O que nos mantém unidos como sociedade? No Brasil, a Constituição é esse pacto — um conjunto de princípios que define direitos, deveres e o funcionamento do país. Desde a primeira Carta, imposta por Dom Pedro I em 1824, até a Constituição de 1988, cada versão refletiu as transformações da sociedade. Mas e quanto a nós? Se um país precisa revisar suas leis para evoluir, não deveríamos fazer o mesmo com nossas próprias crenças e escolhas?

Ao longo da vida, criamos nossas próprias “constituições internas” — regras, valores e verdades que guiam nossos passos. Muitas delas foram herdadas, absorvidas sem questionamento. Mas será que todas ainda fazem sentido? O que em nós precisa ser revisto, ajustado ou até mesmo reescrito? Muitas vezes, resistimos a mudanças porque nos apegamos a estruturas que já não nos representam. E se olharmos mais de perto, será que conseguimos reconhecer as partes de nós mesmos que evitamos encarar?
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Nosso crescimento pessoal exige revisões constantes. O que reprimimos um dia pode voltar à superfície quando menos esperamos. Às vezes, o medo que carregamos não é realmente nosso — é uma história que nos contaram. A rigidez que nos aprisiona pode ter sido necessária em outro momento, mas será que ainda nos serve? Quem antes se via como inseguro pode descobrir sua força. Quem se considerava impaciente pode aprender a esperar. Mas nenhuma mudança acontece sem disposição para o confronto interno.

Se uma Constituição pode ser reformada para acompanhar a evolução de uma sociedade, por que não podemos fazer o mesmo conosco? O que evitamos enxergar? Que leis internas seguimos sem perceber? O que precisamos atualizar para nos tornarmos versões mais autênticas de nós mesmos?
Neste 25 de março, ao refletirmos sobre a Constituição Brasileira, podemos também olhar para dentro. Estamos prontos para revisar nossas crenças e nos comprometer com nossa própria transformação? No fim, o verdadeiro pacto que fazemos é com a nossa evolução.

Fabiano Lacerda
Fabiano Lacerda
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