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Quando uma mulher engravida, ela logo pensa em marcar uma consulta com o obstetra, talvez com o dentista (sim, alguns problemas dentários estão relacionados à complicações na gestação, como parto prematuro, por exemplo)… Mas já imaginou priorizar um encontro com um dermatologista? É uma atitude válida, já que as mudanças físicas e hormonais podem causar mudanças também na sua pele – e algumas delas podem permanecer para sempre, mesmo depois de você dar à luz seu bebê. As manchas escuras que costumam aparecer no rosto ou no colo, por exemplo, são motivos de queixa para algumas mulheres na gravidez. Trata-se do melasma.
Para entender um pouco mais sobre o assunto, saber como cuidar, como prevenir e tratar, conversamos com uma especialista, a dermatologista Ana Carulina Moreno, do Rio de Janeiro (RJ).
O que muda na pele com a gravidez
O melasma é só uma das alterações a que a pele da mulher fica mais sujeita na gestação. Por isso, segundo a médica, é importante fazer um acompanhamento com um profissional especialista. “Com as alterações hormonais, a pele fica mais suscetível a manchas tipo melasma, escurecimento de algumas áreas, como as axilas e a virilha, aumento de sinais, além da piora da acne e da dermatite seborreica”, enumera Ana Carulina.
“O estiramento da pele pode levar à formação de estrias vermelhas e brancas nos seios, abdômen, glúteos, região lombar e coxas. A piora da circulação e a retenção de líquidos leva ao aparecimento de celulite. As unhas podem ficar mais frágeis ou com deslocamento”, explica.
Mas calma que também tem um lado positivo! “Na gravidez, os cabelos costumam ficar mais fortes, brilhantes e volumosos”, diz ela. “Além de todas essas mudanças, ainda temos que ter muito cuidado com o uso de produtos na gestação, pois alguns podem ser absorvidos pela pele e prejudicar o bebê. Por isso, o acompanhamento com um dermatologista para a gestante é fundamental”, orienta.
Melasma: o que é e por que aparece na gravidez?
Segundo a dermatologista, o melasma é uma doença crônica sem cura, que surge após a exposição à radiação UV e à luz visível. “Pode aparecer principalmente na face, pescoço, colo e braços. Pode piorar devido à carga hormonal inerente”, aponta. “A gravidez é um ‘’gatilho” para o surgimento ou piora das manchas”, diz. Mas não é só isso. O uso de anticoncepcionais ou tratamentos ou procedimentos inadequados também podem favorecer a situação.
“O melhor tratamento é a prevenção. É fundamental evitar a exposição excessiva ao sol e usar o protetor solar de forma adequada”, ressalta Ana Carulina.
O melasma some sozinho depois da gravidez?
Nem sempre! “Com a regularização dos hormônios após a gravidez, algumas manchas podem clarear sozinhas, mas na grande maioria, o melasma se torna crônico”, afirma Ana Carulina. Por conta disso, é importante procurar ajuda médica para buscar os tratamentos adequados.
Melasma: tratamentos que funcionam (e que não prejudicam nem a mãe, nem o bebê)
A boa notícia é que existem, sim, tratamentos para o melasma, e alguns deles podem ser feitos ainda durante a gravidez. Claro, desde que haja acompanhamento de um profissional especializado. “Muitas mulheres aguardam o fim da gestação e da amamentação para procurar um dermatologista, mas, na verdade, é possível iniciar um protocolo de tratamento clareador mesmo ao longo da gestação. Quanto mais cedo iniciarmos, melhor será o controle do melasma”, orienta a dermatologista.
De acordo com Ana Carulina, embora não tenha cura, alguns tratamentos eficazes podem amenizar o melasma e deixam o rosto mais homogêneo. “Em alguns casos, as manchas ficam até imperceptíveis”, diz a médica.
“Durante a gravidez, focamos mais na fotoproteção e nos hábitos de skincare voltados para o melasma, com produtos específicos, quando a paciente desenvolve essas manchas. Podemos associar ledterapia nessa fase, como uma forma mais leve de tratamento, mas evitamos qualquer procedimento mais invasivo. Outros lasers, como o chamado Black Peel, podem ser também opções nessa fase, dependendo do caso, mas sempre com recomendação médica, após avaliar pessoalmente a gestante”, ressalta.
No pós parto, alguns procedimentos mais intensos podem ser realizados. É o caso de alguns lasers mais potentes, microagulhamento robótico, MMP facial (um tipo de tratamento com agulhas) e alguns peelings. “É preciso ter muito cuidado com os ativos escolhidos, caso esteja amamentando”, reforça Ana Carulina.
Produtos para evitar na gravidez
A dermatologista lembra que muitos ácidos não podem ser utilizados na gravidez. É o caso do ácido retinóico e do ácido salicílico. “A hidroquinona, que é um ativo clareador bem utilizado no melasma, também deve ser evitada nesse período”, explica. Medicamentos, cremes e tratamentos, sobretudo durante a gestação e a amamentação, só com orientação médica.
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