Besouro Azul finalmente chegou aos cinemas depois de toda a expectativa para saber como seria a estreia internacional da querida atriz brasileira Bruna Marquezine (Deus Salve o Rei). Que ela é ótima no que faz, nós já sabemos. Mas será que deu conta de ser a protagonista de um filme de super-herói da DC? Sim, essa estreia não foi pouca coisa, hein?! Não apenas ela chegou, como chegou sendo o maior destaque feminino da trama. É o Brasil realmente no topo!
O filme conta a história do jovem Jaime Reyes (Xolo Maridueña, Cobra Kai), que está recém-formado e retorna à cidade natal para morar com sua família. Quando ele chega ao local, descobre que os familiares estão passando por aperto financeiro e resolve começar a trabalhar no primeiro emprego que surge, para dar uma força. Ele acaba cruzando o caminho de Jenny Kord (Marquezine), herdeira das indústrias Kord, que está travando uma batalha interna com a tia e atual CEO da corporação, Victoria Kord (Susan Sarandon, Casamento em Família), que quer enaltecer todo o potencial bélico da marca.
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O roteiro não é, de fato, muito inovador e acaba se assemelhando muito com uma colcha de retalhos de várias histórias que já conhecemos, especialmente de heróis da Marvel. Temos um pouco de Homem-Aranha, Homem de Ferro, Venom e até Batman. O que faz com que o quesito surpresa e novidade seja deixado de lado. No entanto, o nível de carisma dos personagens e da história em si faz com que tudo seja relevado, em prol da diversão.
Jaime tem uma família mexicana bem característica, com todos se metendo na vida dos outros, falando alto, morando na mesma casa juntos. É um acolhimento constante, que ultrapassa a linha da intimidade, algo que estamos muito acostumados enquanto país latino. Além disso, ao longo da trama temos inúmeras referências que são palpáveis, como quando eles falam das novelas mexicanas Maria do Bairro e Maria Mercedes, um clássico nos anos 1990 que passava no canal SBT.
A medida que a trama avança, com Jennifer entregando o escaravelho perdido na mão de Jaime, o jovem acaba sendo escolhido como o receptáculo do bicho, que se apodera de sua mente, o transformando em um simbionte tecnológico. Ele adquire poderes imediatamente, como um escudo de segurança que o fornece inúmeras possibilidades. É uma mistura perfeita do Homem de Ferro com Venom. Mas com um belo toque de leveza do humor.
Aliás, o senso de humor perpassa todas as cenas de Besouro Azul, sem se tornar escrachado (o que é um grande alívio, depois da derrota que foi Thor: Amor e Trovão). A história em si é mais leve mesmo, como uma descoberta de novos rumos na vida de um jovem adulto. Ao mesmo tempo, ele começa a apresentar interesse amoroso em Jennifer, que finalmente consegue ter algum senso de família ao se integrar na realidade dos Reyes.
Destacando aqui especificamente Marquezine, como disse lá em cima, nunca foi segredo para ninguém que ela é uma excelente atriz. Desde muito nova, acompanhávamos a facilidade com que ela atuava na personagem Salete, da novela Mulheres Apaixonadas. Então a sua chegada em Hollywood é, antes de mais nada, merecida. Ainda assim, ela deu ainda mais o seu nome. Está muito natural, assertiva, forte e dinâmica. Ela domina as cenas com facilidade e mostra que tem um imenso potencial para ser explorado pelo estrangeiro. Vale lembrar que ela chegou a participar da seleção do papel de Supergirl, no filme The Flash, foi aprovada, mas não seguiu adiante por conta da pandemia do Covid-19, que a impediu de entrar
no país onde aconteceriam as gravações. É difícil dizer ainda se isso foi bom ou não para ela, mas The Flash definitivamente foi um filme que fracassou em bilheteria e audiência, o que poderia fazer com que ela não tivesse tanto destaque e perdesse novas oportunidades. Aqui em Besouro Azul, temos um filme mais leve e com maior potencial de dar certo. Particularmente, me diverti muito mais nele e o vejo como uma porta imensa se abrindo de Hollywood para a nossa atriz brasileira. Que assim seja!
No mais, ainda que tenhamos alguns tropeços no meio do caminho, como a falta de dedicação a nos explicar um pouco mais sobre a origem do escaravelho em si, que apenas surge reluzente, o CGI deste longa deixa muito filme da Marvel no chão. Houve uma real dedicação em nos transportar para o mundo azul e simbiótico do Besouro Azul, com batalhas bem feitas e uma edição de som bacana. Vale a pena conferir nos cinemas, não apenas para prestigiar Marquezine, como para ter (enfim, depois de um bom tempo) uma experiência legal de super-herói.
Confira o trailer
Marcela Gelinski
Marcela Gelinski
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