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Relembre os técnicos da seleção brasileira nas 22 edições da Copa do Mundo

A lista é grande, mas vamos conhecer agora um pouco sobre os treinadores que comandaram a seleção brasileira nas 22 edições da Copa do Mundo

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Redação iBahia

25/10/2022 às 11:45 - há XX semanas
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					Relembre os técnicos da seleção brasileira nas 22 edições da Copa do Mundo

A figura do comandante é fundamental quando se fala em trabalhos coletivos. Conduzir um grupo não é tarefa fácil. Tem que ter, como tudo na vida, o dom.  Muitos experts no futebol naufragaram nessa tarefa, porque simplesmente não tinham a liderança natural e nem a didática de passarem os seus conhecimentos. Aliar sabedoria com poder de comunicação e de envolvimento junto aos comandados para que a estratégia seja assimilada, são pontos fundamentais.

Listando os nossos comandantes em ordem decrescente, vamos traçar aqui um resumo do perfil de cada um dos técnicos que tiveram a tarefa de comandar a nossa seleção brasileira nas 22 edições da Copa disputadas até hoje.  Confira o texto do jornalista Paulo Cézar Gomes:

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  • Tite (2018 e 2022)      

				
					Relembre os técnicos da seleção brasileira nas 22 edições da Copa do Mundo

Gaúcho de Caxias do Sul,  Adenor Leonardo Bachi reforça a tese de que “craque não vira bom técnico, mas já jogador mediano”... A Copa do Catar será a sua segunda sob o comando da nossa seleção.  Quando era jogador atuava como volante e tinha um futebol discreto, mas de muita raça e aplicação tática, características da escola gaúcha, mas não passou disso.  Seu melhor momento foi na Portuguesa de Desportos e no Guarani de Campinas ainda nos anos 80.

Como treinador começou a colocar seu nome entre os melhores do país no Grêmio (de 2001 a 2003) e depois no Corinthians, entre 2004 a 2005 e principalmente no período 2010-2013. É um técnico que valoriza a conversa. Convence pelo papo. É ótimo palestrante e quando ganha o grupo sempre faz bons trabalhos. A principal crítica que recebe (totalmente justa) é a supervalorização que dá a jogadores, mesmo que sejam medianos, que atuam no exterior em detrimento aos bons que jogam aqui no Brasil.  Sob o seu comando a seleção teve ótimos períodos de invencibilidade, o que lhe deu nessas oportunidades, a condição de quase unanimidade entre a galera.     

  • Luiz Felipe Scolari, ‘Felipão’ (2014 e 2002)     

				
					Relembre os técnicos da seleção brasileira nas 22 edições da Copa do Mundo
O técnico da seleção brasileira, Luiz Felipe Scolari fala sobre o jogo do Brasil contra o Chile no Mineirão em Belo Horizonte (Marcello Casal Jr/Agência Brasil). Marcello Casal Jr/Agência Brasil

Outro gaúcho que “botou seu nome no almanaque”.  Nascido na cidade de Passo Fundo, Scolari também foi um jogador que nenhum torcedor poderia apostar que viraria um técnico vencedor e ainda mais de seleção e campeão do mundo. Era um zagueiro grosso e sem muitos recursos técnicos que era temido pelo bigodão e fama de beque malvado. Jogou em clubes como Caxias-RS e CSA de Alagoas. 

Como técnico, é do estilo paizão, de linguagem simplória e prática, um boa praça que tem bom relacionamento com os jogadores, onde sempre forma a famosa “família Scolari”. Marcou a história principalmente do Grêmio e do Palmeiras. Saiu daqui desacreditado para a Copa de 2002 no Japão e na Coréia, quando nos classificamos “a fórceps” na última partida. Mas teve duas grandes sortes: um grupo onde estavam jogadores como Marcos, Roberto Carlos, Ronaldinho Gaúcho, Rivaldo e Ronaldo; e também por ver cair precocemente ao longo da Copa adversários com potencial de conquistar a competição como França, Argentina e Portugal.        

