Belém é destino turístico que atrai pela fé, cultura e gastronomia

Em um país continental como o Brasil, o que não faltam são opções de belos lugares para conhecer. Já pensou em viajar para um destino que une história, cultura, rica culinária e diversas belezas? Esse lugar fica na região Norte do país. Estou falando da capital do Pará, Belém, o destino do mês aqui na coluna issabordo do iBahia. Se você já esteve no Pará ou se ainda pretende conhecer, saiba que esse é um lugar que nunca vai faltar fé, simpatia, boa música e comidas saborosas.

Para quem deseja viajar até Belém a partir do Aeroporto Internacional de Salvador, as opções são com conexões, já que atualmente não há voos diretos entre as capitais baiana e paraense. Com a Azul, a opção mais rápida é uma conexão em Recife. A Gol tem voos para São Luís e Fortaleza saindo de Salvador, o que pode ser uma boa oportunidade para que você voe até essas cidades e de lá pegue o segundo voo. Já com a Latam a melhor opção é voar para Fortaleza ou Brasília.

Uma vez em Belém, você tem uma infinidade de lugares para conhecer, a exemplo da Estação das Docas, que tem ótimos bares e restaurantes, alguns com música ao vivo. Você também pode caminhar e curtir a vista para o rio. É um dos melhores programas a se fazer na cidade. O Por do Sol deste ponto é, com certeza, de tirar o fôlego. Se tiver muito calor, você pode provar os deliciosos sorvetes, com sabores bem peculiares, da Cairu.

Símbolo da cidade de Belém, o Mercado Ver o Peso fica bem pertinho da Estação das Docas. Nele, você vai encontrar de tudo. São produtos variados, inclusive os ingredientes utilizados na culinária local, como pupunha, jambu, camarão, mandioca, açaí, castanha, peixes, dentre outros. Também vai encontrar roupas, artesanato, frutas e doces. Mas está no folclore popular o que mais me chamou atenção.

Estou falando dos famosos perfumes e do óleo do boto. São esses vasos pequenos na foto abaixo. Tem perfume para afastar o ricardão, amansar o patrão, afastar o azar, abrir caminho, atrair homem e muitos outros. Já o óleo do boto, que eu não faço a mínima ideia do que é feito, serve para apimentar a relação sexual. Dizem que basta introduzir no canal, em segredo, antes do sexo. É realmente bem peculiar cada frasco desse e as histórias que têm por trás disso.

Em sua visita a Belém, não esqueça de explorar a cultura e a culinária locais. Você pode dançar o Carimbó, cantar toda discografia do Calypso, tomar o Tacacá, comer o Pato no Tucupi, dentre outras possibilidades. Minha prioridade foi provar o famoso Tacacá. Confesso que me surpreendi!

Esperava não gostar, mas gostei, apesar de não ter tomado todo. Eu fiquei apaixonado pela culinária do Pará e seus sabores. Recomendo o Restaurante O Sabor da Nega, onde provei o Tacacá e comi uma deliciosa caldeirada de filhote. Belém conquista por muitas coisas, inclusive pelo paladar.

Vá por mim e planeje uma viagem. Belém pode ser visitada em qualquer época do ano. Esteja preparado para a chuva, porque os moradores locais brincam que se tem uma coisa certa para acontecer todos os dias é a chuva. Faz calor na cidade, do nada chove, depois para e volta tudo ao normal.

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Aproveite para provar o açaí. Calma! Não vá passar vergonha e pedir açaí gelada, doce, com banana e demais frutas. O açaí original, orgulho entre os paraenses, é uma das principais comidas da cidade. Mas por aqui ele é servido sem açúcar, natural, acompanhando de uma boa farinha. Vai encarar?

Outro ponto interessante da cidade é a Casa das 11 janelas, um prédio histórico que abriga o Museu de Arte Contemporânea. Ele fica colado em outras atrações, como a Catedral Metropolitana, o Forte do Presépio e até mesmo do Ver o Peso e da Estação das Docas. O local funciona todos os dias da semana. Quando fui, a entrada custava simbólicos R$ 4.

Bem pertinho da Casa das 11 Janelas está o Forte do Presépio, um símbolo da capital paraense. É que se trata da primeira construção da cidade de Belém, que foi fundada em 1616. O espaço foi revitalizado para abrigar um museu que tem como circuitos o Sítio Histórico da Fundação de Belém, composto pela própria edificação com seus vestígios arquitetônicos e artilharia militar e o Museu do Encontro, que fala da colonização portuguesa na Amazônia. A taxa de visitação também custava R$ 4,00 quando estive em Belém. O local funciona de quarta a domingo.

Há quem prefira programar viagem ao Pará em outubro, que é quando acontece o Círio. Lembre que se optar por esse período, a cidade costuma ficar cheia, com preços de hospedagens bem mais altos. Hospedagem, inclusive, não é problema por aqui.

São diversas opções de hotéis, pousadas e hostels. Basta acessar um desses sites de reservas de hospedagem para escolher o que melhor se encaixa no seu orçamento. Obviamente, também há opção de se hospedar em uma das acomodações disponíveis no Airbnb.

O Círio de Nazaré é prova viva da fé nutrida pelo povo paraense. Tudo ganha vida, inclusive as ruas e as fachadas dos prédios de Belém que são decorados para o grande momento. Apesar de não estar na cidade durante o círio, pude ver de perto a fé desse povo e acompanhar a missa dominical. Considerada uma das maiores do mundo, a procissão reúne dois milhões de fiéis no segundo domingo de outubro.

Além da imagem da santa, uma corda faz ainda mais emblemático o Círio de Nazaré. A corda só foi inserida na programação no século 19. É que houve uma enchente na cidade que alagou a região do Ver o Peso, fazendo atolar a pequena carruagem que leva a imagem da santa.

Como os cavalos não conseguiram puxar a berlinda, uma corda completou o resgate. Desde então, a corda, que tem 400 metros e pesa 700 quilos, é levada por quase 8 mil pessoas num percurso de 3,6 quilômetros e que já chegou a durar 9h15.

Se tiver mais tempo, você pode fazer o passeio para a Ilha do Combú, que fica pertinho de Belém. Basta pegar um barco e desfrutar das belezas locais. Aqueles que ficam ainda mais tempo no Pará podem optar por conhecer outra famosa ilha, a de Marajó. Os paraenses se orgulham em dizer que esta é a maior ilha fluviomarítima do mundo. Daí você tira tudo que se tem para explorar nesse local.

Tenha em mente que é melhor viajar para Marajó com guias ou agências que entendam do local. Não se aventure sozinho em terreno desconhecido. Dito isto, aproveite cada segundo nessa terra abençoada e se delicie com a culinária local. Boa viagem!