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Tabus, tretas e troças

Campeonato Brasileiro: Quem será o próximo técnico a cair?

Dos 20 times da Série A, apenas Fluminense, Fortaleza, Grêmio, Palmeiras e Red Bull Bragantino não trocaram de treinador em 2023

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Silvio Tudela

02/10/2023 às 9:00 - há XX semanas
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Somente em setembro, antes do início da 25ª rodada da Série A do Campeonato Brasileiro, que começou no sábado, 30, quatro treinadores foram obrigados a deixar seus cargos, sendo dois deles nesta última semana e nos clubes com as maiores torcidas do Brasil: Flamengo e Corinthians.


				
					Campeonato Brasileiro: Quem será o próximo técnico a cair?
Divulgação/ Freepik

No mesmo mês, Santos e Bahia, que brigam ferozmente e entre si para escapar da zona de rebaixamento, também passaram pela mesma situação. E faltando ainda mais de dez rodadas para o final do torneio nacional, é praticamente inevitável que mais treinadores percam seus empregos.

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O destaque negativo fica para o Corinthians, que iniciou o campeonato com o estreante Fernando Lázaro, teve o ex-jogador e atual comandante do Sub-23 Danilo Gabriel de Andrade como interino num Derby, contratou e perdeu Alexi Stival (Cuca) em seis dias, trouxe e demitiu o veterano Vanderlei Luxemburgo e agora apresenta o já conhecido Mano Menezes. O Santos segue o mesmo ritmo e já trocou de treinador três vezes. Odair Hellmann, Paulo Turra e Diego Aguirre passaram pelo clube paulista, que está sendo comandado interinamente por Marcelo Fernandes.

Pode-se dizer que a dança dos técnicos é apenas cortina de fumaça para péssimas gestões marcadas pela falta de planejamento, contratações equivocadas, apadrinhamento de cartolas e brigas políticas intensas nos bastidores. Não é preciso ser um especialista para perceber que a falta de compromisso e transparência das diretorias dos clubes com os técnicos de futebol contratados é uma questão que já nasce comprometendo o ambiente, a estabilidade dos jogadores e o desempenho das equipes. Desde os primórdios do futebol brasileiro, vemos treinadores sendo demitidos precocemente, sem terem a oportunidade e condições adequadas de desenvolverem seu trabalho a longo prazo. Sem tempo para implementar suas estratégias e suporte emocional diante dos resultados adversos, a insegurança entra em campo e dificulta ainda mais a construção de um projeto consistente, que visa alcançar resultados positivos.


				
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Essa questionável quebra na relação de confiança, geralmente motivada por uma sequência de resultados ruins, acaba sendo uma via de mão dupla, na qual também observamos treinadores que fazem declarações apaixonadas na chegada aos clubes, mas priorizam interesses pessoais em detrimento do projeto coletivo. Sem muitos pudores, abandonam as equipes antes do término de seus contratos e aceitam oportunidades mais rentáveis e seguras em outros clubes ou seleções, ou seguem na zona de conforto do emprego fácil para receberem milionárias multas rescisórias. Com toda essa malandragem, o impacto nos jogadores e nas equipes é imenso e acaba também por moldar o perfil cultural dos atletas, que passam a se inspirar e a seguir os mesmos exemplos e valores dos seus treinadores.

Pode-se justificar que as trocas frequentes de técnicos no futebol brasileiro é um fenômeno histórico e cultural e ocorrem por diversos motivos, como pressão dos resultados imediatos, instabilidade financeira dos clubes, interferência política e de empresários dos jogadores, falta de paciência da diretoria e a sempre poderosa influência da mídia e da torcida. Todos esses fatores somados contribuem ainda mais para um ambiente volátil e propenso a mudanças constantes no comando técnico das equipes. E quem sofre com isso é principalmente o torcedor, que paga ingressos caros e lota estádios para ver equipes frágeis e desanimadas em campo.

Relembre todas as saídas até agora:

1. O Coritiba deu à largada para a dança das cadeiras dos treinadores e demitiu o português António Oliveira, logo após a primeira rodada do Campeonato Brasileiro, quando perdeu para o Flamengo por 3 a 0.

2. O São Paulo dispensou o ex-goleiro e ídolo do clube Rogério Ceni, apesar da vitória da equipe por 2 a 0 contra a Academia Puerto Cabello (VEN) na Copa Sul-Americana, antes mesmo da segunda rodada e após insatisfação da torcida na derrota para o Botafogo por 2 a 1.

