Os Três Mosqueteiros: D’Artagnan é uma super produção francesa que conta a clássica história do famoso quarteto. Dirigido por Martin Bourboulon (Relacionamento à Francesa), este longa já tem a segunda parte garantida e que foi filmada logo na sequência, garantido que o espectador não fique a ver navios com relação a continuação da saga, que deixa vários fios soltos no final.
Em uma França cortada pelas guerras e disputas religiosas, o Rei Louis XIII (Louis Garrel, Adoráveis Mulheres) tenta focar suas energias no casamento promissor do irmão mais novo, enquanto o Cardeal de Richelieu (Eric Ruf, O Oficial e o Espião) trama a sua derrota em um confronto interno. As tramoias acontecem nos bastidores, enquanto o jovem D’Artagnan (François Civil, Encontros) acaba se metendo neste meio por puro acaso do destino, quando cruza despretensiosamente o caminho de Athos (Vincent Cassel, Ameaça Profunda), Aramis (Romain Duris, Todo o Dinheiro do Mundo) e Porthos (Pio Marmaï, Finalmente Livres), os Três Mosqueteiros.
O confuso e atrapalhado D’Artagnan não sabe exatamente qual o seu propósito na insípida Paris da época, mas logo descobre que o amor é um deles. Ele rapidamente se apaixona por Constance Bonacieux (Lyna Khoudri, Mais que Especiais), a mocinha que te arranja um quarto para alugar. Ela tem uma relação muito afiada com a Rainha Anne (Vicky Krieps, Millennium: A Garota na Teia de Aranha), que te confessa todo o seu coração, especialmente a relação com seu amante.
O que elas não podem imaginar é que o Cardeal está tramando a derrota do Rei através da infidelidade da Rainha, explodindo um escândalo que vai colocar todo o reinado em risco. Ele conta com uma vil duquesa, representada no papel de Milady (Eva Green, Baseado em Fatos Reais). Este é um personagem, inclusive, que eu tenho algumas ressalvas por ser caricato demais, algo que infelizmente Eva aplica na maior parte de seus projetos. Falta naturalidade e leveza em algumas das suas atuações.
A trama segue sendo tecida com as fofocas da época, o surgimento de personagens que vão ganhando cada vez mais importância e um iminente estopim que é vislumbrado a todo momento. Sinto a falta de um aprofundamento maior dos personagens, já que passaremos dois filmes com eles. Acredito que algumas cenas de luta poderiam ser reduzidas para dar espaço às características de cada um, nos emergindo ainda mais na história.
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Mas isso não é algo que coloca tudo a perder. Os Três Mosqueteiros: D’Artagnan é um entretenimento bem interessante que nos mostra conduções diferentes de roteiro, se comparado com os padrões estadunidenses. Eles vão lá no início da história nos mostrar como que esse quarteto de sucesso se conheceu e como foram se tornando parceiros e aliados. Além disso, nesta época, eles ainda são amigos da coroa, algo que muda depois, na parte do enredo que estamos mais acostumados a escutar.
Algo que eu gostei bastante foi o equilíbrio dos gêneros dentro de si. O filme não se apega apenas a cenas de briga (essa são, inclusive, muito bem feitas). Ele explora o drama e o romance na medida certa para entreter totalmente o espectador. Ficamos vidrados a todo momento nos próximos passos dos personagens e o que eles vão nos revelar de novidade nesta história.
Os Três Mosqueteiros: D’Artagnan consegue ainda finalizar a história corretamente, mesmo deixando vários fios soltos para o próximo longa. Não é como se a gente assistisse um filme pela metade, como acontece em muitas produções. Ele tem começo, meio e fim, deixando um gostinho de "quero mais" no final. Um grande mérito para seu diretor, tornando o longa um ótimo entretenimento!
Confira o trailer abaixo
Marcela Gelinski
Marcela Gelinski
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