Após seca histórica, Bahia segue com chuvas abaixo da média

O período mais seco do ano na Bahia finalizou com a chegada das chuvas no estado. Apesar do alívio no período de estiagem, o mês de novembro terá chuvas abaixo da média; isso é o que explica a meteorologista do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), Cláudia Valéria.

"O prognóstico para novembro é de chuvas abaixo da média. [Apesar disso], as temperaturas não ficam tão elevadas [em todo o estado], porque já começam a acontecer uma sequência de dias com uma média maior de nuvens", afirma a meteorologista em entrevista ao iBahia.

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Para Salvador, que também registrou um mês de outubro com chuvas abaixo da média e altas temperaturas, as chuvas de novembro chegaram com mais ênfase. Em nota, a Defesa Civil da capital baiana (Codesal), emitiu um alerta para as chuvas que atingiram a cidade nesta terça-feira (7).

O órgão alertou a população para a continuidade das chuvas e os consequentes riscos de alagamento e deslizamento em alguns pontos da cidade. O alerta é valido até o fim da tarde de quarta-feira (8).

A previsão do tempo desta semana também é de chuva para outras regiões do estado. No oeste e Vale do São Francisco, regiões fortemente afetadas pela seca histórica que atingiu a Bahia em outubro, a previsão é de que as chuvas aconteçam ainda nesta terça.

Apesar disso, a quarta (8) nessas regiões será de sol e as temperaturas continuam altas, com termômetros podendo registrar uma máxima de 35°. Ainda segundo a meteorologista, este comportamento é esperado para novembro que, apesar da maior quantidade de nuvens, não necessariamente terá temperaturas mais baixas em todas as regiões da Bahia.

Seca histórica

As chuvas chegam à Bahia após um período severo de estiagem. Dados do Centro de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), ligado ao governo federal, demonstraram que o estado enfrentou o período de seca mais intenso dos últimos 40 anos.

Em toda a região, mais de 90 cidades baianas emitiram decretos de situação de emergência devido a estiagem. Em Feira de Santana, por exemplo, agricultores chegaram a perder quase 90% das safras de milho e feijão.

Essa realidade também foi observada em Salvador que, segundo balanço divulgado pelo Inmet, teve um outubro com temperaturas acima da média e com pouca chuva. A maior temperatura alta registrada na capital baiana foi de 32,5°, no dia 25/10.

Segundo a meteorologista do Inmet, Cláudia Valéria, esse comportamento está ligado a dois fatores: o El Niño e ao período do ano, historicamente mais seco.

"O período seco, na Bahia, começa a partir de março e segue até outubro. Nesse período, o que a gente viu foram poucas nuvens, sem ocorrências de chuvas e temperaturas mais altas, principalmente na região Oeste e no Vale do São Francisco", afirma a meteorologista.

Apesar dos registros históricos, com cidades chegando a ter temperaturas de 40°, a especialista considera o comportamento comum para o período.

*Sob supervisão do repórter Alan Oliveira

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