Foto: Allana Gama
Um show e tanto em um dos pontos mais marcantes do Carnaval de Salvador. Foi isso que o 'Paredão Tropical' proporcionou na noite deste domingo (27) no edifício Sulacap, localizado na Praça Castro Alves. O evento reuniu em um só lugar Carlinhos Brown, Gaby Amarantos, Xanddy do Harmonia do Samba, Lia de Itamaracá, Larissa Luz e os blocos Ilê Aiyê, Cortejo Afro e Didá.
A apresentação começou com a voz de Lia de Itamaracá e da Banda Didá, que cantaram o clássico 'Quem me deu foi Lia'. Na sequência, se apresentou Larissa Luz. Ela trouxe grandes canções que representam o sertão e a capital soteropolitana - 'Maracatu Atômico', de Chico Sciense e Nação Zumbi, 'Protesto Olodum', de Tatau, e 'O que se cala', de Elza Soares.
O cacique Carlinhos Brown deu um show trazendo 'Amantes Cinzas', 'Charles Ilê' e 'Meia Lua Inteira', canções de própria autoria. O artista tocou um pandeiro e cantou no centro do prédio, que é um dos mais tradicionais da capital baiana e emblemático para o carnaval de rua tradicional.
Na apresentação, o Ilê Aiyê trouxe, com muita emoção, a música 'Que Bloco é Esse', que representa a essência negra e a potência que o primeiro bloco afro do Brasil tem!
Xanddy, da banda Harmonia do Samba, se apresentou na lateral do prédio. Ele mostrou a força do pagode e do samba raiz ao som de 'Ei Moça' e 'Desafio'. Dentro desse contexto, o artista destacou que o som das comunidades merece destaque.
A representante do Norte do país, Gaby Amarantos, cantou 'Sinhá Pureza' e 'Frevo Mulher'. A cantora veio com o objetivo de mostrar que ambas regiões têm semelhanças e diferenças, porém juntas são únicas em riquezas culturais e musicais.
O último a se apresentar foi o Cortejo Afro. Aloísio Menezes, um dos vocalistas do grupo, cantou 'Sorriso Negro', música de 1981 e que até hoje é uma das canções mais tocadas em muitos ensaios carnavalescos.
A apresentação teve apenas 20 minutos e finalizou com os 5 artistas cantando juntos 'Chão da Praça', canção de Moraes Moreira, que completa 2 anos de morte este ano.
Bastidores
O iBahia acompanhou os bastidores do evento chamado '100 janelas históricas de Salvador', feito em homenagem à música preta percussiva, essência do Carnaval. O segredo em torno do local do evento, que não foi revelado anteriormente, causou um burburinho na web.
Somente às 20h45 - momento em que a apresentação começou e mobilizou quem passava pela Praça Castro Alves, em Salvador - que tudo foi explicado.
A produção foi da cervejaria Devassa e o espetáculo foi transmitido ao vivo pelo canal do Multishow, na TV, e do YouTube, da Devassa. As músicas transitaram por ciranda, carimbó, samba reggae, maracatu e frevo, em alusão às manifestações culturais originárias do Norte-Nordeste.
Lia de Itamaracá, de 77 anos, é uma dançarina, compositora, cantora de ciranda brasileira e considerada a mais célebre cirandeira do Brasil. Em entrevista ao iBahia, ela falou sobre a importância do evento. "Esse evento para cultura preta é muito importante, para todos os pretos, principalmente eu - Lia de Itamaracá, que tenho orgulho de ser preta e luto pra vencer", pontuou.
Já o cantor Xanddy comentou sobre a participação ao lado de cantores e bandas que representam a base da cultura baiana. "Eu estou achando isso aqui muito original, por aqui está exatamente nossa essência, nossas raízes...tudo nasce na percussão, essa é nossa base. Tô muito feliz em fazer parte disso", disse o vocalista.
Vale ressaltar que o espetáculo foi realizado cumprindo todas as medidas e protocolos pandêmicos exigidos pelo Governo do Estado.
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Redação iBahia
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