Entender as emoções não é tarefa fácil. E por mais que Divertida Mente não se proponha a isso, o filme torna tudo mais leve e didático. É como uma grande sessão de terapia que nos abraça e nos desafia ao mesmo tempo. Depois do sucesso que foi o primeiro filme em 2015, voltamos quase 10 anos depois para conferir a chegada de Riley na fase de adolescência e todas as mudanças hormonais e emocionais que a puberdade traz. Ela agora acredita que tem um maior controle e equilíbrio entre os seus sentimentos e vai se desafiar com uma viagem de fim de semana que é de garotas mais velhas.
Riley agora tem suas amigas e confidentes, uma relação boa com os pais. O que poderia dar errado? Aparentemente tudo. A Alegria está plena na torre de comando quando se depara com a chegada da equipe de reforma para destruir tudo e trazer novidades. Mas ela não sabe que novidades são essas e não está particularmente aberta a descobrir.
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No entanto, uma nova emoção chega completamente sem aviso. A Ansiedade chega antes de várias outras emoções. Vergonha, Inveja e Tédio estão ali junto para causar o maior revertério na torre. E assim o fazem.
Não entrando em mais detalhes, o que mais me encanta no mundo de Divertida Mente é a leveza com que eles conseguem tratar de emoções tão intensas e conflituosas. Tudo o que a gente sente no dia a dia. E a chegada da Ansiedade só confirma isso. Todos temos ansiedade dentro de si e não sabemos lidar com ela em diversos momentos. Ela nos sufoca, dói, nos deixa atordoados. Sentir ansiedade não é fácil, mas faz parte da vida. E é isso que o filme quer deixar claro.
Com a sutileza necessária, o longa vai se aprofundando em emoções, tal qual o primeiro filme, nos levando a tantas reflexões. E não digo que esse é melhor que o primeiro, porque não é. Mas é tão bom quanto. Uma sessão de terapia suave e gratuita. Riley se torna apenas um veículo para as nossas próprias reflexões e pensamentos. As suas dúvidas, as suas dores. O que percebemos é que precisamos acolher todas as emoções que nos são apresentadas, já que todas são válidas e necessárias.
Ainda que seja um ótimo filme para crianças, quem mais se beneficiam são os adultos que conseguem fazer todas as reflexões que Divertida Mente 2 nos propõe. Essa ideia de dividir as emoções em personagens que querem controlar a torre de comando é uma excelente metáfora para o que acontece dentro de nossas mentes, todos os dias. E é curioso perceber visualmente o que sentimos com frequência. Quem é a primeira emoção a se encantar pela Ansiedade? O Medo. E daí você já percebe a profundidade a que o longa se propõe.
Criei expectativas com Divertida Mente 2 e elas se cumpriram. Eu sabia que não haveria a questão inusitada do primeiro, mas queria um bom trabalho. E eles me entregaram um excelente! É notório o suporte científico que a equipe de roteiro teve na criação, já que as peças se conectam perfeitamente com a realidade. Uma salva específica para a dublagem brasileira que deixa tudo ainda mais divertido. Vale a pena conferir essa versão!
Veja trailer de ‘Divertida Mente 2'
Marcela Gelinski
Marcela Gelinski
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