Circuito Osmar (Foto: Divulgação/Prefeitura de Salvador)
Quem é você na fila dos portais de acesso aos circuitos oficiais do Carnaval de Salvador? Você é Dodô, Osmar ou Batatinha?! Só de falar nos nomes, já bate uma saudade daquela agonia típica do período. Não tem jeito, 2022 será de fato o Carnaval da Saudade. Mas, o iBahia é um folião raiz e por isso resolvemos aproveitar a ocasião para trazer um pouco mais de informação sobre esses espaços, que juntos formam a maior festa de rua do planeta.
A dica aqui é para todo mundo! Nem venha com essa história de que você é baiano. Se for, melhor ainda...aproveite e descubra os segredos históricos do nascimento da festa e pare, de uma vez por todas, de confundir Campo Grande com Dodô, ou Barra/Ondina com Osmar. E aí?! Partiu?!
Como tudo começou
Você realmente sabe como surgiu o Carnaval na Bahia?! Do primeiro registro histórico dessa festa?! Pois é...Quem nos detalha isso é o historiador Jaime Nascimento. Em entrevista ao iBahia, ele contou que os primeiros registros aconteceram em 1855 e em moldes que você nem imagina ou vivenciamos até então.
"O Carnaval na Bahia começa em 1855 e era comemorado como 'Entrudo'. A prática foi trazida para o Brasil pelos colonizadores portugueses e se configurava numa festa de rua em que as pessoas se utilizavam de brincadeiras, que com o passar do tempo, se tornaram práticas violentas - como por exemplo encher bexigas com água fetida ou urina para jogar nas pessoas. Na época, o Governo da Província da Bahia resolve intervir e para isso, contratam o diretor de teatro italiano, Clemente Mugnai, e faz com que ele realize um baile de máscaras no Teatro São João", explicou o especialista.
Ainda de acordo com Jaime, o teatro ficava na Praça Castro Alves - espaço que hoje é um marco de parada do Carnaval de Salvador. "Dois anos depois, copiando o modelo de carnaval de Veneza, é autorizado que os figurinos do guarda-roupa do teatro fossem emprestados para as pessoas que tivessem interesse em participar do baile", completou Jaime trazendo um detalhamento sobre o início dos bailes de carnaval na capital baiana.
Em paralelo, os carnavais dos bairros ganham força e é assim que, ao longo dos anos, o carnaval vai se moldando e se transformando nos circuitos oficiais que conhecemos hoje!

Circuito Osmar
Dentro desse contexto, se você é folião raiz, mas raiz mesmo...sabe que o primeiro ponto de parada é no Campo Grande. Sim, o Circuito Osmar é o circuito do Campo Grande. Gravou?!
Ao todo, são cerca de 6 km de muita música e diversidade. Hoje em dia, ele é o circuito mais tradicional do Carnaval, começando na Praça Dois de Julho, passando pela Avenida Sete de Setembro, seguindo até a Praça Castro Alves (que falamos anteriormente, lembra?!) e encerra na Avenida Carlos Gomes.
Historicamente, Jaime contou que a formação desse circuito oficial só se deu nas décadas mais recentes muito por conta da demanda dos blocos de bairros, que chegavam até a Praça da Sé e seguiam para a Avenida Sete. "O circuito do Campo Grande é coisa da década de 70/80 e ele desloca o fluxo que estava concentrado na Praça da Sé. Depois do crescimento do número de blocos e de participantes, vem a necessidade de ampliar mais uma vez o percurso. O circuito já existia, que era do Centro Histórico, e depois que vai ser nomeado para o (circuito do) Campo Grande. Muito tempo depois vem o da Barra."
Com isso é fácil de entender a força que esse espaço tem! No modelo tradicional, é no Circuito Osmar que desfilam os blocos de samba, blocos afro e se mantém a tradição de ter os maiores blocos e atrações sempre aos domingos, segundas e terças de carnaval - dias em que, no passado, se comemorava o Carnaval ‘oficial’ na Bahia.
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Circuito Batatinha
O Centro Histórico é a base de Salvador. Não tem jeito! Os blocos carnavalescos sempre circulavam por este centro, e hoje não é diferente. Mas o que mudou?! Quase nada. Se você alternativo e prioriza um carnaval das antigas, então se jogue no circuito Batatinha. Não há trios elétricos e os foliões curtem o som de marchinhas e blocos pequenos pelas praças e ruas. É no Centro Histórico, também, que acontece o “Desfile de Fantasias na Praça Municipal” e onde tem o Palco Multicultural, com orquestras e samba, muito samba.
Um detalhe muito importante a se destacar é que a folia é colorida e ideal para as crianças. Então use e abuse das fantasias. Os bloquinhos e fanfarras normalmente invadem as ladeiras do Pelourinho, em direção ao Carmo. Então, não tem como se perder.
Circuito Dodô
Com um percurso de aproximadamente 4 km, o Circuito Dodô é o mais desejado pelos universitários e jovens. Primeiro que ele liga as praias da Barra e Ondina. O visual da orla é lindo, e em paralelo contempla – com os camarotes – a parte mais elitizada da cidade. Aqui é trio, atrás do outro e o boom acontecem às quintas, sextas e sábados. Vale ainda pontuar os famosos arrastões, que marcam o encerramento da folia, também são realizados no percurso, mas na quarta de cinzas.
O surgimento do circuito Dodô é mais comercial. Ele só ‘pega’ depois que algumas confusões, entre artistas, se configuram no circuito Osmar e Ricardo Chaves e Daniela Mercury resolvem apostar nesse novo local. E a coisa pegou! Hoje, o circuito é tão forte que desfiles alternativos se formaram dentro dele – Fuzuê, Pipoco, Furdunço e Habeas, por exemplo.
E aí? Já descobriu qual circuito combina com você? Pronto! Agora é só se jogar e aproveitar o que cada um tem de melhor. Afinal, são 7 ou mais dias. Aproveite e bom Carnaval!
Leia mais sobre o Carnaval de Salvador no ibahia.com
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Redação iBahia
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