que possui em Malibu e a fazenda em Montana, onde cria cavalos, planta alfafa e passa o tempo livre com a mulher, Susan Geston. O casal, junto há 34 anos, se conheceu na lanchonete onde ela era garçonete no interior de Montana. Eles têm três filhos. “Música, para mim, é como uma semente que continua a germinar, não importando a espessura do concreto. Ela apenas segue seu caminho em direção à luz. Gostei muito da forma como esta semente rachou seus limites. Devo tudo isso ao que aconteceu em Coração Louco. Foi muito intenso”, revela ele. Foi o que T-Bone Burnett percebeu nos olhos do amigo de mais de três décadas. Faltava mesmo a guitarra para que ele se sentisse realizado. Álbum Jeff Bridges Produção: T-Bone Burnett Gravadora: EMI Preço: R$ 30