Está procurando emprego? O primeiro passo é elaborar um currículo. A tarefa não é difícil, mas exige alguns cuidados. E para ajudar quem está em busca de trabalho, o iBahia conversou com a psicóloga e analista de recursos humanos de uma empresa de grande porte na área de fabricação e comércio de produtos de informática, Mariana Queiroz, que deu algumas dicas sobre o que é e o que não é recomendável na hora de fazer um currículo.
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| Os candidatos devem ficar atentos ao elaborar currículos |
“O currículo é um cartão de visitas, é como se fosse uma foto do profissional. Em um curto espaço de tempo, o recrutador tem que ter acesso a quem é este profissional, se inicialmente ele atende aos requisitos da vaga a qual está concorrendo”, explica Mariana. Segundo a psicóloga, embora seja o perfil profissional o que será considerado em uma seleção de emprego, um bom currículo já abre portas para participar de outras etapas do processo seletivo, como entrevistas, dinâmicas e testes.
* Colocar as informações mais importantes para o preenchimento da vaga. Para profissionais da área técnica, por exemplo, é importante colocar no currículo cursos da área, as experiências. Entretanto, na hora de descrevê-las, deve lembrar que nem sempre quem vai ler o currículo é da área, sendo recomendável utilizar palavras de fácil compreensão sem deixar de lado as informações técnicas que o recrutador deve saber. Caso o profissional não seja da área técnica, ele deve colocar as experiências que podem ser atrativas para o cargo de interesse.
* Descrever o cargo. Às vezes, o nome de um cargo corresponde a diversas funções em diferentes empresas. Então é importante descrever as experiências dentro do cargo, da empresa, indicar o tempo, sem deixar a objetividade de lado.
* Apresentar toda a trajetória profissional. É importante para o recrutador ver que o profissional foi promovido, por exemplo. Caso sejam muitas, que deixem o currículo grande, o ideal é colocar as últimas e as mais importantes para a área de atuação que deseja. É aconselhável inserir o tempo de atuação, os cargos que ocupou nas empresas e a descrição básica das atividades desenvolvidas. É interessante também colocar os motivos da saída das empresas que já trabalhou.
*Inserir telefones de contato. Colocar não apenas o número do celular, pois há possibilidade de roubo. O ideal é também acrescentar o telefone fixo e o e-mail, pois, a depender do volume de trabalho, o recrutador nem sempre pode tentar diversas vezes o contato, por mais que goste do currículo.
* Se for colocar foto, utilize fotografias adequadas. Entretanto, não é obrigatório, já que não é permitido considerar questões de aparência como preponderantes para o preenchimento da vaga.
* Indicar se tiver disponibilidade de morar em outra cidade ou estado. * Atenção à ortografia. O uso correto da língua portuguesa é muito importante, sobretudo se a vaga requisitar fluência escrita. “A questão do conhecimento em português também vai ser avaliado em outras etapas, como redação, algum teste, porém o currículo é seu cartão de visita, então é importante que ele esteja bem apresentável”, alerta Mariana Queiroz.
* Quanto ao tamanho, ao menos nas empresas que Mariana tem trabalhado, o currículo de uma página não é parâmetro. “O importante é que seja objetivo, de fácil leitura, que não canse o recrutador e não faça que, por ele ter que fazer uma leitura rápida, não leia informações importantes. Se for de uma página melhor, mas se tiver experiências relevantes, é melhor passar de uma página do que suprimir para caber”, aconselha a psicóloga.
* Sempre colocar informações verdadeiras, como tempo, cargo ocupado. Mesmo se um profissional seja do cargo de assistente e exerça a função de analista, deve colocar no currículo “assistente”, pois às vezes a informação é comparada com a carteira de trabalho. Também há a opção de contar o que fez na empresa e é importante colocar informações extras, desde que sejam verossímeis. Às vezes, também pode ser solicitado certificado para comprovação das experiências.