  • Dunga, Carlos Caetano Bledorn Verri (2006)     

				
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O gaúcho de Ijuí entrou para a história do futebol brasileiro em dois momentos: em 1990, quando injustamente o colocaram para simbolizar um momento complicado que vivíamos e que resultou em tremendo fracasso na copa da Itália. O que deveria se chamar “Era Lazaroni”, virou “Era Dunga”. Foi a fase do antifutebol brasileiro, sem arte, sem brilho e com um jogo defensivo forte, sem criatividade, feio de se ver. Dunga era um volante raçudo, que “chegava junto” e que sofria muitas críticas dos comentaristas.

Mas quatro anos depois foi o líder de uma seleção que mesmo não jogando um futebol vistoso ganhou o tetra. Como capitão, Dunga se eternizou na imagem levantando a taça, aos gritos de: “É nossa!”. O seu poder de liderança fez a CBF o escolher para comandar a seleção que disputaria o mundial de 2010 na África do Sul. Seu estilo “pavio curto”, colaborou para que tivesse um relacionamento ruim com a imprensa. A seleção ficou no meio do caminho e Dunga não teve sucesso na continuidade da carreira de treinador.     

  • Parreira, Carlos Alberto Gomes Parreira  (2006 e 1994)     

				
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Se não fosse técnico de futebol, esse carioca bem que poderia ser diplomata. Elegante, culto, inteligente, poliglota, um verdadeiro gentleman. Preparador-físico de origem, é da escola dos teóricos do futebol. Integrou a supercomissão técnica que levou o Brasil ao tri no México em 1970. Era auxiliar de preparação física, mas teve outro papel fundamental naquele mundial: era olheiro de Zagallo. Tirava fotos dos adversários em campo, que ajudavam no estudo tático das outras seleções. 

Dirigiu a seleção pela primeira vez em 1983 e voltou uma década depois para ser o comandante em 94 nos EUA quando vencemos o tetra. Voltou em 2006 na Alemanha como técnico e em 2014 aqui no Brasil como coordenador-técnico.  Seu forte, sempre foi o rigor pela aplicação e obediência tática, sistemas defensivos sólidos e um futebol solidário. Um dos mais cultos personagens do futebol. Até ganhar o tetra, tinha contestada a sua competência como treinador, principalmente pelos amantes do futebol-arte.      

Zagallo, Mário Jorge Lobo Zagallo (1970, 1974 e 1998)   


				
					Relembre os técnicos da seleção brasileira nas 22 edições da Copa do Mundo

O alagoano e “naturalizado” carioca Zagallo, pode se gabar de ser o maior vencedor de Copas do futebol brasileiro e mundial. Ganhou duas como jogador (58 e 62 na Suécia e no Chile, respectivamente), uma como técnico (em 70 no México) e outra como coordenador-técnico em 94 nos EUA. Dirigiu ainda a seleção canarinho em 74 na Alemanha e em 98 na França.    

Como treinador, seguiu o estilo que tinha como jogador: aplicado, solidário e obediente ao esquema tático. Foi um ponta recuado que voltava para ajudar o meio-campo, por isso tinha o apelido de “formiguinha” no Flamengo e no Botafogo, pois corria o campo todo sem parar. Como técnico, muitos não gostavam do seu estilo ufanista e exagerado quando colocava “o verde e amarelo” em frases para defender a seleção como se defendia o país numa guerra. Era a própria encarnação da “pátria em chuteiras”, expressão criada por Nelson Rodrigues para explicar o sentimento de amor incondicional e fanático do brasileiro à seleção.

Gostando ou não, o cara virou um símbolo. Na semana passada o museu de cera da CBF inaugurou uma réplica perfeita do Velho Lobo na galeria dos imortais do futebol. Está com 91 anos e ainda se emociona quando o assunto é a seleção brasileira.       

