Vamos começar dando nome a esse preconceito: ETARISMO. Demoninado assim quando o discriminação está relacionada à idade.
Na semana passada viralizou um video nas redes sociais de jovens alunas de uma faculdade em Bauru (interior de São Paulo), comentando sobre a idade de uma colega, dizendo q já era pra estar aposentada e não está pra estar na faculdade. Patrícia Linares vai completar 45 anos em breve e estuda biomedicina na mesma faculdade. Em entrevistas recentes se emocionou e falou sobre o vídeo. Disse que não vai desistir do sonho de fazer a faculdade. É aquilo que sempre falo: a carreira é um plano de longo prazo e a atualização tem que ser constante.
Falar sobre etarismo é importante e vem ganhando cada vez mais espaço nas conversas e na mídia. Quantas vezes você não ouviu ou até mesmo falou a frase: “Você não tem mais idade pra isso!”. E esse preconceito vai além da faculdade. Está na academia, na praia, na balada, nos eventos sociais e, claro, no trabalho.
E precisamos prestar atenção no ambiente de trabalho, principalmente porque a diferença
geracional entre os profissionais trabalhando numa mesma empresa vem crescendo. Gestores estão orientando e capacitando suas equipes, justamente para evitar o etarismo no trabalho.
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Eu mesmo como palestrante e instrutor de treinamento, já fui contratado para falar sobre a diferença geracional e como as trocas são importantes nas empresas. Em treinamentos é possível, inclusive, aplicar dinâmicas que aumentam a empatia, o entrosamento, a colaboratividade e impulsionam o trabalho em equipe.
Importante falar que jovens resistem a quem tem mais idade, mas o inverso també acontece. E para evitar desentendimentos e improdutividade, vale abordar o etarismo em ambientes como a faculdade e o trabalho, até porque a troca pode ser incentivada nas duas vias: dos mais velhos para os mais novos e vice-versa. As empresas são responsáveis pelo bem-estar dos seus funcionários e por outro lado cada um de nós deve procurar informações e, inclusive, prestar atenção nas nossas falas.
E aqui vão as minhas 03 dicas para lidar com ETARISMO:
- Para as empresas: investir em capacitação (palestras e treinamentos) para suas equipes em todos os níveis profissionais.
- Se você é mais jovem, procure aprender com quem tem mais experiência.
- Se você já passou dos 40, já dá pra entender que não são os outros que vão ditar o que você vai vestir, o tempo de você estudar ou se você está velho(a) pro mercado de trabalho. E também, esteja aberto para aprender com os mais jovens. Há sempre espaço para trocas.
Na semana passada, aqui na coluna Gestão e Carreira, entrevistei Roberto Aschenberger, 77 anos. Sempre gostou de desafios e aprendeu a lidar com eles desde a infância, quando teve poiomielite. Foi aposentado aos 60, mas não parou. Fundou sua própria empresa e é referência na área. Esse ano vai fazer o Caminho de Santiago e já planeja escrever um livro sobre essa jornada. Vale a pena a leitura da entrevista, para inspirar pessoas de todas as idades a não desistirem dos seus sonhos e entenderem que a idade traz experiência, potencializa competências e dá aquele jogo de cintura que aos 20 a gente achava que tinha
Cristiano Saback
Cristiano Saback
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