Um evento especial não acontece toda hora. É preciso criar expectativa, contar os meses, os dias para ele voltar a acontecer. É assim com o Carnaval, uma vez por ano, com os grandes festivais e também com os maiores eventos esportivos do mundo, como a Copa do Mundo.
De quatro em quatro ano, o mundo se volta ao principal torneio de futebol, que envolve muito mais do que as quatro linhas e bola na rede. Para a humorista soteropolitana Hela Cerqut o clichê “é muito mais do que futebol” faz todo sentido.
Leia também:
Atualmente com 34 anos, ela viveu a primeira Copa do Mundo no Brasil, em 2014. Naquele ano, Hela vivia um momento delicado, com um problema de saúde na família. E foi o clima da Copa que deu a ela momentos bons, em meio a notícias ruins.
“Toda vez que alguma pessoa da minha família chegava para visitar minha mãe, que estava doente, eu simplesmente vestia qualquer fantasia que tinha em casa e descia sozinha, sem celular, para passar algumas horas livres, em um local onde as pessoas não sabiam a dor que eu estava vivendo dentro de casa, então a Copa do Mundo virou para mim esse movimento de renovação de energia”, contou em entrevista ao iBahia.
Esses momentos se tornaram tão especiais para Hela, que ela decidiu fazer uma promessa, incentivada pela mãe: até completar 50 anos, ela iria para todos os mundiais – isso significa que ela estará presente na Copa do Mundo até 2038, ou seja, mais cinco competições.
“Acaba não vindo de um momento bom. Foi a transformação realmente do momento mais duro da minha vida com esse momento tão incrível, tão diferente”, completou.
Promessa feita, promessa paga
Em 2018, Hela pôde cumprir a primeira “fase” da promessa, indo para a Rússia. No país europeu, foram 45 dias vivendo intensamente a Copa do Mundo. Para isso, a soteropolitana explica que começou a se planejar e juntar dinheiro desde o dia que fez a promessa.
E para o Catar não foi diferente. “Não é só sobre ter a grana para poder ir, é também sobre conseguir os ingressos, conseguir hospedagem, tudo isso é complexo, dá muito trabalho. Então guardei [dinheiro], determinei o valor mínimo para poder guardar, investi esse dinheiro direitinho. Como eu advogava - advoguei por 10 anos antes de começar a trabalhar com entretenimento - sempre que saia um dinheirinho maior também, já fazia um a porte maior para minha viagem”, explicou.
Hela viaja para o Catar na quinta-feira e no país árabe ela já garantiu presença nos três jogos do Brasil da primeira fase e para a final. Ela contou que ainda está correndo atrás dos ingressos para as oitavas, quartas e semi final.
Hospitalidade
A ventura da humorista será acompanhada por dois amigos em uma parte, por uma amiga em outra, mas em pelo menos 10 dias ela estará sozinha. Questionada se estaria com medo de ir para um país conservador, Hela afirmou que espera quebrar a impressão que tem do país.
“Tenho medo, mas é aquele medo do desconhecido. Os russos e os árabes sempre foram vilões dos filmes que eu cresci assistindo. Mas quando você chega lá e ‘descortina’ isso, vê que têm seres humanos, gente do bem”, ressaltou.
E foi exatamente o que aconteceu na Rússia. Ela conta que ficou hospedada com um grupo de amigos em um hostel e que quando foi embora, a dona do local chorou. “Não tenho palavras para falar sobre o quão foram acolhedores. E até meio complicado falar isso com todos os acontecimentos da Rússia. Mas falando da das pessoas com quem encontrava no dia a dia, foram realmente muito solicitas, muito acolhedoras e estou contando também com uma questão que já ficou bem clara: quando se trata de futebol todo mundo ama o Brasil”, disse.
Minutos de fama
Não se surpreenda se reconhecer o rosto de Hela em alguma transmissão da Copa do Mundo. Se 2018 se repetir, ela será porta voz da torcida brasileira em muitas entrevistas.
Na Rússia, vestida de paquita, antes do jogo contra a Bélgica, ela viveu uma situação para lá de inusitada: dividir um ao vivo com nada menos do que Galvão Bueno.
A situação aconteceu quando ela estava com um cartaz que as iniciais das seleções eliminadas formavam a palavra Hexa. “Eu estava apenas ao vivo na Globo dividindo tela com Galvão Bueno e eu não sabia. Meu pai quase infartou aqui em Salvador. Ele começou a gritar ‘é minha filha, eu que fiz’”, relembrou.
Agora, quatro anos depois, a baiana espera ter a melhor história para contar: a conquista do hexa. “Estou voltando para me redimir, vai dar certo”, resumiu, convicta.
Leia mais sobre Copa 2022 no iBahia.com e siga o portal no Google Notícias.
Veja também:
Cláudia Callado
Cláudia Callado
Participe do canal
no Whatsapp e receba notícias em primeira mão!