  • Lazaroni, Sebastião Barroso Lazaroni (1990)     

				
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Foi o nosso treinador na Copa da Itália em 1990. É outro representante do grupo de preparadores-físicos que se tornaram técnicos. Inicialmente no Flamengo e no Vasco da Gama, onde ganhou títulos estaduais e nacionais.  Foi escolhido por Eurico Miranda, presidente do Vasco, para ser o treinador da seleção, já que o polêmico dirigente vascaíno ganhou da CBF o status de ser o diretor de futebol e chefe da delegação no mundial de 90. Lazaroni introduziu a figura do terceiro zagueiro de área, no famoso esquema 3-5-2.

Foi “apedrejado” pela torcida e pela imprensa pela inovação tática que feria a origem do nosso natural futebol ofensivo. Foi eliminado da Copa pela Argentina quando Maradona numa só jogada desmontou a muralha brasileira dos três zagueiros (Ricardo Rocha, Mauro Galvão e Ricardo Gomes) dando o passe para Caniggia marcar o gol da vitória que nos fez voltar pra casa ainda nas oitavas-de-final da competição. Falava difícil, construía frases rebuscadas, o que fez o lendário jornal “Pasquim” batizar o seu jeito de se comunicar como o  lazaronês, idioma próprio e complicado.       

  • Telê Santana da Silva (1986, 1982)     

				
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Para muitos, esse mineiro de Itabirito foi o maior mestre que teve o futebol brasileiro em todos os tempos. Adepto do jogo ofensivo, bonito, sem amarras táticas e que dava total liberdade para os jogadores em campo desenvolverem seus talentos e habilidades.

Privilegiava o passe, o cruzamento, as tabelas e não suportava o jogo com violência e atleta indisciplinado. Perdeu a Copa de 82 na Espanha na fatídica derrota de 3x2 para a Itália, quando jogávamos por um simples empate para avançarmos na competição. O time era mágico e encantou o mundo pelo toque de bola e belos gols. Para muitos um dos melhores de todos os tempos que tinha craques do quilate de Falcão, Sócrates e Zico. Por esse trabalho, mesmo com a frustração de não vencer a copa, voltou a seleção no mundial seguinte em 86 no México, quando fomos eliminados pela França de Platini na disputa de pênaltis depois de empatarmos em 1x1 no tempo normal.  

Nos Anos 90 no São Paulo foi bicampeão mundial, o que poderia -se os deuses do futebol assim deixassem- também ter conseguido na seleção nas copas da Espanha e do México.          

  • Claudio Pêcego Coutinho (1978)

Gaúcho da cidade de Dom Pedrito foi o nosso técnico em 1978 na Argentina. Era o ‘papa’ do futebol teórico. Estudioso dos esquemas táticos, também foi ex-preparador-físico. Assim como Parreira, integrou a comissão técnica na copa de 70 no México e também foi formado na escola de preparação-física do Exército no Rio de Janeiro. Em 1978 treinava o Flamengo. Na copa da Argentina levou o Brasil ao terceiro lugar e ao “título” de “campeão moral”, por termos saídos invictos da competição e eliminados pelo saldo de gols, depois de um certo Argentina 6x0 Peru, uma das maiores armações da história das copas. Morreu jovem aos 42 anos quando praticava pesca submarina no Rio de Janeiro.            

  • Vicente Ítalo Feola (1966 e 1958)     

Paulistano e técnico do São Paulo F.C. Feola tinha o estilo bonachão, boa gente e simpático. Foi o nosso comandante no primeiro título mundial em 1958 na Suécia. Por motivos de saúde não pode dirigir a seleção na luta pelo bi quatro anos depois, quando foi substituído por Aymoré Moreira, mas retornou ao comando da seleção canarinho em 1966 na Inglaterra. Dizem as más línguas, que algumas vezes chegava a tirar bons cochilos no banco. Mas quem tinha em campo Nilton Santos, Didi, Pelé e Garrincha, podia mesmo relaxar e até sonhar com o título...

