Jogadores enfrentando e intimidando árbitros, decisões tomadas a favor de quem grita mais, cultura do antijogo com o excesso de cera realizado pelos atletas da equipe cujo resultado lhe favorece, enfrentamentos e simulações de faltas, omissão perante a atos de violência em campo e fora dele, como nos casos de racismo e homofobia. Esse parece ser o retrato do futebol sul-americano, que é pouquíssimo jogado e muito falado.

Muitos desses problemas são decorrentes não só da péssima condução da CONMEBOL, mas principalmente pela arbitragem que, no futebol sul-americano, tem sido historicamente alvo de constantes polêmicas. Desde erros decisivos em partidas importantes até a suspeita de favorecimento de determinados clubes ou seleções, as competições organizadas pela entidade frequentemente geram intensos debates entre jogadores, treinadores e torcedores.
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Um dos problemas mais recorrentes no futebol sul-americano é a falta de critério por parte dos árbitros. Decisões controversas em lances de pênalti, impedimentos mal assinalados e distribuição desigual de cartões são frequentemente apontadas como fatores que comprometem a lisura das competições. Clubes de diferentes países já questionaram a atuação de árbitros em jogos da Copa Libertadores da América, Copa Sul-Americana e Eliminatórias para a Copa do Mundo.

A introdução do árbitro de vídeo (VAR) tinha o objetivo de reduzir os erros e tornar o jogo mais justo, mas seu uso tem sido motivo de constantes críticas. A imensa demora na tomada de decisões, a falta de uniformidade na aplicação das regras e a interferência excessiva em alguns lances geram revolta entre os envolvidos. Muitas equipes alegam que o VAR é utilizado de maneira seletiva, beneficiando determinados times em detrimento de outros.
Não é raro que clubes e seleções sul-americanas levantem suspeitas de favorecimento nas decisões da arbitragem. Equipes de países como Brasil e Argentina, que possuem maior peso histórico e econômico no futebol da região, são frequentemente acusadas de receberem tratamento diferenciado em relação a clubes de nações menores. Essas reclamações já resultaram em pedidos de investigação e até mesmo protestos formais junto à CONMEBOL.
Outro fator que frequentemente gera polêmicas é a pressão exercida sobre os árbitros, tanto por parte dos jogadores, dos dirigentes, dos torcedores e dos membros da imprensa. Em muitas partidas, especialmente em estádios lotados, os juízes parecem influenciados pelo ambiente, tomando decisões que beneficiam o time mandante. Além disso, existem relatos de tentativas de intimidação e até ameaças contra a equipe de arbitragem, o que compromete a imparcialidade.

As polêmicas envolvendo a arbitragem sul-americana afetam a credibilidade das competições e geram descontentamento entre torcedores e profissionais do futebol. Para minimizar esses problemas, é essencial um maior investimento na capacitação dos árbitros, a implementação de regras mais claras para o uso do VAR e uma maior transparência nas decisões. Além disso, punir erros grosseiros e condutas antiéticas pode contribuir para um futebol mais justo e equilibrado.
Em um esporte tão apaixonante como o futebol, a arbitragem deve ser um elemento de justiça e não um fator de dúvida e controvérsia. O desafio é garantir que as decisões dentro de campo sejam tomadas de forma transparente e imparcial, para que o futebol continue sendo uma fonte de emoção e celebração para milhões de torcedores.

Sílvio Tudela
Sílvio Tudela
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