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‘Grupo Corpo’ na ginga e no suingue dos 80 anos de Gil e Caetano

A companhia de dança mineira homenageia esses dois grandes ícones da MPB este mês no palco do Teatro Castro Alves

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Arlon Souza

30/09/2022 às 18:00 - há XX semanas
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					‘Grupo Corpo’ na ginga e no suingue dos 80 anos de Gil e Caetano

Ponto certo das turnês nacionais do Grupo Corpo, Salvador, especialmente o Teatro Castro Alves, é palco recorrente das apresentações de dezenas de espetáculos da companhia. Fundado na cara e na coragem pelo diretor artístico Paulo Pederneiras, em 1975, na cidade de Belo Horizonte, o Corpo é um dos grupos de dança mais importantes do mundo. Quando pensamos hoje em linguagem, em processos criativos e na estética de suas obras, não há dúvidas sobre os pilares potentes de sua identidade. Fazendo um paralelo gastronômico regionalizado, é como tutu de feijão, moqueca, feijoada, pato no tucupi, entre outros sabores de muitas matizes e matrizes, porém sempre contemporâneo, transversal e diverso.

De sua natureza criativa de espetáculos que nascem partir do diálogo com outras linguagens, o Grupo Corpo se consolida como uma companhia de dança contemporânea brasileira muito autêntica, que se inspira e se baseia, principalmente, no universo de grandes intérpretes e compositores da música erudita e popular, e ainda na Literatura. São vozes, sonoridades, timbres, texturas, poéticas e discursos que diluem fronteiras, ao se conectar com vertentes e referências universais. Milton Nascimento, Tom Zé, Arnaldo Antunes, Samuel Rosa, Philip Glass, o grupo instrumental Uakti, Bach, Villa-Lobos e uma série de outros artistas já assinaram ou inspiraram suas trilhas sonoras.

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Nesse histórico, estão Gil e Caetano (este em parceria com José Miguel Wisnik) que assinam, respectivamente, as músicas dos espetáculos “Gil Refazendo” (2019/2022) e “Onqotô” (2005), que aportam este mês de outubro no Teatro Castro Alves, com coreografia de Rodrigo Pederneiras, cenografia e iluminação de Paulo Pederneiras e figurino de Freusa Zechmeister. A finalidade de retornar aos palcos com essas duas obras é prestar uma homenagem aos artistas baianos pelos 80 anos de vida. O programa duplo será apresentado, em sequência, na sessão de sábado (22/10), às 21h; com uma apresentação extra no projeto Domingo no TCA (apenas do espetáculo “Gil Refazendo”),23/10, às 11h.

Há muita convergência na dramaturgia dessas montagens, que têm como fio condutor a vida e a obra de dois compositores baianos. Fragmentos, citações poéticas e frases musicais de ambos, tanto em “Gil Refazendo” quanto em “Onqotô”, regem uma musicalidade que traz em si diversos tons e temperaturas, ativando diferentes lugares e movimentos, ora mais delicados, ora mais vigorosos, ora cômicos, ora dramáticos ou românticos, ritualísticos... Um corpo de baile dinâmico, que se experimenta e se transmuta, que pulsa no contratempo para encontrar o seu próprio tempo, ritmo e pulsação, em harmonia com a música, com outros corpos e melodias. Corpos que se espelham, criam duplos, que ecoam entre si, formam organismos de múltiplas formações. Corpo instrumento, corpo intérprete, que lê, relê e traduz Gil e Caetano em movimentos.

“Onqotô”, corruptela de “Onde é que eu estou?”, se propõe a instalar uma atmosfera filosófica e metafísica, em que a música soa meditativa, como num transe, que nos provoca a refletir sobre a nossa existência e a nossa conexão com o universo. Nesse manancial de temas e canções, a poesia de Camões e de Gregório de Mattos, numa fusão percussiva, orquestral e eletrônica.

Já "Gil", criado em 2019, renasce completamente recriado pelo coreógrafo Rodrigo Pederneiras como “Gil Refazendo” - parafraseando o título de uma de suas canções - e mantendo apenas um número da obra anterior: o samba da Mari – solo da bailarina Mariana do Rosário que faz uma releitura de “Aquele Abraço”. Nela, ainda encontramos frases, temas e variações do universo gilbertiano, a exemplo de citações e fragmentos de “Realce”, “Tempo Rei”, “Andar com Fé”, “Toda Menina Baiana”, “Sítio do Pica-Pau Amarelo”, entre outras. Nesse fluxo de referências identitárias, culturais, ancestrais e sincréticas, se juntam o afoxé, o reggae, o jazz, o choro, a bossa nova, entre outros gêneros da música negra nacional e mundial.

Serviço

Grupo Corpo – “Gil Refazendo” e “Onqotô”
Quando:
 22 de outubro de 2022 (sábado), 21h
Onde: Sala Principal do Teatro Castro Alves
Quanto:
R$ 180 (inteira) e R$ 90 (meia), filas A a P
R$ 120 (inteira) e R$ 60 (meia), filas Q a Z
R$ 50 (inteira) e R$ 25 (meia), filas Z1 a Z11
Classificação indicativa: 14 anosOs ingressos para o espetáculo podem ser adquiridos na bilheteria do Teatro Castro Alves Teatro Castro Alves (tca.ba.gov.br) ou no site SYMPLA  https://bit.ly/3E5wLqq

Apresentação extra no projeto Domingo no TCA

(apenas o espetáculo “Gil Refazendo”)

Grupo Corpo – “Gil Refazendo”

Quando:23 de outubro de 2022 (domingo), 11h

Onde: Sala Principal do Teatro Castro Alves

Quanto: R$ 1 (inteira) e R$ 0,50 (meia)

Vendas somente em dinheiro, no dia e local, a partir das 9h, com entrada imediata no teatro.

Classificação indicativa: 14 anos


				
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