Sucessão de fracassos balança continuidade de VP a no Flamengo

O que aconteceu no Flamengo é improvável, mas não surpreendente, quando se tem em mente o futebol. Os últimos resultados do time não são exatamente o que os torcedores esperavam e ou sonhavam para começar o ano de 2023. Isso porque, em menos de dois meses, o Rubro-Negro carioca conseguiu a façanha de perder a Supecopa do Brasil para o Palmeiras; o Mundial de Clubes da FIFA, sendo eliminado no primeiro jogo contra um time pouco tradicional; fracassar contra o Independiente del Valle, em pleno Maracanã, na Recopa Sulamericana; e entregar o título da Taça Guanabara, na última rodada, para seu arquirrival Fluminense.

Há muitas razões para explicar o fracasso do Flamengo naquele que poderia ser o melhor início de ano de sua história, mas torcedores, comentaristas e cronistas esportivos são praticamente unânimes em indicar um culpado: o treinador português Vítor Pereira, o VP.

Seria um feitiço lançado pelos torcedores corintianos contra o ex-técnico “traidor”, uma praga recebida pela ingratidão do treinador substituído Dorival Júnior, ou uma maldição por usar o santo nome de sua sogra em vão?

O técnico que chegou celebrado, após uma turbulenta e antiética saída do Corinthians, com o objetivo de conduzir o time carioca a grandes títulos, conseguiu transformar o que era sonho em um triste pesadelo para seus torcedores e virar motivo de piada entre os adversários.

O que não se entende também é a razão da diretoria flamenguista ter demitido sem maiores justificativas o vitorioso técnico Dorival Júnior, que, conseguiu reunir os cacos de uma equipe que esboçava uma crise e ganhar títulos importantes, para trocá-lo por um treinador que abandonou de forma vergonhosa o seu clube anterior: o Corinthians.

Em nome de uma suposta “coragem” e do objetivo de ingressar num clube que poderia disputar títulos mais importantes, o português deixou o clube paulista alegando que precisaria voltar ao seu país de origem para cuidar de sua sogra adoentada e ficar mais próximo de sua família.

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Balela!

Em sua passagem pelo Corinthians, Vítor Pereira não conquistou um único título e nas duas principais competições que disputou – Copa do Brasil e Libertadores da América – foi eliminado exatamente pelo Flamengo. No Campeonato Paulista do ano passado, também não conseguiu vencer nenhum clássico e obteve a façanha de perder o primeiro mata-mata para o São Paulo no século. Por pouco não derrubou o tabu da invencibilidade do Corinthians frente ao Tricolor Paulista na Neo Química Arena.

Nós bastidores do Alvinegro, VP impôs um padrão de jogo e uma rotina de treinamentos que não respeitavam a qualidade física e técnica de seus comandados, ganhou desafetos entre os jogadores, desprezou os sacrifícios da torcida quando disse em uma coletiva de imprensa que não tinha medo de ser demitido, pois não dependia do Corinthians para viver por conta de sua vultosa conta bancária, atacou jornalistas e, pior ainda, disse que preferia estar treinando o Liverpool, ao invés do clube que, na época, pagava o seu milionário salário.

Agora, com quatro novos recentes fracassos no currículo, um time estrelado e sem motivação, e uma torcida indignada, o treinador português vai ficando no Flamengo e talvez até consiga reverter os péssimos resultados iniciais. Mas caso isso não ocorra será ainda bonificado com uma multa milionária caso haja rescisão do contrato.

Em suma, Vítor Pereira transformou-se no entulho difícil de ser descartado e comprova que nem todo técnico que vem do Além Mar pode se comparar aos vitoriosos Jorge Jesus ou a Abel Ferreira.