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Economia

Dia do Chocolate: veja marcas baianas com reconhecimento internacional

Estado é o maior produtor de cacau do país

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Redação iBahia

07/07/2023 às 11:05 - há XX semanas
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					Dia do Chocolate: veja marcas baianas com reconhecimento internacional
Foto: Reprodução

Nesta sexta-feira (7), se comemora do Dia do Mundial do Chocolate. A iguaria, derivada do cacau, tem grande prestígio no sul da Bahia, região que abriga produtores com reconhecimento internacional. Esse chocolate tem marcado presença em feiras e concursos nos últimos anos. Com sabores únicos, os produtos chamam atenção e ganham destaque entre os competidores e expositores. O cenário anima o setor de produção.

Segundo dados divulgados na quarta-feira (5), pela Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Amendoim e Balas (Abicab), o mercado de chocolates registrou crescimento acima do Produto Interno Bruto (PIB) do país. A indústria de chocolate registrou um crescimento de 9,8% na produção do primeiro trimestre deste ano, quando comparado ao mesmo período de 2022. No mesmo recorte anual, o PIB cresceu apenas 4%.

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Entre janeiro e março de 2023, foram produzidas 219 mil toneladas de chocolate no Brasil, sendo 17,5 mil toneladas exportadas. Atualmente, a região sul da Bahia é o principal fornecedor de cacau do país. A produção é baseada no sistema “cabruca”, uma forma de cultivo agroflorestal que além de manter a biodiversidade nativa ajuda a preservar a cultura regional.

Das lavouras, o cacau segue para as fábricas, que entregam para diversas cidades no país e no exterior. O resultado? Chocolates com concentrações de cacau variadas, desde 25% a 100%, e, diferentes tamanhos e sabores como os com recheios de jaca, umbu, goiaba, cupuaçu e abacaxi, ou tradicionais.

Terra da felicidade


				
					Dia do Chocolate: veja marcas baianas com reconhecimento internacional
Foto: Arquivo Pessoal

Com o slogan “Uma viagem do cacau ao prazer", a produtora baiana de chocolate Chor tem conquistado o coração de amantes do chocolate espalhados pelo mundo. Criada em 2013, na cidade de Ilhéus, no sul do estado, a marca é conhecida pela diversidade de sabores e o cuidado com o meio ambiente.

“Nosso propósito é levar os atributos e elementos que envolvem a cultura do cacau até o prazer de quem consome", explicou um dos donos da Chor, Marcos Lessa.

O produto mais vendido pela marca baiana é o chocolate de origem “Bahia Terra da Felicidade”, vencedor do Prêmio Gourmet Bronze AVPA 2021, concedido pela Agência de Valorização dos Produtos Agrícolas (AVPA), uma organização não governamental sediada em Paris.

“Começamos a trabalhar produzindo chocolate com alto teor de cacau e com apenas os ingredientes necessários para fazer um bom chocolate: cacau, manteiga de cacau, açúcar e leite”, contou Marcos Lessa.

Produzido com 55% de concentração de cacau, o chocolate ao leite mais intenso concorreu com 81 marcas de 22 países produtores de cacau. Na oportunidade, cinco produtores conquistaram a medalha de ouro: dois do México, um do Equador, um do Peru e um de El Salvador. A prata foi para 14 produtores e o bronze para 22.

Com a chegada da pandemia da Covid-19, a empresa precisou fechar a loja conceito instalada em Ilhéus e restringir o mix de opções para os seguintes sabores:

  • o 44% cacau, que é o “São Jorge dos Ilhéus”;
  • o 55% cacau, que o o “Bahia Terra da felicidade”;
  • o 70% cacau, que é o Terra de Santa Cruz;
  • 77% cacau, Ouro Negro;
  • O mais intenso, que é o 88%, Baía de Todos-os-Santos.


“Começamos a trabalhar muito mais forte esses chocolates e temos alguns gourmets, feitos em épocas, que são os brancos puros e os brancos com níbis, que são espetaculares e têm grande mercado", acrescentou o dono da marca.

Para Marcos Lessa, o grande diferencial da Chor está exatamente no cuidado que tem com todas as etapas da produção.

“Existe uma preocupação com a sustentabilidade, sem que isso comprometa o sabor inesquecivel e a fidelização. A paixão, que nossos clientes têm pelo nosso chocolate, a gente não abre mão”, ressaltou.

Cacau unido aos sabores regionais


				
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Foto: Arquivo Pessoal

“De Itabuna para o mundo”. O lema da Benevides Chocolates tem se consolidado no Brasil e no exterior. A prova disso foi a premiação na Academy of Chocolate de Londres, no final do ano passado. A Academy of Chocolate é uma das maiores referências do mundo em chocolates premium, fundada em 2005 por cinco dos principais profissionais de chocolate da Grã-Bretanha unidos na crença de que comer chocolate fino é um dos grandes prazeres da vida.

