Fotos: Reprodução
Segundo dados da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), divulgado no último dia 14, sem blocos e sem desfiles, o carnaval 2022 deve registrar perdas de até 3 bilhões de reais, se comparado ao mesmo período de 2020.
Com movimentação financeira 33% menor em referência à última edição da festa, o carnaval 2022 deve alcançar um faturamento de cerca de R$ 6,45 bilhões, registrando quedas principalmente nos setores de bares e restaurantes, transporte rodoviário de passageiros, entretenimento e serviços de hospedagem e hotelaria.
Implicando em perdas de empregos diretos e indiretos, a não realização da festa afeta dos grandes aos pequenos empreendedores, que precisam se reinventar para conseguir complementar a renda nessa época do ano.
Segundo Humberto Vale, de 55 anos, toda a sua renda advém do trabalho como técnico de som e da locação de equipamentos para shows e eventos. Ele é empresário à frente da Clean Sound SSA. Para ele, também conhecido como Curujito, se reinventar foi preciso e continuar está sendo um desafio. “No primeiro ano da pandemia montamos um estúdio para realização de lives, mas agora já não existe demanda pra esse trabalho, então hoje estou locando equipamento de pequeno porte para os eventos menores”, explicou.
Servidor público, produtor de eventos e fotógrafo, Diego Santoro, de 25 anos, aproveita o carnaval para obter uma renda extra há sete anos. Atuando como assistente de produção de uma empresa de televisão, Diego precisou dedicar toda a sua energia a novos projetos e a criação de um novo desafio profisional.
“Pude dedicar parte da minha experiência profissional, como fotografo, no trabalho desenvolvido por minha ex-companheira e conseguimos desenvolver uma renda extra com produção de arte (pintura de parede, venda de arranjos, telas, pintura de vasos), alavancando o projeto do seu ateliê”, revelou.
Exigindo criatividade, ousadia e muita persistência, a ausência de grandes eventos na capital baiana gera impacto na vida de muitas famílias. Segundo dados da Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), em 2021 mais de 60 mil pessoas ficaram sem opção de trabalho neste período.
Para o roadie Joselito Souza, de 61 anos, o cancelamento de eventos e a ausência do carnaval impactou totalmente na sua renda. Segundo o profissional com 31 anos de carreira, foi preciso contar com a ajuda de amigos para suprir essa falta.
Pensando em quem também aproveita o carnaval para gerar renda ou obter uma ‘grana extra’, os empreendedores listaram 7 dicas que podem ajudar você a passar por essa fase.
- Estude outras áreas para diversificar sua área de atuação, mesmo que seja no mesmo setor. Se capacitar pode de proporcionar novos olhares sobre seu negócio;
- Invista na área de alimentação (se tiver talento, disposição para tal), pois talvez seja o setor mais estável no momento;
- A área de marketing digital tem apresentado boas oportunidades. Invista no digital para captar novos clientes
- Busque atuações que tragam renda mais rápida, como motorista de aplicativo e serviços delivery, como plano B;
- Fique atento as políticas públicas para auxílios emergenciais que estão sendo implantados pela prefeitura e pelo governo do estado. SOS Cultura II é um deles;
- Busque desenvolver projetos com parceiros e rede de apoio. Se você é fotografo, busque apoio para conseguir vender seus retratos impressos, faça sorteios, produza ensaios com preços mais acessíveis, tente aumentar sua renda aumentando o número de trabalhos desenvolvidos, lembre-se que todos estão passando por essa crise econômica;
- Para os produtores culturais, fiquem atentos aos editais que estão surgindo para financiar projetos. Esses editais têm tido maior flexibilidade que o comum, justamente por conta do contexto atípico para execução por conta do contexto de calamidade pública causado pela pandemia.
Não é hora de desistir, afinal nós já chegamos até aqui, não é mesmo?
Aproveite essas dicas e coloque o “seu bloco” na rua!
Rodrigo Almeida* - @rodrigoalmeidarp
Relações Públicas, Mestre em Gestão e Tecnologia Industrial (SENAI - Cimatec), pós-graduando no programa de MBA em Tendências e Inovações, Palestrante, Professor Universitário de pós-graduação, Consultor e Diretor da agência CRIATIVOS.
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