Das muitas iniciativas de mediação cultural, formação de plateia e difusão de produções artísticas, na Bahia, tanto a capital quanto o Interior tem exemplos de projetos muito bem sucedidos; sejam como um programa independente ou inserido entre as ações de festivais. Quando se trata de uma programação voltada para o público infantojuvenil, então, há um movimento bem vivo e atuante nesse campo. Só para citar alguns mais recentes, o projeto Pé de Feijão (Teatro Vila Velha/Baobá Produções), o Festival Petiz (Poliana Bicalho/Renata Berenstein), o Domingo no TCA (Funceb/Secult Bahia), entre outros.
Nesse cenário, Feira de Santana, através da Cia. Cuca de Teatro, é presenteada há 18 anos pelo programa Domingo tem Teatro, que tem a proposta de popularização de espetáculos de teatro, por meio de clube de descontos para sócios, além de distribuição de ingressos solidários para projetos e instituições sociais.
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Criado em 2005 pelos produtores Henrique Motté (1963-2019) e Elizete Destéffani-Motté, o Domingo tem Teatro mantém suas atividades, ano a ano, no período de março a dezembro, sempre às 10h30, e você pode fazer a sua carteirinha de sócio neste link. Mais informações no site da Cia. Cuca de Teatro.
O próximo espetáculo da programação é o musical “Cadê Rádbrin? - Uma Aventura Brincante", do grupo baiano Cadeiradebrin. A apresentação será no dia 04 de junho, no Centro Cultural Amélio Amorim. Interativa, a peça, como explica a sinopse, “traz o universo da cultura nordestina, através de canções, contos e brincadeiras. A narrativa é sobre a aventura do menino Rádbrin (descendente de árabe), que numa viagem ao Nordeste se perde dos seus pais numa feira, encantado pelo som de um instrumento diferente”.
Patrocínio do Atacadão São Roque e Governo do Estado, através do Fazcultura, Secretaria de Cultura e Secretaria da Fazenda. Quer ficar por dentro de mais detalhes sobre o Domingo tem Teatro? Confira abaixo uma entrevista com a atriz e gestora cultural Elizete Destéffani-Motté.
ARLON SOUZA - Como é que nasceu o programa Domingo tem Teatro? Desde a criação já tinha essa proposta de uma ação continuada?
ELIZETE DESTÉFFANI-MOTTÉ - Já nasceu com o desejo de se ter uma ação continuada de formação e apreciação artística do teatro, através de apresentações de espetáculos de qualidade e de múltiplas linguagens, valorizando artistas e produtores baianos. Os idealizadores e produtores do projeto, eu e Henrique Motté (1963-2019), da Cia Cuca de Teatro, desejavam realizar em Feira uma campanha de popularização do teatro para a infância e juventude, como forma de valorização e fomento do teatro para esse público-alvo.
ARLON SOUZA - Pelo que vejo, além de um programa de associados, o Domingo tem Teatro é um programa de mediação cultural e formação de plateia? Como se organiza e quais têm sido os resultados?
ELIZETE DESTÉFFANI-MOTTÉ - Além de ingressos a preços populares, o projeto tem uma grande rede de pessoas que nos ajudam na mediação cultural junto a comunidades. Uma equipe preparada, pessoas representantes de instituições sociais nos ajudam a viabilizar a ida de crianças e jovens, que não têm acesso aos bens culturais, para o Domingo Tem Teatro, de forma gratuita - através de cota de convites solidários. E com o nosso clube de fãs de carteirinha, iniciado em 2011, vamos construindo redes de contato e aproximação com o nosso público, que a cada ano vem trazendo mais pessoas ao teatro, já temos quase 3.000 fãs de carteirinha, pessoas que valorizam o teatro para criança.
ARLON SOUZA - O Domingo Tem Teatro é um programa que completa 18 anos. Quantos espetáculos, artistas e plateias já passaram por ele até o momento?
ELIZETE DESTÉFFANI-MOTTÉ - Ao longo desses 18 anos, mais de 500 espetáculos foram apresentados e mais de 130.000 pessoas atendidas.
ARLON SOUZA - Sendo o foco a infância e juventude, como é que vocês selecionam os espetáculos e montam a programação para esses públicos?
ELIZETE DESTÉFFANI-MOTTÉ - A curadoria é feita de forma criteriosa, buscando sempre pela diversidade das propostas de grupos e artistas que desenvolvem trabalhos para a infância e a juventude. Do tradicional ao contemporâneo, a variedade dos fazeres é presença marcante no Domingo Tem Teatro. A criança e o adolescente são o público-alvo, contudo buscamos apresentar espetáculos que dialoguem e interessam a todas as faixas etárias. Ou seja, espetáculos para todas as idades e gostos. Afinal, é o adulto que leva a criança ao teatro
ARLON SOUZA - Qual é hoje a importância e o papel desse programa para a sociedade feirense? A população tem dado muito retorno sobre o programa?
ELIZETE DESTÉFFANI-MOTTÉ - Para o feirense que quando criança foi ao Domingo Tem Teatro levado pelos seus pais - e que hoje já levam os irmãos, sobrinhos, filhos e netos, o sentimento é de afeto e amor pelo projeto. Gerações cresceram com o Domingo Tem Teatro. E até quem não conhece, incentiva. O carinho é imenso.
ARLON SOUZA - Quem quiser se cadastrar no programa, pode ser em qualquer época do ano? O que você recomenda e quem pode se inscrever?
ELIZETE DESTÉFFANI-MOTTÉ - Então, quem quiser fazer parte do nosso clube de fãs de carteirinha do Domingo Tem Teatro, é só manter contato pelo telefone (75) 99930-7634. A inscrição também pode ser feita on-line. E, dentre as vantagens, tem o direito à meia entrada, desconto nos parceiros e participação no sorteio especial de final de ano. O programa do sócio do Domingo Tem Teatro é uma brincadeira que vem conquistando pessoas e formando redes de apreciadores do teatro para a infância e juventude.
Arlon Souza
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