“Você aprende quem você é desaprendendo quem te ensinaram a ser.” Essas palavras da escritora e poeta Vironika Tugaleva soam como um convite – e também como um desafio – para quem busca se conhecer de verdade.

Somos moldados desde cedo por padrões sociais, crenças familiares e expectativas externas. Essas camadas podem ser importantes em alguns momentos, mas também podem nos afastar de nossa essência. Tugaleva nos provoca a questionar: quanto de nós é verdadeiramente nosso? Desaprender o que nos foi ensinado é o primeiro passo para uma vida mais autêntica.
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Pense, por exemplo, em alguém que, desde jovem, ouviu que só seria considerada bonita ou atraente se tivesse um cabelo longo. Por anos, essa pessoa manteve o cabelão, convencida de que era a única forma de ser aceita. Mesmo gostando de cabelo curto, ela se conformou com a ideia de que cortar o cabelo seria um risco para sua identidade. Um dia, ao questionar essa crença, ela encontrou coragem para desaprender o que havia sido ensinado. E ao se olhar no espelho com o cabelo curto, percebeu que a verdadeira beleza está na confiança de ser quem se é – e não em padrões impostos.

Isso nos leva a uma pergunta importante: quanto das decisões que tomamos são genuinamente nossas? Quantas vezes nos sentimos obrigados a seguir um caminho para atender às expectativas alheias? Ao desaprender esses padrões, abrimos espaço para nos reconectar com nossa essência.
Essa reflexão encontra ecos em uma clássica canção que gosto muito, ela chama My Way, eternizada por Frank Sinatra. Assim como a frase de Tugaleva nos incentiva a desaprender o que nos foi imposto, My Way celebra o poder de trilhar um caminho fiel a si mesmo, independentemente das expectativas externas.

Como psicólogo, percebo que essa desconexão entre o que somos e o que esperam de nós está por trás de muitos dos dilemas emocionais que enfrentamos. Ansiedade, insatisfação e sensação de vazio são apenas algumas das consequências de viver uma vida que não reflete nossos desejos mais profundos. Desaprender essas amarras é desafiador, mas é também o primeiro passo para construir uma identidade alinhada com nossas aspirações.
E você? Já pensou no que precisa desaprender para reencontrar sua autenticidade? Talvez seja o medo de desagradar os outros, o hábito de priorizar expectativas alheias ou a crença de que você precisa ser perfeito. Seja qual for o obstáculo, desaprender é um ato de coragem – e também de libertação.
No fim, o que todos buscamos é o direito de viver com integridade, sem arrependimentos. Desaprender pode ser difícil, mas continuar vivendo como alguém que não somos é muito mais doloroso. E você, está pronto para desaprender o que te ensinaram a ser e descobrir quem realmente é?

Fabiano Lacerda
Fabiano Lacerda
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