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Time dos sonhos BaVi: Macho Nadinho, o goleiro eleito do Bahia

O goleiro foi campeão da Taça Brasil em 1959 pelo Bahia e Baiano em 1953, encerrando jejum de 44 anos do Vitória

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25/01/2011 às 12:29 • Atualizada em 27/08/2022 às 15:44 - há XX semanas
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Arcevo pessoalLeonardo Cardoso nasceu em 24/8/1930, em Alagoinhas, a 108km de Salvador. No que dependesse da família, jamais teria sido jogador de bola. “Chegava em casa depois do almoço, eu tomava sopapozinho. ‘Porque tá chegando tão tarde?’”, recorda Nadinho, imitando a voz dos pais.

Foi campeão baiano em 1953, encerrando jejum de 44 anos do Vitória. No gol, Nadinho; na ponta-esquerda, Quarentinha, futuro ídolo do Botafogo. “Ah, Macho, quando eu chego na área, você fica perdido”, fala, imitando o ex-companheiro.





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Ganhou o apelido de Macho pela postura. Se o treino era às 8h, dez para as 8h estava de roupa trocada. Evitava noitadas; não tinha escolaridade de boate ou de beber. Lembra apenas de um copo de cerveja em Lima, no Peru. Foi em 1956 ou 57, quando estava no Bangu. “Eu, Zizinho, Zózimo. A gente ia passando e resolvemos tomar. Zizinho até disse: ‘Nadinho, não bebe’. Mas eu disse: ‘Eu vou tomar’. Sentei e tomei”.

No final de 57, tomou a decisão que mudou sua vida e a história do Bahia. Com saudades de Salvador, resolveu deixar o Rio. O namoro com o Bahia nasceu no Campo da Graça, numa daquelas atividades que havia até jogador sem chuteira. O Natal estava perto. O técnico Bengalinha foi honesto: os rubro-negros desconfiavam do retorno. A esperança era o interesse do presidente do Bahia, Osório Vilas Boas. Explicou tudo ao presidente do Bangu, Fausto Almeida.

Estava no Hotel Suíço, na Cinelândia, Rio, quando o telegrama enviado pela Western avisou que o dinheiro havia sido depositado no Banco da Bahia, agência Rio. Nadinho, talvez o craque-goleiro das menores expressões corporais da história tricolor, assinou contrato em 1958. Jogava com amor à torcida, que “levantava defunto, levantava defunto”, valoriza, punho cerrado, indicador em riste.

Titular por uma década, com estilo e personalidade, mudou o perfil da posição. Viveu os anos de maior sucesso da república da Ribeira e do Edifício Saga, na Rua Carlos Gomes, a sede que era dividida entre casados e solteiros pelo “corredor da morte”. Campeão da Taça Brasil de 1959, penta baiano de 1958 a 62, titular nas Libertadores de 1960 e 63, conheceu também a Europa nas excursões pelo Bahia.

No final da carreira, entre 63 e 68, conciliou os estudos da faculdade de direito com viagens a Salvador. Aparecia nos treinos de conjunto e nos jogos. Situação repetida de 69 a 73, ao voltar ao Vitória. “Um diretor do Bahia virou para mim e disse: ‘Você só não é melhor jogador do que Lessa porque Lessa faz ponte. Você nunca faz’. Não tolerava me atirar no chão”.

Lessa, seu antecessor, virou trecho da música Tradição, de Gilberto Gil: “Um goleiro, uma garantia”. Com 1,77m e 60kg, era espetacular na arte da defesa e da plástica. Nadinho, com 1,86m e 82kg, era o contraponto da simplicidade. Deixava pra torcida o gesto de se curvar e estender o braço, num daqueles cumprimentos rasgados que exigem um chapéu com penacho pra varrer o chão.



*Matéria publicada na edição impressa do jornal Correio do dia 25 de janeiro de 2011



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