Baiano de Salvador, com raízes na Princesinha do Sertão, Caio Coutinho sonhou em um dia ser advogado. “Comecei tentando a faculdade de Direito porque achava que ali ia garantir o meu futuro, financeiramente falando”, revela o então jornalista no auge dos seus 40 anos. Impulsionado por sua mãe – e pela tia Maria – financiadora dos seus estudos no ensino médio, Caio foi estudar comunicação, o que, segundo a sua mãe, seria a garantia de ter ao menos um vestibular no currículo. E já que mãe sabe das coisas, a aposta deu certo!
Diretor do programa Domingão com Huck, na TV Globo, o soteropolitano – que quando estudante pensou se tornar jornalista de redação e escrever sobre “coisas importantes”, descobriu na televisão a sua verdadeira vocação. Com passagens como roteirista no Núcleo de Educação a Distância do SENAI, estágio e produções na TV Aratu (SBT), e transmissão do carnaval pela Band Folia, a trajetória de Caio une desafios, ousadia e muita, muita vontade de dar certo.
Leia também:
Apaixonado por televisão e se definindo como um ‘operário da TV de hábitos populares’, em suas andanças e entrevistas de emprego, quando questionado sobre o porquê de ser escolhido para uma vaga, a resposta sempre foi única: “Porque eu sou bom!”. Dedicado, comprometido, grato e criativo, para se tornar o profissional de hoje, o caminho de Caio cruza com importantes nomes da comunicação e do jornalismo nacional, a exemplo de Carla Araújo Christiano Caldeira, Vânia Lima, Claudio Antônio, Beto Yplá, Dani Gleiser Henrique Mathias e Rita Batista, colegas essenciais no desenvolvimento da sua trajetória profissional, trânsitos e oportunidades de aprendizado.
Abduzido pelo entretenimento e enfeitiçado pela produção de shows, está hoje sob o olhar de Caio a realização de importantes quadros que são sucesso na TV brasileira, a exemplo da Batalha do LipSync, Acredite Em Quem Quiser, Mamãe É Um Show e atualmente o Dança dos Famosos. “Eu sempre fui muito determinado e dedicado, e contei com a sorte e ajuda de muita gente. Acho que os Orixás facilitaram meu caminho também. Tem um dedo deles em cada passo desses, porque a caminha não fé simples”, revela.
Com metas traçadas e caminhos percorridos de forma estratégica, para se tornar diretor da Globo, foi preciso unir paciência, resiliência e foco. “Eu queria muito trabalhar na Globo. Os Estúdios são uma espécie de Disney para quem trabalha com televisão. Lá é possível criar tudo! É impressionante. Eu queria fazer parte disso. Eu estava disposto a renunciar muita coisa para conquistar. Deixei minha casa, meus amigos, os contatos que eu tinha feito em São Paulo. Renunciai ao meu cargo e inclusive do salário de diretor para ir trabalhar na Globo como assistente. Essa foi uma grande mudança. Mas esse foi o caminho. As vezes a gente tem que dar dois passos atrás para dar um passo na frente”.
Ainda sem perspectiva de retorno para Salvador, o baiano – que sonha coisas grandes –, não descarta a possibilidade de, um dia, voltar à terra e passar a experiência adiante, possibilidade que uniria entrega de saber, novos projetos e produções independentes.
De sorriso largo, olhar perspicaz e malemolência baiana, Coutinho explica que os maiores desafios para quem deseja ingressar no mercado do sudeste é a necessidade de furar a bolha. Viver distante, construir relações, mostrar competência para além delas, respeitar as diferenças culturais e revelar a “sua raridade” profissional são fatores indispensáveis na hora de decidir se mudar para outro estado.
Caio Coutinho ama Salvador
Sempre orgulhoso das suas origens, falar de Salvador é algo que acende uma luz no rosto de Caio, sentimento que transborda em suas redes e entregas de trabalho. Grande fã de Gil, Caetano, Gamboa, samba, praia, orixás, banho de mar, roda de amigos, corrida na orla e uma mesinha de bar, tá no sangue desse soteropolitano a pulsação de quem se orgulha em dizer: Salvador emociona.
Quando questionado sobre o que o baiano tem de diferente, a resposta é rápida: “Eu acho incrível a Bahia. A gente é respeitado e reconhecido pela criatividade, pelo profissionalismo e pela energia que a gente coloca no trabalho. Isso me deixa feliz. Especialmente no mercado criativo. Quando você olha, quando você vê um produto se destacando, pode ter certeza de que tem um baiano envolvido. Baianos, pernambucanos, paraibanos. Vai ter sempre um nordestino. Eu acho demais!”, conclui.
Rodrigo Almeida
Rodrigo Almeida
Participe do canal
no Whatsapp e receba notícias em primeira mão!