  • Aymoré Moreira (1962)     

Foi o nosso comandante em 1962 no bicampeonato no Chile. Era mais tático do que Feola e conseguia com certa facilidade a obediência tática dos jogadores aos seus esquemas. Já consagrado nos anos 70 e 80, fixou residência aqui em Salvador. Foi vice-campeão baiano pelo Vitória e pelo Galícia e campeão estadual pelo Bahia. Fez um grande trabalho, dando início ao futebol da Catuense, clube que surgiu nos anos 80 e que revelou entre outros, Bobô e Luiz Henrique, jogadores que marcaram no futebol baiano e que chegaram à seleção brasileira. Aymoré Moreira morreu em 1998 aos 86 anos.

  • Alfredo Moreira Júnior, Zezé Moreira (1954)       

Um dos maiores técnicos do futebol brasileiro em todos os tempos. Seu Zezé, era um sujeito fino e elegante e que tinha o respeito e a admiração de seus jogadores que em geral o tinham como um pai. Ganhou vários títulos em clubes como o Fluminense onde foi o mestre de um jogador, que depois também virou mestre como ele, Telê Santana. Foi o inventor do chamado cabeça-de-área, jogador fixo à frente dos zagueiros e adepto da marcação por zona e do esquema 4-3-3. Também teve passagem assim como o seu irmão Aymoré, no futebol baiano onde foi campeão estadual pelo Esporte Clube Bahia em 75, 78 e 79. Foi o nosso técnico na Copa de 1954 na Suíça quando terminamos em quinto lugar. Morreu em 1988 aos 90 anos.

  • Flávio Rodrigues Costa (1950)      

O mineiro de Carangola Flávio Costa dirigia o Vasco da Gama em 1950. Era um supertime com um ataque arrasador que triturava os adversários e que tinha uma linha de atacantes fantástica onde o principal astro era o artilheiro Ademir Menezes. Usando a base do seu time com seis jogadores, montou a seleção para a copa de 50 aqui no Brasil quando perdemos para o Uruguai no jogo final jogando pelo empate. Era muito identificado com o Flamengo.

É até hoje o treinador que mais dirigiu o clube (777 partidas) e ganhou cinco títulos cariocas. Mas no Vasco não ficou atrás, ganhando quatro cariocas e um campeonato sul-americano, equivalente à Taça Libertadores. Tinha personalidade forte e explosiva. De formação militar, era disciplinador e tinha a mania de controlar tudo. Ficou marcado pela perda da copa de 50 no chamado maracanazo   

  • Adhemar Pimenta (1938)   

Em 1938 na copa da França, fizemos uma grande campanha, ficando na terceira colocação. O nosso maior destaque foi o artilheiro Leônidas da Silva, o “Diamante Negro”. No banco, a equipe foi comandada pelo carioca Adhemar Pimenta que estava a dois anos à frente da seleção. Ele era técnico do Madureira, que na época tinha um forte time que foi vice-campeão carioca 1936. Ficou seis anos no comando da seleção, deixando o cargo em 1943. Morreu em 1970 no Rio de Janeiro aos 74 anos

  • Luis Augusto Vinhais (1934)  

Nascido no Rio de Janeiro foi campeão carioca em 1926 pelo São Cristóvão, em 1933 pelo Bangu. Ganhou três títulos de campeão com a seleção do Rio de Janeiro no extinto campeonato brasileiro de seleções estaduais. Foi também campeão da Copa Rio Branco (disputa entre Brasil x Uruguai) no ano de 1932. Morreu aos 64 anos no ano de 1960.

Em 1930, na primeira copa do mundo disputada no Uruguai, o time era comandando por uma comissão formada por alguns jogadores da própria equipe chamada na época de grand comité.

Como vimos, foram muitos os professores de bola à frente da nossa seleção. Aos mestres, o nosso eterno carinho.

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