Seja como 'Aparecida', a mãe zelosa da novela juvenil “Malhação Conectados” (2011) ou como a mãe do campeão mundial de boxe Acelino “Popó” Freitas, na série “Irmãos Freitas” (2019), a atrizEdvana Carvalho está sempre parindo personagens mulheres aguerridas, conscientes, provocativas, e, como pode ser visto em diversos dos seus trabalhos, também cheias de humor e identidade. No espetáculo solo “Aos 50, Quem Me Aguenta?”, a artista nos apresenta um painel dessas muitas facetas femininas tecidas entre a vida, a tela e os palcos.
Nessa incursão cênica pelos dilemas e descobertas da mulher a partir dos 50 anos de idade, a atriz desbrava diversas experiências, abordando relacionamentos amorosos, sexo, reflexões sobre a maturidade, as transformações do corpo, racismo, entre outros assuntos autobiográficos e inspirados em fatos reais. Sem pudores nem papas na língua, a artista revela uma série de situações vividas com frustrações sexuais, o medo da velhice, as limitações físicas, os contrastes de visões de mundo nos relacionamentos, filhos, discriminação e, especialmente, a jornada da mulher negra nesse percurso.
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Inspirado no formato de conferências “Ted Talks” - porém, com uma performance muito característica do stand-up comedy - o espetáculo solo não é apenas um diálogo com o público feminino, mas também um papo reto com o público hetero masculino, que cumpre um papel de educação sexual para homens. Ao projetar suas próprias emoções e anseios, Edvana Carvalho compõe uma radiografia de muitas mulheres nesse estágio da maturidade. Com poesia e humor, a artista solta o verbo e entra num campo íntimo que desconcerta, faz refletir e provoca gargalhadas.
A direção de Marcelo Praddo é muito sútil, soa muito espontânea. Entre os muitos trânsitos de cena e nuances de interpretação da atriz, vai construindo um trabalho calcado na interação direta com o público. A atuação tem uma dosagem entre humor e reflexão muito boa. Um tempo e um ritmo que contemplam tanto a comédia quanto o drama. Fugindo do trivial, o enredo sai ainda da zona de conforto para um discurso que denuncia o racismo, a discriminação, o machismo e o sexismo, sem vaselina. E convoca as mulheres à liberdade, à união e ao empoderamento. “O que existe é a responsabilidade de como orquestro a minha vida e as minhas escolhas”, decreta a personagem.
Espetáculo solo “Aos 50 – Quem me Aguenta?”
- Dias: 9, 16, 23 e 30 de julho (aos sábados)
- Local: Teatro Molière - Aliança Francesa Salvador
- End.: Av. Sete de Setembro, 401, Barra - Salvador/BA
- Horário: 19h
- Ingressos: R$ 60,00 (inteira) / R$ 30,00 (meia entrada)
- Venda de ingressos exclusivamente pelo WhatsApp: (71) 99921-2368
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Arlon Souza
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