*Quanto ao conhecimento em língua estrangeira, o profissional deve colocar o que de fato acha que tem e não o que desejaria. Se isto for um requisito essencial para a vaga, ele vai ser avaliado durante o processo seletivo e podem ser requisitados testes que certificam o nível de fluência. Às vezes, o profissional tem dificuldade de dizer se o conhecimento é avançado, fluente. Quando o candidato coloca avançado e o avaliador considera o nível de fluência intermediário, por exemplo, ele pode até ser direcionado para outra vaga, caso o avaliador veja que não foi de má fé, para pleitear uma vaga.
*Colocar data de atualização do currículo. Não é obrigatório, mas às vezes a empresa recebe dois currículos de uma mesma pessoa e a data vai indicar qual é o mais atualizado. Além disso, sempre que atualizar uma informação, como uma nova formação, se o profissional tem interesse em trabalhar em uma empresa que não foi chamado, deve enviar o currículo novamente.
* Inserir contato de pessoas que possam servir como referência profissional, ou seja, dar referências sobre sua atuação em determinada empresa. Pode ser, por exemplo, seu antigo chefe.
* Fazer um currículo muito extenso. Isso pode demonstrar falta de objetividade, o que é importante para algumas vagas. Além disso, na hora da triagem, o recrutador não pode perder muito tempo lendo e pode receber um volume grande de currículos.
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| Cuidado na escolha das fotos |
* Colocar fotos inadequadas, de biquíni, tomando cerveja, fazendo careta, por exemplo.
* Os profissionais da área técnica descreverem com vocabulário muito técnico as experiências e cursos. Como nem sempre o recrutador é da área, a leitura pode se tornar incompreensível.
* Erros de português. * Usar cores que impeçam a leitura do currículo, como fundo preto e letras coloridas. Neste caso, além de acarretar em alto custo na impressão, as informações não apareceriam no documento impresso. Também não é aconselhável usar cores muito claras. “O importante é conseguir ver as informações”, afirma Mariana Queiroz.
* Colocar informações falsas. “Qualquer tipo de mentira no currículo é mal avaliada”, diz Mariana. Mentir é arriscado, pois caso o profissional seja contratado vai ter que mostrar na prática a experiência que deturpou no currículo e geralmente há um período de experiência na empresa. E, por uma mentira, o profissional pode não ser contratado.
* Falar frases rudimentares na língua estrangeira e colocar “fluente” no currículo. Neste caso, o profissional talvez passe em alguns passos da seleção, mas quando for requisitado perde e fica feio para imagem profissional. “Ninguém quer um profissional que não seja ético. O importante é que se você não se acha preparado, não minta no currículo, busque conhecimento para que você tenha esse idioma fluente de fato. É um caminho melhor do que a mentira”, aconselha Mariana.
* Ao preencher o endereço, não colocar onde mora e sim, o endereço do pai ou da mãe, ou o que recebe correspondências. Para algumas vagas, o local de moradia é preponderante e, às vezes, a empresa busca pessoas que residem próximo ao trabalho. Neste caso, o candidato pode até morar perto, mas perde a vaga com o endereço errado.
* Ao descrever os cursos extracurriculares, colocar atividades da época escolar, depois de 20 anos que saiu da escola. * Inserir contatos de familiares como pessoas que possam dar referência sobre a atuação profissional. Entrega ou envio do currículoDepois de elaborado o currículo, vem a dúvida: entregar pessoalmente ou enviar por email? Segundo Mariana Queiroz, algumas empresas não trabalham mais com currículos impressos, pois geralmente existe uma fonte de envio por e-mail ou fazer inscrições em site. Se você optar por ir à empresa, o ideal, de acordo com a psicóloga, é verificar se há uma forma de enviar por meio eletrônico, como o email. O endereço eletrônico tem sido muito utilizado no envio de currículos.
InformaçõesAgora que já sabemos dicas para ajudar na hora de fazer um currículo, vamos saber quais as informações que não podem faltar, de acordo com a psicóloga Mariana Queiroz.
