Para evitar lançamentos futuros, a Universal destruiu todas as demos que continham material inédito da cantora britânica Amy Winehouse, que morreu em julho de 2011. As informações foram dadas por David Joseph, diretor-executivo da empresa no Reino Unido, à revista Billboard.
"Era uma questão moral", disse ele. "Roubar um trecho ou um vocal é algo que jamais aconteceria sob a minha chefia. E agora não pode acontecer sob a chefia de ninguém". Joseph revelou que a gravadora quer evitar que, futuramente, as gravações inéditas sejam compiladas para lançamento de um álbum póstumo de Amy. Dessa maneira, o álbum "Lioness: Hidden treasures", produzido em dezembro de 2011, deve ser provavelmente o último trabalho da diva do soul. O novo disco mistura músicas já lançadas de Amy com trabalhos inacabados e inéditos.
Foto: Divulgação |
Filme
A declaração de David Joseph coincide com a estreia do documentário "Amy", do qual o diretor-executivo é produtor. O filme mostra imagens não-exibidas da artista e depoimentos de amigos e pessoas do seu círculo íntimo. São mais de 100 entrevistas com 80 pessoas. Os parentes da cantora participaram do documentário, mas criticaram o resultado final. Mitch Winehouse, pai da cantora, inicialmente elogiou o trabalho do diretor, Asif Kapadia. Contudo, após assistir ao filme, Mitch revelou que considera uma "desonra" à memória da filha.
Já Darcus Beese, ex-responsável pelo repertório de Amy, culpou a mídia por levar a cantora à morte. "Ela estava doente. Você tinha pessoas que a elogiavam e agora, estão assassinando ela", disse Beese. "Espero que, quando assistirem a seus rostos na tela, fiquem envergonhados". No festival de Cannes, onde o filme estreou em maio, o longa foi aplaudido e teve aprovação do público. Segundo informações do jornal 'The Independent', i diretor Asif Kapadia afirmou que queria mostrar outro lado da perturbada cantora e incluiu vídeos dela contando piadas com amigos e tocando violão.
"A imagem final de Amy atormentada, tropeçando, é tão forte e é só disso que as pessoas se lembram", disse Kapadia. "Então era o caso de reequilibrar a maneira como as pessoas a percebiam, mostrando o lado jovem, divertido, feliz; a garota de olhos brilhantes que ela costumava ser, que era incrível. Você acha que deveria ter sido bom conhecê-la, que ela teria sido ótima companhia".
Kapadia não se perturbou com os comentários do pai da cantora e nega que ele tivesse qualquer intenção antes de começar o documentário. "Nós só estávamos tentando ser justos com Amy, para mostrar como ela estava em uma situação confusa e acho que muitas pessoas se confundiram sobre ela e a fama e o fato de todos quererem um pedaço dela", afirmou o diretor.
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