3. Também entre a primeira e a segunda rodada, o Corinthians rompeu o contrato com Fernando Lázaro, que voltou a ser auxiliar permanente no clube, um dia depois da derrota diante do Argentinos Juniors, por 1 a 0, na Libertadores da América. O técnico sofria forte pressão desde que o Alvinegro Paulista foi eliminado nas Quartas de Final do Campeonato Paulista diante do Ituano.

4. Numa semana bastante tumultuada, o Corinthians liberou Alexi Stival, o Cuca, que pediu demissão após forte pressão da torcida e da imprensa, que não viram com bons olhos a condenação do treinador por estupro ocorrida nos anos 1980 quando era jogador do Grêmio. Ele estreou pela segunda rodada do Campeonato Brasileiro, em derrota por 3 a 1 para o Goiás, fora de casa, e classificou o Alvinegro Paulista nas penalidades na Copa do Brasil em vitória contra o Remo por 2 a 0.

5. O Cuiabá dispensou o português Ivo Vieira na quinta rodada da competição, após derrota por 4 a 0 contra o Atlético-MG.

6. O Atlético-MG desligou Eduardo Coudet, após empate em 1 a 1 com o Bragantino, pela 10ª rodada do Campeonato Brasileiro.

7. A saída inesperada de Luiz Felipe Scolari, diretor no Athletico, para treinar o Atlético-MG, resultou na demissão, no mesmo dia, do seu pupilo, o técnico Paulo Turra. A queda aconteceu entre a 10ª e a 11ª rodada.

8. O Santos decretou a demissão de Odair Hellmann, na 11ª rodada, após derrota por 2 a 0 diante do Corinthians, na Vila Belmiro.

9. Ao término da 11ª rodada, o Vasco demitiu Maurício Barbieri, após derrota para o Goiás, por 1 a 0, em São Januário.

10. Sem vencer nenhum jogo até o final de junho, o Coritiba mais uma vez trocou de comando e dispensou Antônio Carlos Zago, dois dias depois da goleada por 5 a 1 sofrida para o Grêmio, pela 12ª rodada.

11. Insatisfeito com o treinador, o Internacional, após três jogos sem marcar gols, demitiu Mano Menezes, pela 15ª rodada, após o empate em 0 a 0 contra o Palmeiras, no Beira Rio.

12. Naquelas situações que só acontecem com o Botafogo, o treinador português Luis Castro trocou o Glorioso, então líder [e atual] do Campeonato Brasileiro, após a 12ª rodada, para treinar o milionário Al-Nassr, da Arábia Saudita.

13. Após empatar por 1 a 1 contra o Athletico, na Vila Belmiro, pela 18ª rodada, o Santos dispensou Paulo Turra, que obteve apenas uma vitória em sete jogos.

14. O América-MG anunciou a saída de Vagner Mancini após derrota para o Bahia por 3 a 1, na Arena Fonte Nova, também pela 18ª rodada.

15. Primeiro treinador demitido no segundo turno do Campeonato Brasileiro, o português Pedro Miguel Marques da Costa Filipe, o Pepa, não resistiu à sequência sem vitórias e foi desligado do Cruzeiro, após derrota por 3 a 0 para o Grêmio, no Rio Grande do Sul, pela 21ª rodada.

16. No início do mês de setembro, no dia 06, o Bahia informou em nota a saída do treinador Renato Paiva, dias depois do Tricolor de Aço empatar com o Vasco por 1 a 1 na Arena Fonte Nova, pela 22ª rodada. O clube ressaltou que a decisão partiu do treinador, que vinha patinando no torneio nacional, apesar de ter conquistado o Campeonato Baiano.

17. No dia 15 de setembro, um dia após uma esmagadora derrota por 3 a 0 contra o Cruzeiro pela 23ª rodada, na Vila Belmiro, a diretoria do Santos anunciou a demissão do técnico uruguaio Diego Aguirre, que não resistiu à pressão de várias derrotas seguidas. O treinador chegou ao clube com a missão de livrar o clube do rebaixamento.

18. De forma inesperada, até porque o Corinthians tem partida decisiva contra o Fortaleza nesta terça-feira, 03 de outubro, para chegar a uma inédita final da Copa Sul-Americana, o clube anunciou a saída de Vanderlei Luxemburgo na quarta-feira, 27 de setembro, horas depois do empate em 1 a 1 com o time cearense pela partida de ida da semifinal da competição continental.

19. Com passagem bastante conturbada e marcada por derrotas em “mata-matas” e sérios conflitos no elenco que renderam brigas e agressões, o argentino Jorge Sampaoli foi demitido oficialmente do Flamengo na quinta-feira, 28 de setembro, quatro dias após perder a final da Copa do Brasil para o Tricolor Paulista.

20. Atualizando...

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