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MÚSICA

Festival de música traz para a Bahia, artistas brasileiros

O IV Festival Música em Trancoso envolve a comunidade da cidade baiana e recebe nomes importantes da música

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23/02/2015 às 10:55 • Atualizada em 30/08/2022 às 0:05 - há XX semanas
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Podemos dizer que a Bahia é a terra dos extremos. Se na semana passada o estado respirava axé music, agora se abre para a música clássica com a quarta edição do festival Música em Trancoso (MeT), que movimenta o Teatro L’Occitane, em Trancoso, a 750 km de Salvador, de 7 a 14 de março.
O Teatro L’Occitane, mantido por um dos patrocinadores do evento, é o palco dos sete dias de apresentações eruditas e popular que integram a programação do Música em Trancoso (Foto: Divulgação)
A programação, com direção artística da alemã Sabine Lovatelli, reúne cerca de 40 solistas, maestros e dançarinos convidados, além da presença de duas orquestras com 180 músicos. Quem for conferir o festival ainda vai poder ver de perto nomes da MPB como Cesar Camargo Mariano e os sambistas Paulinho da Viola e Fabiana Cozza. E se você estranhou a presença de sambistas em um evento de música clássica, é porque o projeto tem como ponto de partida o intercâmbio entre o lírico e o popular. “Damos a mesma importância para as músicas clássica e popular. O nosso critério é que o nível artístico seja ótimo, mas o estilo pode ser qualquer um”, explica Sabine. Para a sambista Fabiana Cozza, não existe divisão entre os dois gêneros, principalmente na música brasileira. “Eu não estabeleceria uma divisão entre o erudito e o popular. Eu defendo a música brasileira na sua excelência e na sua matriz que tem o samba como um dos principais expoentes”, diz. Para compor essa mistura, cada dia do evento ganhou um tema. A abertura foi batizada de From America to France. A noite representa a alternância entre o clássico e o popular com a presença da Orquestra Experimental de Repertório (OER), que será guiada pelo regente titular da Orquestra Sinfônica de Bucareste, Benoit Fromanger. No programa da OER, um repertório composto por obras de George Gershwin (1898-1937), Leonard Bernstein (1918-1990), Darius Milhaud (1892-1974), Ravel (1875-1937) e Saint Säens (1835-1921). O segundo dia tem um encontro sul-americano com o tema Tango Meets Samba. O programa vai ser executado, mais uma vez, pela Orquestra Experimental de Repertório, dessa vez sob a regência do seu maestro titular Carlos Eduardo Moreno. “Proporcionar aos jovens da OER, músicos entre 14 e 26 anos, e nossos professores, a vivência numa imersão intensa de aprendizado é o coroamento de todo um trabalho realizado ao longo de vários meses é a realização de um sonho”, conta o maestro. A orquestra vai contar com a participação de músicos argentinos e das cantoras Josy Santos e Fabiana Cozza, que interpretarão peças de Astor Piazzolla (1921-1992), Carlos Gardel (1890-1935), Ari Barroso (1903-1964), Dorival Caymmi (1914-2008) e Dona Ivone Lara. A performance ainda vai contar com dançarinos de tango argentino e sambistas brasileiros. “Estou muito honrada com o convite para o concerto ao lado da Orquestra Experimental de Repertório e o maestro Carlos Moreno. Escolhemos grandes compositores e preciosidades do samba brasileiro para o festival, entre eles, o ‘pai de todos’, na minha opinião, Dorival Caymmi”, celebra Fabiana. Outro destaque da programação e a noite Bossa Nova marcada pelo encontro de grandes nomes da música brasileira. O pianista Cesar Camargo Mariano, que participou de todas as edições do evento, dividirá o palco com o mestre Paulinho da Viola. Os dois ainda ganham a companhia do vibrafonista americano Joe Locke. “O dia da Bossa Nova vai ser muito bom para o público, porque vai ser interessante ver uma orquestra tocando samba. Uma mistura de brasileiros e estrangeiros sempre faz sucesso”, aponta a diretoria artística Sabine Lovatelli. A ópera ganha destaque no último dia do festival. Terá apresentações das mezzo sopranos Vesselina Kasarova, Josy Santos e do tenor Enrique Folger, que interpretarão obras dos repertórios italiano, francês e brasileiro, acompanhados pela Orquestra Sinfônica de Ribeirão Preto, regida pelo maestro Roberto Minczuk. A programação completa do festival pode ser conferida no site musicaemtrancoso.org.br. Social Outra característica do projeto é a realização de atividades socioculturais com jovens da comunidade. Durante o evento, são realizadas oficinas diárias com os solistas que vão participar do festival para aproximar a comunidade da música clássica. “Queremos abrir caminho para os jovens músicos brasileiros. Nós temos orquestras de jovens do Brasil, e lá eles têm a possibilidade de trabalhar com grandes músicos internacionais, tocam juntos e são introduzidos no mundo da música internacional”, afirma Sabine.
Correio24horas

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