Baianos acordaram cedo nesta quarta-feira (13), em Salvador, para celebrar e homenagear Santa Luzia, a protetora da visão e padroeira dos oftalmologistas.
Na Igreja de Nossa Senhora do Pilar e Santa Luzia, no bairro do Comércio, os fiéis se reuniram para agradecer e se banhar na parede rochosa, onde segundo a tradição, jorra uma água milagrosa desde o século 17. Foi nela que um homem, em 1902, lavou os olhos e voltou a enxergar. O milagre foi atribuído à Santa.
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Dona Ana Maria agradece à Santa pela cura da visão, após ficar mais de 1 ano cega e receber diagnóstico irreversível.
"Eu tive uma hemorragia de trauma, levei 1 ano e seis meses cega. Procurei um médico, mas era muito caro. Meus filhos não tinham condições. Nesses seis meses a médica disse que eu não ia enxergar mais por causa da idade e ia passar de um olho para outro. Graças a Deus e a Santa Luzia eu estou enxergando", contou em entrevista à TV Bahia.
O padre Renato Minho, pároco da Igreja, falou sobre as demonstrações de fé a Santa Luzia.
"Estamos em uma casa tricentenária. A devoção a Santa Luzia chega em 1902. [...] Pelo segundo ano essa imagem vai sair às ruas, agora de fato, de forma muito festiva. A devoção do nosso povo, a fé remove montanhas. Santa Luzia coloca sua esperança em Cristo Jesus. [...] A devoção a Santa Luzia nada mais é do que essa intimidade, essa comunhão com Jesus", disse o padre.
Programação
Neste dia dedicado a Santa Luzia serão celebradas missas às 6h, 8h, 10h, 15h e às 17h na Igreja Santíssimo Sacramento - Nossa Senhora do Pilar e Santa Luzia, no Comércio. Logo após a Celebração Eucarística das 10h, haverá uma procissão com a imagem de Santa Luzia pelas principais ruas do bairro.
História de Santa Luzia
Nascida em uma família rica e cristã, na cidade de Siracusa – Itália, no ano de 283, Luzia era considerada como uma das jovens mais belas do local. Aos cinco anos perdeu o pai e cresceu sob os cuidados da mãe, que sofria de graves hemorragias. Certo dia, ao peregrinar na cidade de Catânia, Luzia e a mãe acompanharam o Evangelho pregado durante a Missa, o qual falava sobre a cura da mulher que padecia de hemorragias. A jovem, então, pediu ao Senhor que a mãe ficasse curada e foi rezar junto à imagem de Santa Águeda. No mesmo instante, a cura aconteceu.
Ao chegarem à casa onde elas moravam começaram a distribuir todos os bens aos pobres. Percebendo que Luzia e a mãe eram cristãs, um jovem que vivia no local denunciou-as ao prefeito de Siracusa, que as enviou ao Imperador Diocleciano. Como Luzia se mostrou firme diante da fé que carregava, acabou sofrendo inúmeras crueldades.
Vendo que não seria possível convertê-la, Diocleciano mandou jogá-la numa casa de prostituição, mas ninguém conseguia tirar Luzia do local onde ela se encontrava, os pés ficaram firmes no chão. Em seguida, tentaram queimá-la viva, mas as chamas nada fizeram contra ela. Por fim, os soldados arrancaram-lhe os olhos e os entregou em um prato à jovem. No mesmo instante, na face de Luzia, brotaram outros olhos. Vendo que nada a fazia renegar a fé em Jesus Cristo, mandaram degolar a menina.
Era 13 de dezembro de 304. A partir deste dia teve início a devoção à Santa Luzia, primeiro na Itália e depois por toda a Europa. Atualmente ela é conhecida como a “Santa da Visão”.
Nathália Amorim
Nathália Amorim
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