Uma das personalidades mais esperadas neste sábado (4), durante o Festival Liberatum, foi Seu Jorge. O cantor, que integrou um painel sobre diversidade, cobrou novas políticas públicas que resguardem à população negra.
"Essa é uma hora muito importante de imaginarmos juntos políticas efetivas, não somente de inclusão, mas de combate à determinadas coisas que acontecem na nossa sociedade, sobretudo com a juventude", disse o artista no painel.
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Seu Jorge ainda destacou os últimos casos de violência em Salvador. "A juventude negra não tem um minuto de paz na Bahia [...] Nós tivemos imagens e flagrantes de violências cometidas contra o povo negro", ressaltou ele, segundo o site Correio24horas.
Ainda durante o evento, o artista falou dos desafios que enfrentou ao longo da carreira e deixou uma mensagem ao público presente. "As nossas diferenças têm tudo para contribuir para que a gente chegue no lugar desejado. Eu desejo que meu povo, meu país e minha gente sejam soberanos", afirmou.
Painéis em destaque
Com o tema "De quem é o papel de promover a diversidade", o painel integrado por Seu Jorge também contou com a participação do rapper Hiran, da atriz espanhola Rossy de Palma e e sua filha Luna García. A mediação foi de Ricardo Silvestre, CEO e fundador da Black Influence, uma das maiores agências de publicidade do Brasil.
A plateia teve a oportunidade de ouvir a experiência dos participantes em relação ao tema. Os convidados destacaram a necessidade de igualdade de oportunidades e representação justa de diferentes grupos construindo assim uma sociedade mais justa e inclusiva.
“A gente é muito potente, quero existir “porque” e não “apesar de” pois é o que a gente merece”. Pontuou Hiran, o rapper baiano que é destaque na música brasileira.
"Quando você não acredita, não consegue sustentar e realizar o que quer. Por isso, incentive quem está ao seu lado e quer coisas que parecem impossíveis porque eu sou exemplo do que acontece quando as pessoas acreditam", ressaltou ele.
Seu Jorge aproveitou o momento para anunciar o lançamento do seu novo trabalho que contará com a parceria de grandes nomes da música baiana como Pierre Onassis, Peu Meurray e Magary Lord arrancando aplausos da plateia e emocionando a todos com sua declaração de amor a Bahia: “ Sou carioca. Me identifico como um africano brasileiro, mas na Bahia me sinto completo brasileiro”.
Ainda neste sábado (4), a programação trouxe ciclos de palestras com Paulo Rogério e Tânia Neri; Edgar Azevedo, Paloma Elsesser e Teodoro; Alan Soares, Monique Evelle, Maurício Mota e Nina Silva; Kehinde Wiley, Bernardo Conceição e Bruno Rocha; e Karol Conká, Marcelo Zig e Kito Gois.
Monique Evelle falou sobre empreendedorismo. A soteropolitana foi investidora mais jovem da América Latina a participar do Shark Tank e desdobrou sobre o assunto.
"O que esperam de uma investidora negra? Que eu queira perfomar igual à branquitude. Esse ecossistema acredita que só existe uma única forma de fazer negócio no país, logo, a expectativa é que eu faça você sangrar. Afinal eu não sou golfinho, sou tubarão", disse Monique.
Ao fim, em coletiva de imprensa, a cantora Karol Conká relembrou os momentos difíceis que enfrentou após o BBB21. Ela foi eliminada com a maior rejeição da história do programa: 99,17%. "Eu passei por um processo doloroso de autoconhecimento depois de ter minhas fragilidades expostas. Foi como se eu tivesse perdido o direito de me expressar sobre qualquer assunto", falou.
Para se reerguer, a cantora se afastou das redes. Hoje, ela não tem mais sentimentos negativos sobre o assunto ou sobre as pessoas que a julgaram. "Eu não vou ter raiva das pessoas que julgam, não vou cultivar isso porque vai me amargurar mais", ressaltou.
Mayra Lopes
Mayra Lopes
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