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COISA DE CINÉFILO

'Top Gun: Maverick' é a continuação que nós precisávamos

Filme segue um estilo dos anos 1980 e tem pouco mais de 2 horas de duração

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Marcela Gelinski

28/05/2022 às 18:00 • Atualizada em 26/08/2022 às 22:50 - há XX semanas
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Top Gun: Maverick estava aguardando um bom momento para chegar aos cinemas desde 2020, quando ele seria lançado. Mas, a pandemia da Covid-19 veio acabando com os planos de todo mundo. De lá para cá, diversas datas de lançamento foram propostas e sempre frustradas. Confesso que nesse meio do caminho, eu fui perdendo a empolgação e simplesmente deixando ele de lado no quesito expectativa. Se isso favoreceu minha percepção do longa ou não, não temos como afirmar. Mas o fato é que o filme é sensacional e vai muito além do que eu poderia esperar.

Para mim, o grande destaque do primeiro 'Top Gun: Ases Indomáveis' era a trilha sonora unida à belíssima fotografia. Tomadas de câmeras geniais que faziam com que o roteiro simplório se tornasse algo delicioso de assistir. Neste segundo longa, essa essência é mantida e podemos apreciar logo na primeira cena. Sim, a minha empolgação já surgiu no momento de abertura, com aquele estilo de música dos anos 1980, motos, aviões e óculos RayBan.

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					'Top Gun: Maverick' é a continuação que nós precisávamos
Foto: Reprodução

Pete Mitchell (Tom Cruise, Missão Impossível - Efeito Fallout) está com mais de três décadas de experiência nas costas, mas ainda insiste em ficar na linha de frente dos caças, atuando como piloto. Persona non grata por alguns chefões da corporação, ele acaba sendo enviado para realizar um treinamento de jovens admitidos no Top Gun, que terão a difícil missão de desarmar a construção de uma usina nuclear. Para piorar a situação, ele tem que lidar com Rooster (Miles Teller, Cães De Guerra), filho de seu falecido parceiro das antigas, que morreu em uma missão ao seu lado.

O roteiro faz questão de nos ambientar novamente naquele cenário que foi apresentado no primeiro longa. Logo, um desavisado que não assistiu pode conferir este filme sem tanto prejuízo. Ainda assim, recomendo pois é super bacana. Como falei, cenários belíssimos, jogadas de câmera que nos fazem sentir o pôr do sol na pele, além da sensação quase 3D de voar em caças, tudo a partir do incrível trabalho da direção de Joseph Kosinski (Oblivion).

Cruise está completamente à vontade no papel de Maverick e temos a constante sensação de que ele curtiu muito a realização deste filme (mesmo que inicialmente ele fosse contra a retomada do projeto). Ele se entrega a todas as emoções do personagem, que sorri, chora, se diverte e se preocupa, sempre na mesma intensidade. O capitão carrega o peso do passado, mas isso não o torna uma pessoa sisuda.


				
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A medida que o filme evolui (e tento aqui evitar os spoilers), acompanhamos mais da vida pessoal de Maverick, junto com a profissional. A retomada de uma relação antiga com a personagem de Jennifer Connelly (Homem-Aranha: De Volta ao Lar), assim com a amizade profunda que tem com Iceman (Val Kilmer, Boneco de Neve). Inclusive, essa dinâmica com Kilmer rende as cenas mais emocionantes do longa.

Um outro destaque é o entrosamento entre o grupinho de novatos que será liderado por ele. Uns tentando mostrar serviço, outros um pouco assustados. E Rooster no meio do caminho querendo ser o bad boy da turma, além de insubordinado. Vale um destaque aqui para o empenho de Teller para construir um corpo atlético, algo que eu não era nem capaz de imaginar em um ator como ele, que não focava nesse estilo. Foi uma surpresa curiosa.

O filme segue um estilo dos anos 1980 que muito me agrada, mais preocupado em inserir o espectador naquele universo, do que simplesmente apresentar cenas explosivas de ação que não levam ninguém à lugar algum. Não existe pressa em 'Top Gun: Maverick' e esse é um dos maiores ganhos do longa. Ainda assim, as suas pouco mais de 2h de duração passam num piscar de olhos, mostrando que a união faz a força, especialmente quando juntamos roteiro, direção, fotografia e trilha sonora, tudo de boa qualidade.

Top Gun: Maverick é um filme redondinho, com mesclagem de vários gêneros na medida certa, um elenco integrado e uma história simples o suficiente para não exigir muito do espectador, mas bem trabalhada para também não duvidar de sua capacidade mental. Uma grata surpresa que tive, já que não tinha grandes expectativas. Definitivamente se tornou um dos melhores filmes de ação dos últimos tempos, que acredito que irá agradar a maioria do público.


				
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Foto: Acervo iBahia

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