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GASTRONOMIA

Conheça de perto a vida cultural do Santo Antônio Além do Carmo

Reduto de artistas plásticos, escritores e músicos, o Santo Antônio Além do Carmo é um dos bairros mais antigos da capital baiana

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13/07/2014 às 8:00 • Atualizada em 27/08/2022 às 13:15 - há XX semanas
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Reduto de artistas plásticos, escritores, arquitetos, produtores e músicos, o Santo Antônio Além do Carmo é um dos bairros mais antigos de Salvador. Dividido entre a atmosfera cosmopolita e a preservação da cultura popular, o bairro está situado entre o Pelourinho e o Barbalho e o cenário do seu largo assemelha-se ao de uma cidade do interior, com uma paróquia, um coreto e uma praça.

O marchand, fotógrafo e colecionador de arte francês Dimitri Ganzelevitch é morador do Santo Antônio desde 1975. Nestes quase 40 anos acompanhou de perto a evolução do bairro. "Quando eu cheguei aqui as casas estavam à venda e ninguém queria comprar. Não havia especulação, porque antigamente ninguém queria morar aqui. E hoje é um dos bairros mais cobiçados da capital", conta.

O marchand, fotógrafo e colecionador de arte francês Dimitri Ganzelevitch é morador do Santo Antônio há quase 40 anos

Proprietário da casa-museu Solar Santo Antônio, Dimitri avalia que o bairro obedeceu a uma dinâmica ascendente e constante ao contrário do Centro Histórico de maneira geral. O ponto de maior crítica do artista é certamente a omissão do poder público no que se refere à manutenção do região, tombada como patrimônio da humanidade pela UNESCO, a pedido do próprio Governo da Bahia.

"O Centro Histórico tem 1500 imóveis abandonados. É praticamente uma pequena cidade. No mínimo cinco mil pessoas poderiam morar aqui. Portanto, além de uma injustiça social, é um prejuízo enorme, porque um centro histórico não vive só de fachadas, embora até agora a política tenha sido de restauração de fachadas e mais nada", critica Ganzelevitch.

O Santo Antônio é povoado por ateliês, pousadas, bares e restaurantes

De acordo com o artista, o bairro do Santo Antônio, por sua vez, tem evoluído para melhor. "Talvez porque, de uma forma geral, o estado não tem metido a 'pata'. A única coisa que nós gostaríamos é que o plano inclinado [Pilar] fosse reaberto, porque realmente faz muita falta", pontua.

Dimitri conta que, nos últimos dez anos, constatou uma evolução também no perfil do morador. "Estão cada vez mais chegando aqui artistas, pintores, músicos, fotógrafos, jornalistas, arquitetos... Todo um pessoal que tem a cabeça nos ombros. Que pensa, que tem sensibilidade, que traja uma vida um pouquinho diferente, uma vida mais boêmia", observa e continua: "a vida começa a pulsar de uma forma extremamente interessante".

Entre as opções para quem frequenta o Santo Antônio, o colecionador sugere conhecer o Cafélier e apreciar a vista para a Baía de Todos os Santos desfrutando de uma boa bebida, visitar os ateliês do bairro e ir à roda de samba do Grupo Botequim, que acontece sempre nas últimas sextas-feiras do mês. Abaixo listamos estas e outras opções que movimentam a vida cultural do Santo Antônio Além do Carmo. Confira!

RESTAURANTES E CAFÉS

Café e ateliê de artes, o Cafélier é um dos lugares que não se pode deixar de conhecer ao visitar o Santo Antônio. Localizado na Rua do Carmo, n° 50, o espaço foi inaugurado no bairro em 2006, após um período de 12 anos instalado no Pelourinho. Charmosa e elegante, a decoração remete à dos cafés parisienses do século XX e as fotos de cantores como Cauby Peixoto e Bibi Ferreira são uma homenagem à Era de Ouro do Rádio.

