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GESTÃO E CARREIRA COM CRISTIANO SABACK

Júnior Clemente fala como saiu da publicidade e hoje produz conteúdo para a internet

Conheça os desafios e conquistas desse profissional que ousa empreender registrando a cultura e a história do povo no interior da Bahia.

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Cristiano Saback

06/02/2023 às 8:00 - há XX semanas
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					Júnior Clemente fala como saiu da publicidade e hoje produz conteúdo para a internet
Foto: Divulgação / Matheus Carvalho

Junior Clemente é publicitário de formação e pós-graduado em produção cultural. Tem um perfil de um gincanista. Desde que começou a carreira se apaixonou pela área de produção e não parou mais. Quando teve a ideia de produzir um programa para internet, correu atrás para realizar um sonho.

O desafio seguinte foi sair de trás das câmeras e assumir a apresentação. Bem humorado e leve, o seu conteúdo traz informações relevantes sobre a história e cultura do interior da Bahia mostrando a identidade de um povo e impulsionando o seu sentimento de pertença.

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Cristiano Saback: Junior, como aconteceu essa transição da publicidade para atuar com produção?

Junior Clemente: eu entrava nas empresas como um profissional da comunicação e da publicidade para fazer arte visual, depois de um tempo quando percebia já estava produzindo, fazendo acontecer. E os colegas enxergavam esse potencial, mas eu não me dava conta. Sempre me meti em produzir elenco, eventos pra camarote, eventos corporativos, shows e orquestra. Aos poucos fui me metendo em algo que virou um caldeirão. Sempre gostei de gincana, né? Minha ficha caiu quando fui trabalhar na Cidade do Saber em Camaçari(BA), que é um lugar de centro de inclusão social com cursos de artes, cultura e esporte. Aí me encontrei. Entrei pra fazer artes gráficas e no final estava produzindo espetáculos, cursos e divulgação.

CS: Sim, mas daí migrar para uma produção independente é um desafio, né? Como é que surgiu a ideia do seu conteúdo?

JC: Eu sou baiano e me interesso por cada lugar. A intenção mesmo é falar da cultura e da história local pra fomentar o turismo e o comércio da região e, claro, aumentar a autoestima do povo no interior da Bahia. Como sou de Camaçari, a ideia nasceu aqui. Comecei por aqui, pelo centro da cidade mesmo, aí depois fui ampliando. Tem tanta gente que vem pra cá e não sabe onde está. Tem tantos lugares que as pessoas visitam aqui na região: Busca vida, Jauá, Arembepe, Barra do Jacuipe, Guarajuba; e por aí vai. E para minha surpresa, as pessoas que visitam esses lugares não sabem que estão em Camaçari. E o povo que mora aqui tem orgulho de onde mora e tem identidade própria. Entrevistar as pessoas nas ruas é dar voz à história e à identidade da região. Estimular esse sentimento de pertença.

CS: Mas pelo que assisti você foi além. Você produz o conteúdo e resolveu ser apresentador também?

JC: na verdade a ideia de produzir um programa acabou indo além mesmo, porque quando fui pra frente das câmeras e apresentar o que eu estava produzindo, senti que gostava disso também. Aí virou mais trabalho: produzir e apresentar. Mas o desafio além de produzir e apresentar foi começar a fazer roteiro. Estruturar o que vai pro ar. É uma produção independente, então eu tenho que me virar. Gincanista não é assim? (rsrsrsrs)

A gente que é hiperativo não tem paciência pra ouvir muita coisa. Não gosto de muito protocolo, tenho um sentido de urgência e gosto das coisas naturais. E aí, talvez, cumprir o roteiro à risca seja meu maior desafio. Mas não abro mão da qualidade do que vai ao ar.

CS: Na frente das câmeras parece tudo muito natural, inclusive a sua apresentação. Você se sente bem se assistindo?

JC: Eu sempre quis ser o galã.(rsrsrs) Mas aí descobri que era engraçado e divertido, aí comecei a usar isso a meu favor. Mas vamos combinar que ir pra frente das câmeras dá um frio barriga por causa do medo das criticas.

CS: Você pretende ampliar esse projeto ou essa produção de conteúdo é, apenas, para a região de Camaçari?

JC: Tudo começou aqui. É meu ponto de partida. Mas quero trabalhar com outros municípios também. Dias D´ávila, Simões Filho, Itabuna, Feira de Santana... Imagina esse caldeirão cultural e histórico. Temos registros fantásticos, mas falta a gente trazer uma narrativa audiovisual mais contemporânea. Gosto de levar informação através de diversão e arte. O mundo muda e claro que isso impacta nas mudanças locais e quero saber como isso afeta a cidade e o povo, o que permanece e o que muda. Na verdade acho que tenho a pretensão de ser um agente transformador, também. Não só ser o receptivo da mensagem e da cultura, mas transformar e impactar, esclarecer e levar conhecimento a cada uma dessas regiões.

CS: Esse seu trabalho já tem dado resultado?

JC: Adoro quando as pessoas me falam que se reconectam com CAMAÇARI porque acompanham meus vídeos.  Um dia eu estava andando em Arembepe e um menino que estava passando na rua, me parou e perguntou se eu era Junior Clemente. Fiquei surpreso. Ele me reconheceu por causa dos vídeos. O que eu produzo não é passageiro. É algo que vai ficar. Um registro para agora e para as futuras gerações. É um registro para as cidades, sua cultura e identidade. E tudo isso alavanca o turismo e a economia local.

CS: Essa parte eu entendi e deve ser gratificante, realmente. Mas e o lado financeiro você já tem resultado?

JC: é uma produção independente, então os frutos vêm aos poucos. Ainda não dá viver só de produção de conteúdo para a internet. Uma hora o patrocinador chega! Tô na labuta com passos firmes e de braços abertos.

CS: Então desistir não é uma opção?

JC: PERSISTIR é a minha opção! Não desisto fácil. O que faço me dá prazer e me faz sentir que é a maneira que contribuo para o mundo. Ninguém me falou que seria fácil, mas sigo, persisto! E, claro que conto com muita gente para colocar esse conteúdo no ar: Diego Copque que é historiador e me orienta nessa área para ter um conteúdo mais embasado, Saadia Souza que é meu braço direito na produção e Mateus Carvalho que é o vídeomaker. O que quero dizer é ninguém faz nada sozinho, porque para concretizarmos projetos precisamos de pessoas que acreditem no potencial da criatividade e da informação!


				
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