"O grande diferencial da nossa empresa é a união do cacau com os sabores regionais. A nossa pegada vai mundo nesse sentido”, explicou Leilane Benevides, a criadora da marca. Esse pensamento fez com que desde 2018, fossem criados chocolates com sabores um pouco excêntricos como: jaca, açaí com banana e canjica.


				
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Foto: Arquivo Pessoal

Na 30ª edição do “Chocolat Festival”, que acontece entre os dias 20 e 23 de julho deste ano, no Centro de Convenções de Ilhéus, no sul da Bahia, será lançado o sabor “bolo de aipim". "Quando a gente chega nos eventos, nas exposições, as pessoas se surpreendem com a junção de sabores com o chocolate. Geralmente as pessoas procuram o chocolate clássico, que é com o açúcar e leite, mas a gente faz a brincadeira das junções naturais, sem conservantes", explicou Leilane Benevides.

O chocolate de bolo de aipim traz algumas particularidades. Ele é branco, mas vegano. Características pouco vistas no mercado do setor. “É um ao leite vegetal. Ele tem o aipim desidratado e leite de coco. É difícil achar um chocolate branco vegano", pontuou.

Neste momento, a empresa aguarda o resultado da World Chocolate América, que é uma competição dos Estados Unidos. “Já era para ter saído desde o dia 30 e eu já estou em cólicas. A gente está concorrendo com oito chocolates e temos grande expectativa de termos uma premiação", revelou a baiana.

Tradição e legado familiar


				
					Dia do Chocolate: veja marcas baianas com reconhecimento internacional
Foto: Arquivo Pessoal

No meio da pandemia, quando muitas empresa viviam momentos de incertezas, nasceu a empresa Ju Arléo. Nova do mercado do chocolate, é o resultado de um legado familiar, que começou há 50 anos, na produção do cacau e que vem acrescentando novos rumos.

"A nossa produção é desde o cacau até o chocolate assim como outras marcas aqui da região, mas o nosso diferencial é a questão do legado familiar”, contou Julianna Torres.

A empreendedora produz cacau com o marido, o empresário Lucas Moreira Arléo, na tradicional Fazenda Santa Rita. O cenário cresceu em 2016, quando a família começou a se especializar na produção de cacau especial. Quem olha de fora não imagina que os novos rumos chegaram a partir da problematização de uma garotinha que estava prestes a completar 8 anos e hoje tem 10.

Júlia Arléo desde pequenininha sempre acompanhou todo o processo familiar de vivência da produção do cacau. Aos 7 anos, levou a pergunta para os pais: “Por que a gente não poderia fazer o nosso próprio chocolate?" A garota aproveitou e pediu uma melanger, moedor de pedra para triturar as amêndoas de cacau e transformar em chocolate, de presente de aniversário.


				
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O premiado 70% com mel de Uruçu. Foto: Arquivo Pessoal

“A gente comprou no intuito de brincar de fazer chocolate, de aprimorar nosso cacau, conhecendo o processo e vivendo essa transformação. Essa brincadeira começou na cozinha de casa e virou uma porta para o mercado", contou Julianna Torres.

Desde então, os resultados mostraram que a menina foi visionária. A barra de chocolate intenso 70% com mel de Uruçu conquistou medalha de prata em um concurso de chocolate em Londres, no ano passado. Em 2020, outra barra, de chocolate intenso 70% cacau, ficou em 3º lugar no Prêmio CNA Brasil Artesanal.

"Nosso processo é artesanal, a gente produz tudo com seleção desde o cacau até o produto final. Temos hoje nove produtos desde o suave até o intenso”, explicou a mãe de Ju Arléo.

A empresa produz chocolates desde a linha infantil, para paladares mais suaves, aos mais intensos, com cafés especiais e bananas. A Ju Arléo tem ainda o queridinho dos clientes, o 70% cacau com nibis cristalizados, açúcar e canela, o premiado 70% com mel de Uruçu e o mais recente lançamento que é o doce de leite crocante.

“Ele é o chocolate branco, caramelizado, com floco de arroz”, explicou a delícia que foi lançada em maio, em um evento realizado em Salvador.

Os chocolates da Ju Arléo são vendidos em cidades baianas como Ilhéus, Itacaré, Barra Grande e Salvador. Os produtos também podem ser comprados no Rio de Janeiro, em São Paulo, Brasília, Minas Gerais, Recife, Pelotas e Curitiba. A empresa também conta com revendedores virtuais.

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