Duas semanas depois da decisão do torneio estadual, Bahia e Vitória voltam a se encontrar em campo no próximo final de semana e após um hiato de seis anos sem Ba-Vi na Série A do Campeonato Brasileiro. Considerando os 43 confrontos entre eles pelas Séries A, B e C, o Bahia venceu 18 vezes, o Vitória 12 e ocorreram 13 empates, com 76 gols assinalados, sendo 41 do Tricolor e 35 do Rubro-Negro. Os números serão atualizados após o jogo no Estádio Manoel Barradas, assim como as piadas.
O maior clássico baiano e um dos mais importantes do Brasil ganha novos heróis, histórias e resenhas a cada encontro entre o "Esquadrão de Aço" e o "Leão da Barra", alimentando uma rivalidade que nasceu em 1932.
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O clima de provocação é inevitável, até porque os últimos encontros entre os clubes foram marcados por muita zoeira e piadas entre torcedores e jogadores dos times rivais. Até que não haja um novo e criativo pretexto, é bem provável que a pescaria e o ato de jogar milho devem continuar, pois são com referências a sardinhas e galinhas que Vitória e Bahia têm trocado provocações nos últimos encontros.
No primeiro jogo entre os dois pelas finais do Campeonato Baiano de 2024, torcedores do Bahia espalharam grãos de milho pela entrada do Estádio Manoel Barradas e publicaram vídeos nas redes sociais acompanhado de uma música com a letra "pega a galinha, pega a galinha". Mas o contragolpe veio na sequência, justamente no dia da partida final, quando os torcedores do Vitória espalharam quilos de sardinha nas ruas próximas à Fonte Nova e fizeram questão de ostentar o feito na internet.
No último Ba-Vi antes da final estadual, em março deste ano pela Copa do Nordeste, os jogadores do Tricolor imitaram galinhas e encenaram "jogar milho" no gramado da Fonte Nova, após vencerem o rival. Dias depois, em resposta, os jogadores do Rubro-Negro faturaram o título baiano na casa do rival e, sem abrir mão da piada, simularam, após o apito final, uma pescaria no gramado e postaram vídeos nas redes sociais comendo a iguaria.
Ba-Vi: 'A sardinha e a galinha'
O Bahia passou a ser chamado pejorativamente de sardinha pela torcida rival, em 2011, quando, numa entrevista de alcance nacional, Joel Santana rejeitou treinar o Tricolor e o comparou a um peixe pequeno. O apelido pegou.
A vingança surgiu logo depois daquele que era para ter sido o “Ba-Vi da Paz”, em 2018, que ficou marcado por nove expulsões. Por falta do número mínimo de jogadores do Vitória em campo, o clássico foi encerrado mais cedo, o Bahia celebrou o WO e comparou o episódio com o filme “Fuga das Galinhas”, fazendo nascer ali a associação do Leão da Barra à ave fugitiva.
Já a piada com o milho vem desde 2019, quando os tricolores recepcionaram os rubro-negros espalhando os grãos pelo entorno do estádio em que seria o Ba-Vi. A revanche veio também em forma de provocação, mas com caráter de responsabilidade social, pois os torcedores do Vitória arrecadaram latas de sardinha e as doaram para instituições de caridade, escolas e asilos.
Ba-Vi: 'A uva e a menta'
Mas bem antes das sardinhas e galinhas, o Ba-Vi também gerou associações curiosas com a gastronomia. Na fase final do Campeonato Baiano de 2008, o Bahia havia aplicado 4 a 1 no Vitória, dentro do estádio rubro-negro ao som da música “Chupa que é de Uva”, sucesso da banda Aviões do Forró. Mas o Tricolor não imaginava que o Vitória devolveria a piada com o “Senta que é de Menta”, hit da banda Cavaleiros do Forró, após aplicar 3 a 0 no rival, em jogo disputado no Estádio Joia da Princesa, em Feira de Santana. Enfim, trata-se de um clássico saboroso e não é de hoje.
Silvio Tudela
Silvio Tudela
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