Charmosa e elegante, a decoração do Cafélier remete à dos cafés parisienses do século XX. À esquerda, o artista e proprietário do espaço, Paulo Vaz
"Numa xícara de café pode-se colocar a beleza do mundo", disse Jorge Amado

Decorada com móveis e objetos de arte antigos, a casa mantém em exposição permanente obras de artistas plásticos como Reinaldo Eckenberber, Márcia Abreu e Leonel Mattos. Aberto de quinta a terça-feira, a partir das 14h, o espaço do artista plástico Paulo Vaz é marcado ainda por uma exposição de xícaras personalizadas, cardápio variado e uma vista panorâmica para a Baía de Todos os Santos.

>> Ao lado, a beleza da Cidade Baixa vista do Cafélier

Construído no século XIX, o charmoso casarão com paredes de barro batido abriga o clube da cachaça, rodas de samba e choro, além de um rico acervo de móveis garimpados e customizados pelos próprios donos

Entre as opções de cafés quentes e frios, há o Cafélier, bebida que leva o nome da casa, feita com café expresso, licor de Chocolate e chantilly. O vasto cardápio conta ainda com quiches, tortas, sopas, massas, saladas, chás, sucos, vinhos e chocolates. Às quintas e sextas-feiras, a partir das 17h, o Cafélier promove ainda uma espécie de festival de crepes em parceria com a chef Andrea Nascimento.
Sem aviso ou placa e com fachada redesenhada pelo tempo, o Espaço Cultural D'Venetta é parada obrigatória para quem mora ou está apenas de passagem por Salvador. Construído no século XIX, o charmoso casarão com paredes de barro batido abriga o clube da cachaça, rodas de samba e choro, além de um rico acervo de móveis garimpados e customizados pelos próprios donos.

Decorado com peças da arte popular e antiguidades, o D'Venetta se divide em diversos espaços ocupados com mesas de madeira reciclada, de tamanhos e formatos variados. A carta de cachaças com mais de 120 rótulos é o grande destaque da casa. O menu também agrada: o Arroz D'venetta, com frutos do mar e legumes, e a Maniçoba estão entre os pratos mais pedidos.

Localizado na rua dos Adobes, o D’Venetta costuma funcionar de quarta a sábado, das 18h às 23h30, e domingo, das 11h às 18h. "Costuma" porque é possível que você apareça por lá em um desses dias e horários e o espaço não esteja funcionando. A irregularidade de horário é uma característica marcante deste lugar que rejeita todo e qualquer tipo de enquadramento.

O Cruz do Pascoal é um dos mais tradicionais bares da capital baiana e foi inaugurado há mais de 60 anos

Antigo armazém de secos e molhados, o Bar Cruz do Pascoal é um dos mais tradicionais da capital baiana. Inaugurado há mais de 60 anos, o espaço fundado pelo espanhol Porfírio Amoedo é famoso pela cerveja gelada, pelos saborosos petiscos e pela privilegiada e disputadíssima vista para a Cidade Baixa e a Baía de Todos os Santos. A deliciosa carne de sol com pirão de aipim é a tradição da casa.

Carinhosamente conhecido como "Bar do Seu Porfírio", o Cruz do Pascoal manteve parte da decoração antiga, como um velho balcão de mármore, prateleiras de madeira e uma máquina registradora metálica de botões e teclados. Localizado ao lado do Plano Inclinado Pilar, atualmente fechado, o bar simples e discreto, recebeu o nome Cruz do Pascoal por estar perto de tradicional oratório homônimo ao bar.

>> Na imagem ao lado você vê outro carro-chefe do bar: o Arrumadinho, uma mistura de feijão-de-corda, linguiça, carne de sol e legumes.

Novas relações de trabalho, autogestão e ecofeminismo. São estes os três pilares que sustentam o Rango Vegan, uma espécie de restaurante-cooperativa criado, em 2006, por um engajado trio de mulheres. A alimentação vegana saudável, sem colesterol, lactose e produtos de origem animal, é a especialidade da casa, que oferece salgados, doces, tortas e pães, além do serviço de Marmitas Delivery.

Para além da questão gastronômica, o espaço também promove atividades educativas e culturais, como festivais de pizza, exposições fotográficas, apresentações musicais e oficinas de culinária.

