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| Zé Ricardo visitou a redação do Portal iBahia |
Não é a primeira vez que o cantor, compositor e violonista Zé Ricardo vem a Salvador. Em 1989, o artista esteve na Bahia por um mês, onde curtiu o Carnaval baiano e tocou com Moraes Moreira, pai do seu parceiro de banda Davi Moraes, com quem montou a banda Fibra. O cantor carioca de sotaque marcado, visitou o iBahia no início da tarde desta quinta-feira e falou um pouco sobre o novo CD, Vários em Um, que já emplacou música na novela das sete da TV Globo, e revelou algumas histórias dos bastidores da produção do Palco Sunset, que nessa edição do Rock in Rio traz, entre grandes estrelas da música nacional e internacional, três atrações baianas: Orkestra Rumpilezz, Pepeu Gomes e Tom Zé.
Confira a entrevista!iBahia - É a primeira vez que você vem a Salvador?Na década de 80 fiquei aqui em Salvador durante um mês. Toquei com o Moraes Moreira e pude conhecer o Carnaval daqui. Eu tocava em uma banda chamada Fibra com o Davi Moraes em 88/89.
iBahia - Sobre o Rock in Rio 2011, como surgiu a ideia de promover encontros de artistas no Palco Sunset? O projeto surgiu em 2008, no Rock in Rio Lisboa, e depois levei para Madri. Roberta Medida (vice-presidente do Rock in Rio), queria dar a mesma importância do palco Mundo para o Sunset, para atrair as grandes atrações ao palco 2. Busquei dar um frescor no Sunset, dando mais opções para o público que não se identifica com as atrações mais comerciais. O Sunset completa a programação do palco Mundo. É um palco mais artístico, onde busquei a diversidade. Minha ideia é trazer artistas que poderiam estar no palco Mundo, mas com uma proposta diferente. O Sepultura, por exemplo, vai gravar um DVD lá, esse ano, com o grupo Les Tambours du Bronx (Fra), que vai levar para o palco mais de 20 tambores.
| — Busquei um frescor no (palco) Sunset, dando mais opções para o público que não se identifica com as atrações mais comerciais |
iBahia - O palco Sunset é um espaço mais artístico e que promete encontros memoráveis para quem estiver por lá. Como se deu a composição desses encontros? Você sugere ou são os artistas quem trazem as ideias dos convidados? Os dois. O Marcelo Camelo, por exemplo, foi assim... Disse pra ele: com quem você gostaria de tocar? Aí ele me perguntou: pode tudo? Eu disse: pode Tudo!! (risos). E assim ele me contou que estava ouvindo uma banda nova da Cailfórnia chamada The Growlers, mas que ele não sabia se os caras conheciam o trabalho dele. Fucei na internet pra conhecer e pegar os contatos do grupo, entrei em negociação e a banda está no Festival junto com o Camelo.
| — Tive uma crise de choro quando assisti a Orkestra Rumpilezz. A música deles é linda e generosa |
iBahia - Nessa edição, você escalou três baianos na programação, Pepeu Gomes, Tom Zé e a Orkestra Rumpilezz - fora Pitty, Ivete Sangalo e Claudia Leite que estarão no palco Mundo. Fale um pouco sobre a participação deles no Rock in Rio. Tem uma história incrível com a Rumpilezz. Eu fui a um show deles no Rio, por indicação do Ed Motta, que falava "cara você está preparado para ver isso?". E na terceira música da apresentação eu tive uma crise de choro. No dia seguinte convidei o maestro Letieres para almoçar e perguntei se ele sabia do palco 2 do Rock in Rio. Ele me perguntou: "o que você acha da música da Rumpilezz?". Eu disse que achava que era uma música linda e generosa, que era feita para um público que ia além do erudito. Letieres afirmou que era exatamente essa a proposta da Rumpillez. E foi assim que surgiu o convite... "Você quer montar um show para 30 mil pessoas?", disse. Ele topou e depois ele adorou fazer o encontro com a Móveis Coloniais (de Acaju) e Mariana Aydar.
iBahia - É a primeira vez que o Rock in Rio terá uma atração instrumental... Essa foi a melhor briga que comprei (risos). O lindo disso tudo, pra mim, é ter essa liberdade para poder sugerir e arriscar.
iBahia - E o encontro entre Tom Zé e Mutantes. Esse também deve fazer muita gente chorar... Verdade. Tom Zé e os Mutantes são vanguardistas. O encontro dele (Tom Zé) com o Sérgio (Dias) é uma proposta ousada. A filha do Sérgio (empresária dos Mutantes) achou maravilhosa a sugestão. Eles já vinham fazendo algumas coisas juntos.
iBahia - Você está divulgando o seu novo trabalho, o CD Vários em Um, que foi gravado durante o período em que você produzia o Palco Sunset no Rock in Rio Lisboa (2008) e Madri (2010). Como se deu esse processo? Compus algumas músicas fora do país. A música mais conhecida, "Exato Momento", foi feita enquanto estava em Portugal. Entre uma gravação e outra criei o palco Sunset (que teve duas edições em Lisboa e uma em Madri).
iBahia - "Exato Momento" está na trilha da novela das sete, Morde e Assopra, e tem a participação do vocalista português Tim, da banda de rock Xutos & Pontapés. Como surgiu esse encontro de MPB e rock português? A Xutos & Pontapés é uma banda fantástica de Portugal. O Tim é conhecido por cantar rock mais pesado, queria brincar com isso e ver como ele se sairia cantando em uma balada. E deu certo.
iBahia - Salvador vai receber o show desse disco? E no exterior, pretende sair em turnê? Por enquanto, estou focado no Rock in Rio e na produção do Sunset. Mas em outubro volto a Salvador para fazer um show (data e local ainda não foram definidos). Fora do Brasil, vou lançar o CD em Portugal e na Espanha. Dia 11 de novembro, estarei no TMN, em Lisboa, e o show terá a participação do Tim, que cantou comigo no CD.
Para ver a programação completa do Rock in Rio e as opções de bate-volta saindo de Salvador, clique aqui.
