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Investigação

'Vítima indefesa', diz delegado sobre metalúrgico morto em briga

Segundo o delegado que investiga o caso, a briga de trânsito durou um minuto

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Nathália Amorim

22/11/2023 às 7:09 • Atualizada em 22/11/2023 às 14:00 - há XX semanas
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O homem suspeito de matar a tiros o metalúrgico Jacivaldo Pereira, de 44 anos, durante uma briga de trânsito em Feira de Santana teria mentido ao dizer que a discussão com a vítima havia demorado.


				
					'Vítima indefesa', diz delegado sobre metalúrgico morto em briga
'Vítima indefesa', diz delegado sobre sobre metalúrgico morto em briga. Foto: Acervo Pessoal

De acordo com o delegado Gustavo Coutinho, que investiga o caso e confirmou a informação, toda a ação ocorreu durante um minuto. Ainda segundo a investigação, aparentemente a batida foi leve e sem danos para o veículo.

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"Foi um pequeno choque e inclusive o carro do autor [dos disparos] tinha um reboque e não tinha necessidade de ele estar ali discutindo. A vítima estava indefesa e desarmada.[...] Deu para perceber que foi uma coisa muito rápida, de 50 segundos a um minuto", afirmou Gustavo Coutinho.

Jacivaldo Pereira foi baleado na última quarta-feira (15), e uma câmera de segurança filmou a situação. No momento do crime, ele estava acompanhado das duas filhas, de 24 e 8 anos, e do neto, de 2 anos.

O delegado solicitou a prisão preventiva do suspeito por causa da análise das câmeras de segurança e os depoimentos da esposa e filha da vítima. Ambas estavam presentes no momento do crime.

Ainda de acordo com o delegado, a ação foi muito rápida e não justifica os tiros contra o dentista Lucas Ferraz. O homem ainda não foi preso.

Gustavo Coutinho diz ainda que o crime poderia ter sido evitado se o suspeito tivesse conversado e resolvido a situação com a ´vitima, sem a necessidade do uso de arma.

"Nada justifica o autor ter ceifado a vida de um trabalhador. Uma pessoa de bem que estava com a família, filhas e um neto de 2 anos. Uma pessoa que não oferecia risco nenhum , disse o delegado.

Depoimento do suspeito

O delegado também detalhou o depoimento do suspeito. Ele teria dito que a discussão durou de três a cinco minutos e que a vítima tinha partido para cima dele.

A defesa do dentista Lucas Ferraz afirma que Jacivaldo Pereira estava alcoolizado e provocou a briga. No entanto, a versão não foi confirmado pelo delegado.

"Estamos aguardando o laudo cadavérico que vai demonstrar realmente se a vítima estava ingerindo bebida alcoólica ou não. Mas independentemente disso não justifica o fato. [...] É mais um motivo para o autor saber que não havia necessidade de efetuar um disparo por causa de uma pequena colisão de trânsito", disse o delegado.

As câmeras de segurança instaladas na Avenida Eduardo Froés da Mota, perto do bairro Santo Antônio dos Prazeres, mostra que o carro dirigido por Jacivaldo colidiu na parte traseira do veículo de Lucas.

Os familiares do metalúrgico contaram que o suspeito já saiu do veículo nervoso com a arma nas mãos. Ele teria dito que iria pagar o prejuízo e foi baleado.

"A mulher que estava com ele segurou a mão dele e disse 'por favor, por favor'. Ele apontou a arma para o meu pai e eu e a minha irmã de oito anos gritamos: 'por favor, não atira no meu pai, ele vai pagar'. Ele atirou no pai e saiu friamente", afirmou Alana Costa, filha mais velha de Jacivaldo.

A vítima chegou a ser socorrida para uma unidade de saúde, passou por uma cirurgia mas não resistiu. O corpo dele foi sepultado na manhã de sexta-feira (17), sob forte comoção.

Versão da defesa do suspeito

Segundo a defesa do suspeito, ele estava a caminho de uma missa no momento do crime. O advogado Joari Wagner, o cliente só usou a arma de fogo porque Jacivaldo foi 'para cima dele'

"Ele informa que a todo momento tentou afastar e que Jacivaldo estava visivelmente embriagado, alterado e exaltado. Ele tem plena consciência que as imagens das câmeras de segurança do local vão comprovar tudo isso", afirmou o advogado.

O advogado diz ainda que o cliente tento atirar na perna de Jacivaldo para contê-lo, mas o disparo atingiu a região da cintura.

A família da vítima contesta a versão. Testemunhas afirmam que o atirador estava sem camisa e não estava a caminha da missa.

"Eu, quando vou à missa, levo minha Bíblia, não vou com arma na mão. Ele está mentindo", disse Alana Costa, filha mais velha de Jacivaldo.

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