Localizado na Rua do Passo, n° 62, o Rango funciona de terça a sábado, das 12h às 15h, e possui preços bastante acessíveis. Vale convidar os amigos para conhecer o espaço e aproveitar para saborear as delícias do lugar.

Aos interessados, a próxima oficina será de culinária oriental e acontece no dia 20 de julho. As inscrições custam R$ 50 e podem ser feitas antecipadamente através de formulário online ou no próprio Rango. Quem optar por se inscrever no dia da oficina pode correr o risco de não encontrar vaga.

Antiga casa de farinha, o Além do Cais iniciou suas atividades no início deste ano e apostou na originalidade do cardápio para se diferenciar

Costeleta de tambaqui, carne de fumeiro, aroeira, tapioca e urucum. Estes são alguns dos sabores e especiarias tipicamente brasileiros que integram o criativo menu do recém-inaugurado Além do Cais. Antiga casa de farinha, o restaurante iniciou suas atividades no início deste ano e apostou na originalidade do cardápio para se diferenciar. A programação musical do espaço também é um ponto positivo. De quarta a sábado, o público pode desfrutar de apresentações ao vivo sem cobrança de couvert artístico.

O Além do Cais apostou em sabores tipicamente brasileiros para se diferenciar

Às quartas-feiras é o jazz do pianista norte-americano Lerin Williams que dá o tom no Além do Cais. Quintas e sábados, a baiana Gabriela Ávila apresenta variado repertório de Música Popular Brasileira.

Já nas sextas-feiras, o neto do sambista Batatinha, Gabriel Penha, presta uma homenagem à música da Bahia cantando clássicos de compositores da terra.

Localizado na Rua Direita do Santo Antônio, n° 97, o espaço funciona todos os dias da semana, das 19h às 23h. De sexta a domingo, o Além do Cais também abre para almoço, até às 17h. As apresentações são fixas, mas podem variar em alguns dias.

ATELIÊS, ANTIQUÁRIOS E ESPAÇOS CULTURAIS

A Ophicina de Papel é um ateliê-empresa criado, em 1993, pela artista plástica Maria Luedy. Desde a criação do espaço, a artista se dedica à pesquisa do papel enquanto arte e suporte para obras de arte. A ideia é aplicar o eco-design a todos os produtos confeccionados. Além dos produtos, a Ophicina oferece também cursos e palestras sobre técnica e sustentabilidade.

Com temática religiosa, 'Santíssimas' é a mais recente coleção assinada por Maria Luedy

Com temática religiosa, 'Santíssimas' é a mais recente coleção assinada por Luedy. Toda a papelaria foi produzida com papéis artesanais da fibra da bananeira e papéis indianos feitos pela artista na Hand Made Paper Sri Aurobindo, em Pondicherry, durante sua temporada de estudos e pesquisas sobre o papel na Índia.

O trabalho levou a artista a explorar o lado barroco de Salvador e as iconografias bizantinas, primeiras imagens de santas na história. Além de peças de papelaria como cadernos, livros de orações e caixas, Maria também produziu espelhos, santuários e álbuns com inspiração religiosa.

O ateliê de Reinaldo Eckenberger integra o circuito da 3ª Bienal da Bahia e está aberto à visitação gratuita até 7 de setembro

Pintor, desenhista, gravador, escultor e ceramista, o argentino Reinaldo Eckenberger chegou a Salvador em 1965 e aqui iniciou sua vida profissional de artista plástico. No casarão de número 68 na Rua dos Passo, mora desde 1985. Lá abriga seu valioso acervo com mais de 600 obras de arte. Os trabalhos "irônicos e transgressores", têm traços da pop art e do expressionismo, mas não há uma orientação estética definida.

Eckenberger diz que sua arte nasce de modo espontâneo e divertido, sem grandes mensagens ou filosofias. Cada vez que abre o forno é uma surpresa. As bonecas com base de bibelô e cabeça de cerâmica, inspiradas no clássico "Alice no País das Maravilhas", são marcas registradas do artista.

