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Investigação

Polícia apura ação do instituto que destruiu terreiro na Bahia

Ação do Instituto Chico Mendes foi denunciadas por moradores do Sítio Curupati, em Lençóis. Um terreiro de Jarê e dez casas foram destruídas

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Iamany Santos

25/07/2024 às 8:44 - há XX semanas
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Moradores do Sítio Curupati, em Lençóis, na Chapada Diamantina, prestaram queixa na delegacia da cidade contra servidores do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) que destruíram, no último domingo (21), dez casas e um terreiro de Jarê.


				
					Polícia apura ação do instituto que destruiu terreiro na Bahia
Polícia apura ação do instituto que destruiu terreiro na Bahia. Foto: Reprodução/ TV Bahia

O Jarê é uma prática religiosa de matriz africana que existe exclusivamente na região da Chapada Diamantina. O responsável pelo local é o líder religioso Gilberto Tito de Araújo, conhecido como Damaré.

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Segundo a comunidade, essa ação do órgão federal desrespeitou um espaço sagrado e teve cunho racista. A delegacia de Lençóis abriu uma investigação para apurar o caso. Damaré pontua que o terreiro havia sido construído em uma roça que pertencia ao pai dele e que essa terra está sob posse da família dele há mais de 45 anos, ou seja, antes da criação do Parque Nacional da Chapada Diamantina.


				
					Polícia apura ação do instituto que destruiu terreiro na Bahia
Polícia apura ação do instituto que destruiu terreiro na Bahia. Foto: Reprodução/ TV Bahia

A prefeitura da cidade solicitou uma reunião com o responsável pelo parque e garantiu que o município não foi notificado da ação.

Gestão do parque afirmou que ações no terreiro foram para coibir irregularidades

Já a gestão do Parque Nacional da Chapada Diamantina disse que as ações realizadas no local tiveram o objetivo de coibir irregularidades ambientais dentro da unidade de conservação.

O órgão pontuou ainda que foram apreendidos no local: três caminhões, armas de caça e fechadas duas serrarias envolvidas com extração de madeira dentro do Parque Nacional. Conforme a gestão do parque, através de imagens de satélite, foram identificadas oito novas construções a partir de 2020.

A equipe de fiscalização do parque foi até o local e identificou que haviam 16 construções em andamento ou recém-construídas. Ainda de acordo com a gestão, só foram demolidos imóveis em fase de construção ou aqueles finalizados, mas sem ocupação.

O ICMBio afirmou que sabia da existência de dois terreiros na região e que o que foi destruído era um imóvel recentemente construído e sem ocupantes, que do lado de fora não parecia ser diferente dos outros imóveis.

O órgão reconheceu os direitos das comunidades tradicionais residentes no Parque Nacional. Além disso, salientou que, caso haja a intenção de construção de novas residências ou imóveis com finalidades religiosas, é possível conseguir autorização, como já aconteceu em outras ocasiões.

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