“Eu, Tu, Eles & Nóz Moscada” nasce com uma enorme pretensão: de não ter preconceito ao falar de comida. Até pq “a gente não quer só comida, a gente quer comida, diversão e arte”. Palavras titânicas devem ser respeitadas...sempre! Assim, nas minha incursões gastronômicas – não importa por onde seja - sempre procuro os pratos locais, já que eles reproduzem um pouco da caraterística de seu povo. Na Itália, especificamente na região Veneto nas osterias menos afamadas, aquelas onde se servem vinho caseiros, comida simples e menus curtos (muitas vezes se é servido em mesas compartilhadas) você vai encontrar especilidadades locais que podem causar estranheza: carne de cavalo!
Carne que se assemelha, em muito, na composição e aparência com a bovina. Iguaria fina, tem no seu sabor (muito próprio e adocicado) e na sua cor vibrante (bem avermelhada) seus grandes diferenciais. Com menos gorduras e calorias (por isso possui sabor menos “complexo”) deve ser preparada de forma a não cozinhar em excesso, servida grelhada e ligeiramente mal passada. Aí surge um problema para quem se aventura a cozinhar os primos do “Sílver”: se passar minimamente do ponto, vira uma sola e se ficar crua em excesso, seu sabor que é ligeiramente adocicado fica bem estranho.Mas se tudo isso é surpresa, o inusitado - mesmo, é que o Brasil é o terceiro produtor mundial de carne de cavalo; em segundo vem o México e em primeiro, a China. Claro...Recentemente, fui a Rovigo, cidade natal de meu pai (que fica exatamente entre Veneza e Bolonha) e me aventurei a preparar um pappardelle al sugo di cavallo. Receita simples e sem erro: Sobre a sua bancada estão reservadas: 100 g de mussarela (em bolinhas) de búfala, cortadas em duas partes e 10 tomatinhos cereja cortados igualmente. Qdo as 500g de pappardelle (que estão lá cozinhando no panelão com sal grosso e um fio de azeite) estiverem a caminho de cozinharem, os 300g de macreuse (coração da paleta) de cavalo (já cortados em tirinhas e temperados com pimenta branca & sal a gosto) devem ser fritos em manteiga & azeite virgem. Sangrou? Baixe o foge e vá juntando uma taça (generosa) de um bom vinho tinto. Um Chianti casa perfeitamente...o sinal de que está no ponto/pronto é dado pela cor que surge no fundo da frigideira. A mistura do caldo da carne com o vinho se fundem e produzem um vermelho-ferrugem peculiar. Esse é o berço perfeito para receber o pappardelle ‘al dente’, que ainda vai ganhar a luxuosa companhia da mussarela, dos tomatinhos cereja e das folhas de um talo de salsão que estava ali por cima da bancada. Entre o fogão e a mesa rale um pouco de parmesão fresco. Ficou bom prá burro!! Ops, ficou bom demais! Se vc quiser pode encomendar seu “macreuse” pela internet, é só acessar um site suiço (www.suisfood.ch) e encomendar.Bom apetite! Welter arduini, é natural do Brasil e de suas muitas cidades. Cozinheiro por puro prazer, total opção e viajandão nas horas possíveis.
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