O ateliê integra a programação da 3ª Bienal da Bahia e está aberto à visitação gratuita até o dia 7 de setembro, sempre às terças, quintas e sábados, das 13h às 18h. No espaço, os visitantes podem conferir não somente o acervo do argentino, mas também um exemplar da obra do artista inglês Jonathan Monk, "Somewhere Soon" (2010).

A iniciativa faz parte do Museu Imaginário do Nordeste, Departamento do Encontro, Seção Formas de Orientalismo.

Embora comercialize objetos de decoração antigos, quadros e móveis, o carro-chefe do antiquário de José Eleotério é a restauração

Poucos metros à frente do Cafélier, em direção ao antigo Convento do Carmo, está o antiquário do restaurador José Eleotério. Embora comercialize objetos de decoração antigos, quadros e móveis, o carro-chefe do espaço é a restauração, além da feitura de molduras.

Morador do Garcia, Eleotério montou seu ateliê primeiro no Pelourinho, em 1975, até transferi-lo para o Carmo, onde está há 15 anos."Naquela época o Pelourinho ainda não era nem restaurado. Era um local de prostituição e as pessoas não podiam nem transitar", recorda.

Entusiasta do trabalho artesanal, o restaurador chega a ficar até três meses trabalhando em uma única peça. Para dar conta da demanda, é auxiliado por mais dois ajudantes. Sem site do antiquário ou páginas nas redes sociais, José diz que sua maior propaganda é o boca a boca.

Destaque no Santo Antônio, o "Brechó do Cabral" reúne beleza, arte e história. Lá, é possível encontrar antiguidades para compra, venda e troca (Foto à esq.: Reprodução/À dir.: Thalita Lima/Labfoto)

"O movimento de restauração é enorme, tenho sempre muito serviço", conta. Segundo o artista, o segredo do negócio bem sucedido é a satisfação do cliente e as boas recomendações.

De balas de canhão, câmeras fotográficas a discos, postais e peças decorativas, o Cabral Descobertas é um pequeno e aconchegante antiquário na Rua do Carmo, que reúne beleza, arte e história. Lá, é possível encontrar antiguidades para compra, venda, troca ou contemplação apenas.

Chamado mais comumente de "Brechó do Cabral", o ambiente foi minuciosamente trabalhado pelo seu proprietário, o colecionador mineiro João Cabral, radicado na Bahia há mais de duas décadas. Destaque no Santo Antônio, o espaço teve sua história contada no documentário "Quanto Vale?", de Lisa Mastranico.

Desde a inauguração, em dezembro de 2013, a Casa de Castro Alves já abrigou exposições, shows e saraus

Rua do Passo, 42. Castro Alves ainda era um menino quando se mudou para o casarão acima. Seu pai, um médico especializado em doenças tropicais, atendia aos pacientes no térreo e morava com sua família nos primeiro e segundo pavimentos da casa. Desde dezembro de 2013, o espaço foi transformado em centro cultural aberto à visitação pública. De lá pra cá, já abrigou exposições, shows e saraus.

Exposição coletiva de arte contemporânea do projeto Arte de Passagem

A estilista e coordenadora da Casa de Castro Alves, Márcia Ganem, revela que o grande fio condutor do espaço é a poética. "A gente tem dialogado muito com a cena artística da cidade. Um diálogo que eu penso ser interessante para os moradores do Santo Antônio. A casa também é esse lugar onde as pessoas se encontram para conversar".

Em agosto, a casa realizará a primeira edição do Prêmio Castro Alves de Arte, que premiará o trabalho de fotógrafos e poetas, além de promover um curso de dez encontros com a escritora Ana Maria Gonçalves sobre lugares históricos e importantes para Salvador.

Atualmente, a casa sedia o projeto Arte de Passagem – Itinerância pela Arte Contemporânea da Bahia, que reúne uma exposição coletiva de arte contemporânea produzida na capital baiana e promove série de visitas aos ateliês dos dez artistas participantes, além de sessões de bate-papo entre o público e a curadoria. A mostra é gratuita e está aberta para visitação das 14h às 20h.

