Receber a notícia de que está grávida é uma surpresa, mas pode ser ainda mais chocante quando se descobre uma gestação de quadrigêmeos. Esse foi o desafio que a cantora baiana, Lia Gondim, 41 anos, precisou enfrentar quando descobriu que estava gestante de Ananda, João Rafael, Pedro Hugo e Valentina, hoje com um ano e três meses.
Em entrevista ao iBahia, a soteropolitana e ex-participante do "The Voice Brasil", contou que a descoberta da gestação, aos 39 anos, foi um choque tão grande que demorou um pouco para entender a dimensão da notícia.
"Quando vi, eu falei: Meu Deus, o que é isso?. Quando eu olhava para a máquina pareciam que eles eram sete, porque cada um estava em um saquinho. Eu só pensava: 'Muito obrigada, mas pode parar, eu não sou cachorro não' ", contou ela, aos risos.
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Quando a ficha finalmente caiu, veio o desespero. Acompanhada do marido, Fernando Rosa, músico e produtor da cantora Claudia Leitte, Lia saiu do hospital e teve uma crise de choro que até hoje ela não sabe explicar. "Eu contei para minha mãe e falei: 'mãe, eu não estava chorando de tristeza, porque eu amo criança. Eu queria ser mãe e tudo, mas eu não estava chorando de felicidade também. Eu não sei o que eu senti.' Então, ela falou: 'o nome disso é desespero'", relatou.
Com uma gravidez rara, tardia e cheia de desafios, a baiana resolveu encarar as dificuldades com otimismo e confiança, vivendo um dia de cada vez. "Se tivessem me dito antes o que eu iria passar, eu diria não vou, eu não vou conseguir. Hoje eu olho para trás e digo: 'velho, eu venci isso ai, que orgulho danado!", comemorou a cantora.
Maternidade consciente
As crianças nasceram prematuras e tiveram de ficar um período internados em uma Unidade de Tratamento Intensivo (UTI). Com os bebês fora da barriga, a cantora se via diante de uma nova fase em seu processo de amadurecimento maternal e foi acompanhada durante todo o tempo pela vontade de fazer com que tudo desse certo.
"Na minha fase de puerpério, eu me sentia uma funcionária de uma fábrica (risos). Porque, quando a mãe tem um [filho] existe aquele momento em que ela senta [depois dos momentos] difíceis, bota o bebê no colo [e relaxa]. [No meu caso], a demanda era de quatro crianças, muitas vezes eu tinha que passar essa fase do botar no colo para alguém da rede de apoio", relatou Lia, que precisava fazer muitas tarefas ao mesmo tempo. "Eu trocava 32 fraldas por dia, cortava 80 unhas dos pés e mãos, além da amamentação", complementou ela.
Diante deste turbilhão intenso de tarefas, a cantora chegou a chorar diariamente por pura exaustão. "Eu nunca tive vergonha de chorar, para mim o choro sempre foi cura. Então, meu momento acontecia, eu chorava ali 2 minutos, sei lá quanto tempo e passava. Pronto, 'tô' nova ".
A fim de tornar a meta do "um dia de cada vez" possível, Lia escreveu um mantra que guiava as escolhas da baiana em relação aos filhos e à família. "Está dando certo porque estamos comprometidos temos fé, iniciativa, autocontrole e consistência", recitou Lia.
Foi se apoiando na fé que a cantora encarou os desafios com os quadrigêmeos, seja nos momentos da alimentação, hora de brincar ou até mesmo nas questões de saúde.
Ser mãe é um convite para você viver em outro estágio de existência. [Apesar da insegurança], as respostas estão na gente, nossos filhos são a gente", afirma ela
trabalho x casa
A rede de apoio foi, e é, essencial para que Lia consiga exercer seu papel de mãe e, aos poucos, retornar aos palcos. Antes de engravidar, Lia e o marido, que também é produtor de eventos, tinham uma rotina de viagens devidos aos shows da cantora. A baiana precisou dar uma pausa nessa rotina, mas nunca abriu mão de trabalhar.
Mesmo com a gestação cheia de cuidados especiais, Lia não deixou de dar aulas de música e canto. A baiana trabalhou até um dia antes de seu parto e, agora que os bebês completaram um ano, tem arriscado fazer shows em pequenos eventos de Salvador.
"Minha rede de apoio ajudava, eu dava as aulas e voltava para realidade da maternidade. Eu continuei dando aula pela minha sanidade e porque eu tenho quatro filhos para sustentar", conta ela, sorrindo.
Mantendo a positividade, Lia segue fortalecendo sua fé e se apoiando em uma rede de pessoas, sejam familiares ou seguidores da página no Instagram onde compartilha o dia a dia com os quadrigêmeos.
Costurando seu caminho entre as dificuldades, a baiana constrói sua própria forma de encarar a maternidade e compartilha suas perspectiva com outras mães. "Fizemos a conta para divulgar o crescimento saudável dos nossos filhos para a família, que não podia participar do processo porque estávamos na pandemia. Mas seguimos nessa troca com as pessoas depois que um vídeo nosso viralizou. Eu agradeço muito aos seguidores que são instrumentos de Deus na nossa vida".
A maternidade vem dessa maneira, se você fizer o que tem que ser feito todos os dias vai dar certo, porque não existe erro tudo aprendizado. A gente vive o processo intensamente, se sente fortalecida e segue", afirma ela.
*Sob supervisão do repórter Lucas Salles.
Iamany Santos
Iamany Santos
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