O compositor Wado não busca migalhas. Para lançar seu sexto álbum, Samba808, conversou com algumas gravadora, mas, como não chegou a um acordo que considerasse justo, arregaçou as mangas e engrossou o caldo de artistas independentes. Bom para os ouvidos atentos a esse catarinense criado em Alagoas e que já está na estrada há 10 anos. No novo trabalho, ele divide os vocais com um time de feras – Marcelo Camelo (são amigos há mais de dez anos), Mallu Magalhães, Zeca Baleiro, Curumin, Chico César, Fernando Anitelli, Fábio Góes, Alvinho Lancellotti, André Abujamra e Momo.
Em Salvador, Wado lança o disco inexistente, como ele chama o trabalho, nesta sexta, às 22h, no Portela Café, Rio Vermelho. O ingresso antecipado, à venda na Cia da Pizza, no mesmo bairro, sai por R$ 20; no dia do show, custa R$ 30. Para o show, cujo repertório reúne músicas dos outros cinco discos, o cantor convidou nomes da cena independente baiana: Teago, da Maglore; Fábio, da Cascadura; Luisão, da Dois Em Um; e o pessoal da Radiola. Autodefinido como um ‘borro de gêneros’, Samba808 é uma obra autoral, com exceção de Recompensa, de Lancellotti e Marcelo Frota. Todas as dez músicas podem ser baixadas gratuitamente no site www.wado.com.br. Ponta dos Dedos O nome do disco é uma referência à bateria eletrônica Roland TR-808. “O Herbert Vianna (Paralamas do Sucesso) trouxe a 808 para o Brasil em meados dos anos 80 e deu ao DJ Marlboro. Foi assim que nasceu o funk carioca. Agora, pensamos em fazer samba com o equipamento”, explica Wado, 34 anos. Segundo o cantor, Samba808 tem uma pegada mais melancólica: “Acho que um disco é uma Polaroid da vida do artista. O ano que passou foi bem difícil para mim”. Wado, que também é jornalista, alterna a vida musical com trabalhos free-lancer – “o reconhecimento ainda não veio acompanhado de retorno financeiro”, diz. Nem tudo são flores, como ele mesmo canta com Camelo e Mallu em Com a Ponta dos Dedos: “Com a ponta dos dedos, você mexe em seus cabelos/Com a ponta dos dedos, você irá me negar”. Mas há alentos pro cara. A canção foi eleita uma das dez melhores de 2011 pela Rolling Stone Brasil. Para a revista, a música nasceu pronta para fazer sucesso e para emocionar até os mais carrancudos.
Wado recebe convidados da Maglore, Cascadura, Dois em Um e Radiola |
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