Além da Proclamação da República , o dia 15 de novembro também marca o Dia Nacional da Umbanda, religião reconhecida por ser genuinamente brasileira. A data foi oficializada em 2012 pela então presidente Dilma Rousseff.
Umbanda é um termo de origem quimbundo, que significa “curandeirismo ou arte da cura”. O marco de nascimento da religião se dá em 1908. Na noite daquele 15 de novembro, o médium Zélio Fernandino de Moraes recebeu o Caboclo das Sete Encruzilhadas.
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A entidade deu ao médium a missão de fundar sete centros da nova religião, os quais foram instituídos entre 1930 e 1937. A umbanda é uma religião que mistura elementos de cultos africanos a santos católicos e elementos das tradições indígenas, além do espiritismo nos moldes do francês Allan Kardec.
Apesar dos 115 anos existência, há ainda muitas dúvidas nos elementos e tradições que diferem a umbanda do candomblé.
A primeira diferença está na origem entre elas. Enquanto a Umbanda nasce do sincretismo de outras tradições religiosas já presentes no Brasil no início dos anos 1990, o candomblé foi trazido para o Brasil com os negros escravizados vindo da África, e se fixa sobretudo no final do século XIX, com o fim do tráfico negreiro e fixação de negros nas cidades.
As diferenças entre as religiões também passam pelos deuses e entidades cultuadas, a forma de materialização dos cultos, práticas de iniciação, cantos, entre outros. Ambas são tradições marcadas pela oralidade.
Na umbanda, as divindades são os orixás. O líder ou a líder religiosa incorpora entidades, realiza passes e atendimentos. Nos cultos, não há sacrifício de animais. As cores, ervas em geral e os elementos da natureza (terra, água, ar e fogo) são elementos importantes. A iniciação na religião é marcada por um batismo. Já as músicas são cantadas em português, embaladas pelo som de atabaques.
No candomblé, o rito de iniciação é um marco de passagem que pode durar até 21 dias, nos quais o iniciado fica recolhido no terreiro. O processo pode envolver sacrifício de animais, oferenda de alimentos. A partir da iniciação, o adepto precisa cumprir uma série de ritos e rituais característicos da doutrina. As músicas são cantadas em línguas africanas, acompanhadas por atabaques tocados exclusivamente por homens. A depender da origem em África, os cultos do candomblé no Brasil podem ser de nação Jeje, Ketu ou Angola.
Mari Leal
Mari Leal
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