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MÚSICA

Canções sobre a mulher são o mote que orienta Karina Buhr

Os convidados especiais são Elke Maravilha e Denise Assunção, na faixa-título, e Cannibal (Devotos do Ódio) em Cerca de Prédio

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05/12/2015 às 17:32 • Atualizada em 01/09/2022 às 5:18 - há XX semanas
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Atualmente fixada em Pernambuco, mas criada em Salvador, Karina Buhr, 41 anos, garante que as raízes baianas ainda estão presentes em Selvática, seu terceiro álbum. No disco, guiado pela temática feminista, a cantora reúne 11 músicas autorais e conta com parcerias dos músicos Edgard Scandurra, Fernando Catatau, Guizado e Manoel Cordeiro. Os convidados especiais são Elke Maravilha e Denise Assunção, na faixa-título, e Cannibal (Devotos do Ódio) em Cerca de Prédio. “Não vejo o disco como todo dedicado a isso, mas ele tem sim o feminismo como motor. Eu sou feminista, então, tudo que faço vai ser sob esse aspecto, mas não me prendo a esse tema, inclusive ele existe justamente para me libertar. Esse é um assunto presente na minha vida desde sempre”, afirma.

Karina Buhr, 41 anos, reúne 11 canções autorais em Selvática, seu terceiro álbum: “Me movo comliberdade de falar sobre qualquer tema” (Foto: Priscila Buhr/Divulgação)

Karina explica que escolheu o Selvática, que representa guerreiras de lugares e épocas diferentes, para ajudar a reescrever essa história. O que está bem explicitado na letra da música Selvática. A cantora explica sobre o que trata as músicas: Esôfago fala de um assassino, um homem que mata a própria mulher e depois se mata, Pic Nic, de uma empregada doméstica, Cerca de Prédio, sobre especulação imobiliária, Alcunha de Ladrão, sobre um homem que vai roubar, Conta Gotas, sobre ciganos, imigrantes, etc... “O feminismo é o mote, sim, o nome do disco vem dele, mas me movo nele com liberdade de falar sobre qualquer tema”, emenda. Machismo Com arranjos sonoros mais roqueiros do que os de seus discos anteriores, Karina confessa que queria um som mais pesado em Selvática. “Mas não pensei nisso de causar mais impacto, só fui fiel a ao que estava sentindo para esse trabalho. Faço letras, músicas, discos de acordo com o que sinto no momento e botando as ideias em prática, essa parte do impacto só penso depois dele pronto e mais na forma de torcida pra que ele chegue num maior número de pessoas possível”, pontua ela, que também foi vítima do machismo nas redes sociais. Karina se envolveu numa polêmica por mostrar os seios na foto de capa do disco. “Foi uma coisa muito específica do Facebook, não tive esse tipo de problema em outros lugares. A Onerpm a princípio vetou para repassar pro iTunes, mas insistimos, topamos mandar por nossa conta e acabou dando certo. Sobre o Facebook, o tiro saiu pela culatra, porque a capa acabou viralizando muito fortemente, além de gerar discussões poderosas sobre machismo, censura e gerar uma reação maravilhosa de um público muito grande. Uma coisa muito ruim que é a censura acabou, nesse caso, dando muito mais visibilidade pro trabalho, então foi isso, primeiro fiquei triste e depois me emocionei bastante com o caminho que essa história tomou”, diz. A ideia agora é cair na estrada com Selvática, cuja estreia oficial aconteceu em outubro em São Paulo. “Pretendo passar por Salvador toda semana (risos). Começamos a marcar os shows do Selvática e tomara que tenha logo em Salvador. Não posso passar muito tempo longe”, diz ela, que se intitula baiana. “Não é questão de me achar, eu sou. Morei em Salvador até os 7 anos e depois fui para Recife. Mas a Bahia sempre foi muito presente, meu pai é baiano, passava sempre as férias com ele, tenho uma influência e um amor muito grandes pela música da Bahia”, afirma.

Salvador “Sinto o mesmo amor e influência pela música de Pernambuco e foi lá que comecei a tocar e onde aprendi e sigo aprendendo tanta coisa do Carnaval, dos maracatus, do frevos, do coco, da ciranda, do baião... Não se trata de escolher um ou outro lugar, é como pai e mãe, são duas preciosidades da minha vida”, conclui Karina, que deseja lançar outro livro, após a boa recepção de Desperdiçando Rima. “A repercussão tá maravilhosa, estou muito feliz com isso. Aproveito os shows e lanço o livro nas cidades que vou, além dos convites para bienais. Pretendo, sim, lançar outro, mas lancei Desperdiçando Rima este ano, há somente sete meses, estou completamente envolvida com ele, não penso agora no próximo”, encerra.
Correio24horas

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