Sobrevivente relata desespero após batida com 24 mortos na Bahia

Uma das sobreviventes da batida que matou 24 pessoas na cidade de São José do Jacuípe, no norte da Bahia, relembrou nesta terça-feira (9) momentos de desespero após o acidente.

Flávia dos Santos perdeu a mãe, identificada como Maria Eunice, de 55 anos, e a filha, Isabela, que tinha apenas 14 anos. Os corpos foram velados no bar que pertencia a família, em Jacobina, na mesma região do estado.

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Ainda internada, em tratamento, a sobrevivente foi levada para a cerimônia por uma ambulância, e participou deitada em uma maca e ficou muito emocionada. Em entrevista à TV Bahia, ela falou sobre a experiência traumática.

"Antes da batida, eu lembro de um clarão na minha frente. Veio esse clarão, depois um tombo, acredito que foi a batida. Depois, o escuro. Eu senti um peso muito grande em cima de mim. Aí eu consegui me mexer e sair do carro. Mas antes de conseguir sair, eu comecei a chamar por eles todos, para ver se alguém me escutava, para tentar ajudar, e eu não escutei ninguém".

A família estava no micro-ônibus que bateu de frente com o caminhão. O coletivo voltava para Jacobina, após um passeio em Guarajuba, no Litoral Norte. O noivo de Flávia, que era saxofonista e conhecido como Guel do Sax, e o companheiro da mãe dela, Paulo, também morreram.

Ainda na entrevista, a sobrevivente disse que teve a impressão de que o micro-ônibus estava mais rápido quando bateu. No entanto, ainda não se sabe o que motivou o acidente. O caso é apurado pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) e pela Polícia Civil (PC).

"Antes da batida, eu percebi o motorista correr um pouco mais. Eu percebi que ele estava correndo mais do que ele vinha, mas jamais a gente iria esperar. A gente estava em um dia de lazer e queria voltar para casa em paz, mas na volta aconteceu essa tragédia. Eu perdi minha família".

Acidente

A batida entre o micro-ônibus e o caminhão aconteceu no KM-386 da BR 324, no final da noite de domingo (7). A Polícia Rodoviária Federal (PRF) registrou a situação por volta de meia-noite.

Os veículos bateram de frente. Eles ficaram parcialmente destruídos e um trecho da rodovia ficou fechado, porque o caminhão ficou atravessado na pista e a carga foi espalhada.

O coordenador da Brigada Anjos Jacuipenses, Lucival Souza, que atuou no resgate das vítimas do acidente descreveu o local da batida como uma "situação de guerra".

Segundo Lucival Souza, em entrevista para o Jornal da Manhã, da TV Bahia, a vítimas estavam "uma em cima da outra" e pouca coisa sobrou do veículo.

A pista só foi liberada por volta das 8h da segunda-feira, depois que os corpos foram removidos e a via limpa.

Ainda não se sabe as causas da batida. O caso é apurado pelas autoridades.