O Forte da Capoeira destacou-se no século XVII como um dos maiores pontos de resistência baiana à nova tentativa holandesa de reconquista de Salvador

Localizado no mesmo lugar da extinta "Trincheira Baluarte de Santiago", o Forte de Santo Antônio Além do Carmo destacou-se no século XVII como um dos maiores pontos de resistência baiana à nova tentativa holandesa de reconquista de Salvador. Na época da Ditadura Militar, já transformada em Casa de Detenção, abrigou muitos presos políticos.

Em 1976, a prisão foi desativada e três anos depois passou a ser ocupada pelo Bloco Carnavalesco "Os Lord's". Após reforma no início dos anos 1980, foi implantado no Forte o Centro de Cultura Popular e o Bloco Afro Ilê Ayiê começou a realizar seus ensaios no pátio interno da fortificação.

O Centro teve suas atividades praticamente desativadas em 1990, restando apenas duas escolas de Capoeira, que se mantêm funcionando até hoje: o Centro Esportivo de Capoeira Angola, do Mestre João Pequeno de Pastinha e o Grupo de Capoeira Angola Pelourinho, do Mestre Moraes.

Atualmente, o Forte da Capoeira promove aulas de capoeira, palestras, seminários, exibição de filmes, entre outros eventos culturais. Também abriga a Biblioteca Luiz Gama, aberta ao público de segunda a sexta-feira, das 9h às 12h e das 14h às 17h. Além do acervo, o espaço também dispõe de sala de leitura e videoteca.

PROGRAMAÇÃO CULTURAL

Gerônimo se apresenta todas as terças-feiras, sempre a partir das 19h, nas Escadarias do Passo

Há 10 anos, o público soteropolitano tem um encontro marcado todas as terças-feiras, sempre a partir das 19h, com o cantor e compositor Gerônimo, nas Escadarias do Paço. No verão, convidados especiais estão sempre marcando presença. O projeto é gratuito e aberto ao público.

Entre os artistas que já participaram do projeto estão Caetano Veloso, Carlinhos Brown, Margareth Menezes, Lazzo Matumbi e Roberto Mendes. No repertório, não faltam os principais sucessos do artista: 'É d'Oxum', 'Jubiabá', 'Menino do Pelô' e, claro, 'Macuxi muita onda (Eu sou negão)'.

Todas as últimas sextas-feiras do mês é dia de Samba do Botequim no Santo Antônio Além do Carmo. Comandada pelo Grupo Botequim, a roda de samba mais frequentada da cidade propõe homenagens a grandes sambistas baianos e brasileiros como Batatinha, Cartola e Noel Rosa. Aberto ao público, o samba a partir das 21h, no Largo de Santo Antônio.

A roda é uma parceria com o Forte da Capoeira, no projeto "Cinema, Capoeira e Samba", que promove a exibição de filmes sobre cultura popular e que, de alguma maneira, faça referência à capoeira. O samba já acontece há mais de cinco anos e, durante a trajetória, recebeu convidados ilustres como Juliana Ribeiro, Clécia Queiroz e Walmir Lima.

Organizada pelos moradores, a Feira das Artes, Maravilhas e Esquisitices acontece mensalmente na Praça dos 15 Mistérios (Fotos: Reprodução/Arte iBahia)

Se a última sexta-feira do mês é dia de samba no Santo Antônio Além do Carmo, o primeiro domingo já está reservado para a feirinha livre do bairro. Organizada pelos moradores, a Feira das Artes, Maravilhas e Esquisitices é aberta ao público e acontece mensalmente na Praça dos 15 Mistérios, próximo a Ladeira do Boqueirão, das 14h até a noite.

Entre rodas de samba, de contagem de histórias e mostra de filmes, a feira de troca e venda reúne artesanato, roupas, livros, bijouterias e outras miudezas vendidas a preços baixos e negociáveis. O geladinho de roska e a cozinha pirata são algumas das "esquisitices". Quem for de fora e também quiser vender seus produtos, pode. Basta pagar uma pequena taxa de para ajudar nos custos de luz e som.

