Plateia do Stereo Sul, na praia da Tiririca em Itacaré |
OQuadro (Ilhéus) |
Quem abriu esta primeira noite foi também outra banda baiana, o Coletivo di Tambor. Projeto novo, que tem um conceito bem interessante - foco na já conhecida percussão e ritmos baianos com inserção de elementos eletrônicos - mas que ainda precisa encontrar um caminho mais bem definido. Só conceito sem músicas mais consistentes não segura nenhuma proposta. Um pouco mais de ousadia, especialmente no formato das músicas e nas ideias da parte eletrônica do projeto contribuiriam. O resultado é um show divertido e dançante, mas esquecível quando termina.
Em qualquer cidade maior, Karina Buhr seria a atração principal. Um pequeno paraíso como Itacaré, no entanto, onde reggae e forró predominam durante o ano inteiro, não foi bem assim. É até compreensível que sua música, densa, angustiada e com uma carga rock, não combinasse tanto com o lugar. Quem está ali quer tudo, menos lembrar dos grandes problemas do mundo ou até os da própria vida. Assim mesmo, Karina manteve seu show em alto nível, com seu modo performático único e sua música provocadora. Se não foi a costumeira catarse, serviu para mostrar como o show funciona mesmo que num ambiente desfavorável.
Lurdes da Luz teve a ingrata missão de encerrar a noite. Ingrata pelo que já havia passado pelo palco e pela hora, já entrando na madrugada. Com uma formação básica, típica de rap - com dois DJs soltando as bases -, e ela de MC, conseguiu acertar em alguns momentos. Seus hits do primeiro disco foram de longe os melhores momentos do show. 'Andei', 'Ziriguidum' e 'Corrente de Água Doce' são certeiros. Animada e tentando ganhar o público, dançava, pulava, conversava, entretinha como podia e tentava colocar o público pra cantar. Foi conquistando aos poucos quem permaneceu em frente ao palco, mas insuficiente para tornar em um momento brilhante.
Show de Curumin (SP) |
Segundo dia Com tudo mais acertado, a segunda noite começou mais cedo, com o show da banda Magô e Ogum Hits, fazendo um reggae pop competente, mas ainda sem muito brilho. Curumin veio em seguida com sua bateria a frente, enquanto um guitarrista e um baixista o acompanhavam. Um show acertado para o local, soando com groove caprichado, as vezes flertando com reggae e dub e menos eletrônico. O mais simples funcionou, menos foco nas programações e uma aposta nas melhores canções que ele gravou, tanto do álbum recém-lançado 'Arrocha', como 'Afroxoque', 'Passarinho' e a regravação de 'Vestido de Prata', quanto músicas de discos anteriores, como 'Compacto', 'Magrela fever' e 'Caixa Preta', fechando o show. Aprovado pelo público que entrou no clima.
Talvez o show mais fácil de saber que daria certo no Stereo Sul fosse o do Eddie. Além de ser uma banda mais rodada, acostumada a tocar em tudo quanto é possibilidade pelo Brasil, eles fazem uma música que é a cara de Itacaré e de qualquer cidade de beira de praia. Fabio Trummer até avisou durante o show: "Fazemos música brasileira de praia". Um misto de pop, frevo, reggae, rock, ciranda não poderia dar errado. Ambiente propício, público na mão e um dos melhores momentos do festival, com todo mundo caindo no carnaval a modo frevo, com marcos da festa pernambucana e o hit 'Vida Boa' do próprio grupo se encaixando como uma luva com o astral do lugar. Quem não caiu na dança nem merecia estar ali.
Scambo |
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