Cheguei na Casa do Benin, nas imediações do Pelourinho, no dia 4 de outubro, para ver o encerramento de um projeto que me fez brilhar os olhos desde que eu conheci: o Estúdio África, que realizou um intercâmbio fotográfico e uma formação com a fotógrafa malinesa Fatoumata Diabaté.
Eu, que estive também no bate-papo sobre a Estética da Fotografia Africana com a antropóloga e realizadora desse projeto, Goli Guerreiro, me encantei totalmente pelo conteúdo trazido e pela potência do olhar de Fatoumata, assim como suas falas tranquilas e assertivas.
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Por isso, trago um bate-papo com ela, assim como as fotografias produzidas desse projeto, para saber como foi essa experiência por aqui. Confira abaixo!
1 - Você já viaja o mundo com sua fotografia, mas como foi vim fazer esse trabalho no Estúdio África em Salvador? Como você recebeu essa ideia?
F - Sou apaixonado por fotografia e gosto de compartilhar essa paixão com o público, o que me motiva é o humano, a diferença cultural, as trocas. Na minha abordagem artística magnifico o humano, a diversidade cultural. A ideia de levar o “Studio Photo de la Rue” para o Brasil é uma iniciativa da antropóloga Goli Guerreiro e do Estudo da Bahia. Elas foram seduzidas pelo meu conceito e me pediram para conduzir este workshop para compartilhar minhas experiências com as fotógrafas de Salvador, Bahia.
2 - Durante a residência fotográfica, o que você achou de mais fascinante e que te trouxe novas percepções?
F - Apreciei o clima de trabalho, encontro muita similaridade com a cultura africana, calor humano, mistura cultural. Sou fascinada pela riqueza e diversidade cultural do Brasil, é um lugar propício para a criação fotográfica.
3 - Como foi fazer esse trabalho com mulheres negras brasileiras e qual a importância disso para você?
F - A cor da pele não determina ou pelo menos não tem impacto no meu olhar como fotógrafa. Vejo mulheres comprometidas, determinadas a compartilhar seu universo fotográfico. Apreciei esta colaboração, eles evoluem em universos diferentes e também têm uma abordagem diferente, mas é essa diferença que nos enriquece e pode fazer as nossas criações evoluir, por isso há sempre um impacto positivo. A minha abordagem artística está imbuída das minhas diferentes viagens, de todas essas culturas que encontro. Meu papel era acompanhar essas mulheres fotógrafas, dar ferramentas para reforçar suas capacidades e levá-las a melhorar suas técnicas. Espero que essas trocas lhes permitam aprimorar suas técnicas e aperfeiçoar seus trabalhos. Sou muito sensível ao empoderamento e independência das mulheres, por isso é um prazer para mim acompanhá-las em suas conquistas.
4 - E o resultado final da residência das fotos, você gostou? O que achou de toda essa experiência?
F - Muito emocionada e sensível às nossas trocas. Foi uma experiência muito bonita e rica, conheci pessoas com quem compartilhei histórias, risadas. Essa imersão na cultura brasileira é uma oportunidade para eu experimentar outros universos e ter um novo olhar e outra abordagem artística.
5 - Quais os seus próximos planos de trabalhos e criações?
F - O próximo projeto terá lugar em Bamako no Mali, será a formação de mulheres fotógrafas da qual sou presidente e também do Studio Photo de la Rue. É um prazer para mim transmitir meus conhecimentos e acompanhar outros fotógrafos, principalmente mulheres, para ajudá-los a evoluir. Quanto às minhas futuras criações, convido você a acompanhar minhas novidades através das minhas redes sociais Instagram @fdiabate, @lestudiophotodelarue.
Ainda com curiosidade? Então, acompanhe a galeria abaixo:
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Vanessa Aragão
Vanessa Aragão
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