O "Noites de Jazz" acontece às quintas-feiras, das 20h às 23h, no Bar de Todos os Santos e entorno da piscina do hotel

Clássicos de Ella Fitzgerald, Frank Sinatra e Ray Charles embalam as "Noites de Jazz" promovidas pelo Pestana Convento do Carmo Hotel e remontam no espaço a atmosfera musical dos anos 1940 e 1950. Realizado desde 2011, o projeto acontece sempre às quintas-feiras, das 20h às 23h, no Bar de Todos os Santos e entorno da piscina do hotel. O couvert artístico custa R$30 e o local dispõe de serviço de manobristas.

Criado em 1586 pela Ordem Primeira dos Freis Carmelitas, o antigo convento foi palco de grandes acontecimentos da história do Brasil, como durante a Invasão Holandesa (1624 a 1625), quando abrigou o Quartel General das forças de resistência e lá os holandeses assinaram sua rendição.

IGREJAS

Do alto da sua escadaria de 55 degraus, a Igreja do Santíssimo Sacramento do Paço surge imponente. Construída em 1736 para ser a matriz da freguesia criada quase duas décadas antes, a igreja é certamente uma das mais conhecidas da capital baiana. No local, foram gravadas cenas do clássico brasileiro 'O Pagador de Promessas', de Anselmo Duarte, que causou furor em Cannes e rendeu ao Brasil sua única Palma de Ouro da história.

A escadaria do Passo serviu de cenário para a via-crucis de Zé do Burro, protagonista do filme 'O Pagador de Promessas'

Ladeada por postes de ferro, a escadaria serviu como cenário ideal para a via-crucis de Zé do Burro, o roceiro que percorreu 42 quilômetros com uma cruz de madeira nas costas para pagar a promessa que restituiu saúde do seu melhor amigo, um burro chamado Nicolau. Encantados com a escadaria do Paço, Duarte e o produtor Oswaldo Massaini nem se importaram com o fato de a igreja não ser a de Santa Bárbara, como o texto da peça homônima de Dias Gomes exigia.

Além de estampar páginas de editoriais de moda, a Igreja do Paço e sua escadaria também serviram de locação para o filme 'O Paí Ó' e para a versão televisiva de 'O Pagador de Promessas'. Fechada desde 1998, a igreja deve passar por restauração em breve.

Depois de cuidadosa restauração, a Igreja do Boqueirão foi reaberta em 2010 com rampas e elevadores para facilitar a locomoção de portadores de necessidades especiais

Construída em 1726 pela Ordem Terceira dos Homens Pardos, a Igreja de Nossa Senhora da Conceição do Boqueirão se divide entre os estilos neoclássico e barroco. O piso em mármore cinza e branco contrasta com o forro marcado por pinturas ilusionistas de inspiração italiana e, embora seja do início do século XVIII, a talha do inteiror data do século XIX.

Tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em 1980, depois de cuidadosa restauração, a igreja foi reaberta em 2010 com rampas e elevadores internos para facilitar a locomoção de portadores de necessidades especiais. Número 60 da Rua Direita do Santo Antônio, a Nossa Senhora do Boqueirão celebra missas todos os domingos, às 9h.A fachada neoclássica, altar barroco e sacrário de prata, caracterizam outro tesouro arquitetônico do Santo Antônio. Palco de acontecimentos marcantes da história da Independência da Bahia, a Igreja Nossa Senhora do Carmo começou a ser erguida em 1532 pela Ordem Primeira dos Freis Carmelitas, mas só chegou a ser finalizada em 1723.

Com uma das mais belas sacristias do país, atualmente fechada ao público, a igreja faz parte do conjunto arquitetônico do Carmo, que integra também o antigo convento e atual Hotel Pestana. Destaca-se no acervo a escultura do Cristo Atado à Coluna, de Francisco Xavier Chagas, escravo conhecido como Cabra.*Com orientação e supervisão de Márcia Luz

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