A ex-jornalista da Globo Domitila Becker publicou nas redes sociais um vídeo no qual narra uma experiência que classificou como desesperadora na Copa do Mundo do Catar. No conteúdo, a jornalista revelou momentos de desespero na torcida do Irã, durante a cobertura da partida que garantiu a classificação dos Estados Unidos para as oitavas de final do Mundial.
Domitila disse ter sido perseguida e garantiu estar com "medo real pelas mulheres que estão protestando pela vida e pela família delas".
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Que noite desesperadora. "Não podemos misturar futebol com política", eles dizem. Fala isso na cara de uma mulher que não consegue parar de tremer depois de ter sido cercada e agredida por um bando de "torcedores". Fala isso para um pai que não pode segurar as lágrimas ao explicar como os filhos de 6 e 9 anos foram ameaçados dentro de um estádio. Fala, se você conseguir achar uma torcedora iraniana que não está com medo de ser morta - escreveu a jornalista na legenda do vídeo publicado em seu Instagram.
A jornalista inicia o vídeo explicando que foi para a torcida do Irã entrevistar mulheres, mas que a maioria das pessoas que ela tentava contato tinham medo de falar ou de ser filmadas. Ela contou que foi perseguida e que tiraram fotos dela e do seu crachá.
"Foi uma situação bem tensa. Eu entrei na torcida para entrevistar as mulheres, para ver como as iranianas torciam, como estava a situação no Irã. E aí, as pessoas na torcida começaram a me perseguir, começaram a tirar foto minha, das pessoas que eu estava conversando, do meu crachá. E aí as mulheres não queriam falar comigo", explicou, com os olhos com lágrimas.
Domitila revelou que boa parte dos irianos que estão no Catar "são enviadas do governo, para fiscalizar o que está sendo dito". A jornalista também registrou uma mulher sendo agredida e um casal agredindo crianças.
"A maioria das pessoas aqui são enviadas do governo iraniano, para fiscalizar o que está sendo dito. Alguns torcedores fazem barulho com as "vuvuzelas", para impossibilitar qualquer tipo de conversa, ou manifestação política que não seja a que eles acreditam. Eu estou com medo real por essas mulheres que estão aqui protestando pela vida delas e pela família delas".
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Redação iBahia
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